Depósito em Mingomba transforma a Zâmbia em potência do cobre
Em abril de 2024, uma startup norte-americana surpreendeu o setor de mineração ao anunciar a descoberta de um vasto depósito de cobre na Zâmbia.
O resultado foi obtido por meio da aplicação de inteligência artificial.
Essa nova tecnologia permitiu identificar com precisão um dos maiores reservatórios do metal no mundo.
O feito sinaliza o início de uma nova era para o continente africano.
Segundo a startup KoBold Metals, apoiada por investidores como Bill Gates e Jeff Bezos, a reserva localizada em Mingomba pode rivalizar com as maiores minas globais.
Entre elas, destaca-se a mina Kakula, na República Democrática do Congo, que extraiu aproximadamente 400 mil toneladas de cobre em 2023.
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Cobre ganha protagonismo na transição energética mundial
Com alta condutividade elétrica e forte resistência à corrosão, o cobre se tornou insubstituível na indústria moderna.
Dessa forma, seu uso é indispensável tanto em redes elétricas quanto em dispositivos eletrônicos e infraestrutura de energias renováveis.
Além disso, o aumento da fabricação de veículos elétricos exige quantidades crescentes desse metal.
A instalação de painéis solares também intensifica essa demanda.
O cobre é valorizado por sua durabilidade e versatilidade.
Assim, o novo depósito na Zâmbia surge no momento exato em que o mundo acelera a descarbonização e exige alternativas mais sustentáveis aos combustíveis fósseis.
Minas gigantes de cobre ao redor do planeta reforçam demanda
Atualmente, algumas das maiores minas do planeta demonstram como o cobre é estratégico para a economia global.
Entre as principais, destacam-se:
- Chuquicamata (Chile): Operando desde 1915, é uma das maiores minas a céu aberto do mundo.
- Antamina (Peru): Nos Andes, destaca-se por combinar eficiência e sustentabilidade desde 2001.
- Grasberg (Indonésia): Conhecida pelas vastas reservas de cobre e ouro, atua em áreas montanhosas.
- Carrapateena (Austrália): Desde 2018, figura como principal mina australiana de cobre concentrado.
- Totten (Canadá): Integrada ao portfólio da Vale, opera desde 2014 com produção relevante de níquel e cobre.
- Oyu Tolgoi (Mongólia): No deserto de Gobi, é vital para a economia da região.
- Neves-Corvo (Portugal): Uma das maiores da Europa, com produção significativa anual.
- Salobo (Brasil): Localizada no Pará, é a maior mina da América Latina.
Tecnologia e capital impulsionam mineração africana
A descoberta em Mingomba não apenas expande as fronteiras da mineração global.
Ela também mostra como a inteligência artificial pode transformar o processo de exploração mineral.
Ao utilizar algoritmos avançados, a KoBold Metals foi capaz de localizar reservas de maneira mais precisa e ágil.
Além disso, esse processo ocorre com menor impacto ambiental.
De acordo com relatório da própria empresa publicado em maio de 2024, essa abordagem reduz os custos de sondagem.
Ela também acelera o início das operações.
Com isso, investidores internacionais aram a mirar no potencial africano com novos olhos.
O continente se torna, portanto, peça-chave no fornecimento de metais estratégicos.
Zâmbia pode se tornar centro de inovação e exportação mineral
Com o novo depósito, a Zâmbia pode conquistar posição de destaque no cenário internacional.
Isso ocorre especialmente em um período de alta demanda por energia limpa.
Em entrevista à Bloomberg, o ministro das Minas da Zâmbia, Paul Kabuswe, afirmou em maio que o país deve atrair bilhões em investimentos nos próximos anos.
Dessa forma, a exploração sustentável de cobre poderá alavancar a economia nacional.
Além disso, a atividade gerará empregos e aumentará a arrecadação.
O uso intensivo de inteligência artificial promete servir de modelo para futuras iniciativas.
Esse exemplo pode inspirar países com potencial mineral ainda pouco explorado.