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Yopa: a trajetória da icônica sorveteria que encantou o Brasil nos anos 90 e seu inesperado desaparecimento do mercado

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 12/05/2025 às 20:02
nostalgia - sorveteria - yopa - empresa
foto/reprodução: Divulgação

Descubra como a marca se tornou um símbolo da infância e os fatores que levaram à sua substituição pela Nestlé

Ir para a praia e parar em um carrinho de sorvetes da Yopa é uma lembrança nostálgica para muitas crianças dos anos 1990. A empresa de sorvetes e picolés fez sucesso no Brasil, especialmente por seus produtos divertidos e inovadores, como o picolé Comics e o sorvete Sem Parar, que traziam personagens conhecidos da Disney, como o Mickey Mouse.

No entanto, apesar do sucesso, a Yopa perdeu espaço no mercado com a virada do século e foi gradualmente substituída pela marca Nestlé.

A origem do sorvete Yopa

A história da Yopa remonta a 1933, na Alemanha, quando o alemão Josef Pankofer criou o sorvete Jopa, um dos primeiros produtos congelados fabricados industrialmente.

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Em 1969, a Nestlé adquiriu a empresa, expandindo sua presença para novos mercados, como Espanha, França, Suíça, Chile e México.

A marca chegou ao Brasil em 1972, e para manter a pronúncia original, o nome foi adaptado de Jopa para Yopa.

Os primeiros anos da Yopa no Brasil

Nos primeiros anos de atuação no Brasil, a Nestlé focou em adaptar marcas de chocolate para a produção de sorvetes, o que rapidamente ganhou popularidade.

Produtos como Galak, Prestígio, Chokito, Lollo, Leite Moça e Brigadeiro foram introduzidos no portfólio da Yopa.

nostalgia - sorveteria - yopa - empresa
foto/reprodução: Divulgação

A produção e distribuição foram inicialmente concentradas na região Centro-Sul do país, onde a marca começou a ganhar espaço.

A partir de 1982, a Yopa direcionou suas operações para a região Sudeste, com um foco especial no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em 1990, a marca alcançou cerca de 12% do mercado de sorvetes no Brasil, posicionando-se atrás de concorrentes como a Gelato, da Gessy Lever (atual Unilever), e a Kibon, que dominava o setor com aproximadamente 60% do mercado.

A popularização da Yopa nos anos 1990

A virada da década trouxe novas oportunidades para a Yopa. Em 1990, a Nestlé formou uma parceria com a Gessy Lever, resultando em uma t-venture que combinava as operações das marcas Yopa e Gelato no Brasil.

Essa negociação, que durou cerca de oito meses, deu origem à nova empresa chamada Insol, com controle compartilhado entre as duas companhias.

Durante esse período, a Yopa lançou picolés icônicos, como o Comics, que apresentava a imagem do Mickey, e o famoso sorvete Sem Parar.

A t-venture, que durou até 1993, foi crucial para alavancar a marca, permitindo o lançamento de produtos em formatos inovadores, como picolés em forma de foguete e cones, que se tornaram populares entre as crianças da época.

O impacto cultural da Yopa

Além dos produtos inovadores, a Yopa se destacou por suas campanhas publicitárias, que muitas vezes incluíam personagens da Disney e promoviam uma experiência de diversão e alegria.

Os comerciais buscavam conectar-se emocionalmente com o público, usando slogans cativantes e imagens vibrantes que atraíam a atenção das crianças.

Essa estratégia ajudou a criar uma identidade forte para a marca, tornando-a sinônimo de diversão e refresco.

Os carrinhos de sorvete da Yopa eram frequentemente vistos nas praias e parques, e as crianças associavam o consumo de seus produtos a momentos de lazer e felicidade.

Essa conexão emocional ajudou a solidificar a marca na memória coletiva dos brasileiros, tornando-a parte integrante das experiências de verão e diversão ao ar livre.

O fim da marca Yopa

Em 1997, a Unilever adquiriu a Kibon, fortalecendo ainda mais sua liderança no mercado de sorvetes no Brasil.

A aquisição fez com que a Nestlé precisasse reavaliar sua estratégia em relação à Yopa.

Com o aumento da concorrência e uma crescente preferência dos consumidores pelos produtos da própria Nestlé, a empresa começou a substituir gradualmente a marca Yopa pela sua própria identidade corporativa.

Essa transição foi feita de forma estratégica, e muitos produtos da Yopa foram gradualmente renomeados e reimaginados sob a marca Nestlé.

Embora a Yopa tenha sido uma marca querida, sua substituição foi um reflexo das mudanças nas preferências dos consumidores e da dinâmica competitiva do mercado de sorvetes.

A nostalgia em torno da Yopa

Apesar do desaparecimento da marca, a Yopa ainda vive na memória afetiva de muitos brasileiros.

A nostalgia em relação aos produtos da Yopa é evidente nas redes sociais e em fóruns, onde consumidores relembram com carinho suas experiências de infância.

A marca se tornou um símbolo de diversão e felicidade, associada a momentos de lazer e confraternização.

Hoje, a história da Yopa serve como um lembrete de como as marcas podem impactar nossas vidas e como a evolução do mercado pode levar ao desaparecimento de ícones.

A paixão por sorvetes e picolés continua viva, e muitos consumidores ainda desejam reviver aqueles momentos mágicos da infância.

Embora os produtos da Yopa não estejam mais disponíveis nas prateleiras, seu legado e a alegria que proporcionaram ainda ressoam entre aqueles que cresceram nos anos 90.

A influência da Yopa na indústria de sorvetes

A trajetória da Yopa também ilustra como a inovação e a criatividade são cruciais na indústria de sorvetes.

A introdução de formatos únicos e a parceria com marcas reconhecidas, como a Disney, ajudaram a marcar a diferença no mercado.

Essas estratégias não só conquistaram o público infantil, mas também influenciaram a forma como outras empresas desenvolveram seus produtos.

Após o desaparecimento da Yopa, outras marcas tentaram capturar a mesma essência de diversão e inovação que a empresa havia estabelecido.

A nostalgia em torno da marca ainda influi nas campanhas publicitárias de sorvetes atuais, que buscam criar conexões emocionais semelhantes com os consumidores.

Por fim, a história da Yopa é um testemunho de como um produto pode se tornar um ícone cultural e como as mudanças no mercado podem levar ao desaparecimento de marcas que, uma vez, foram amadas por milhões.

A herança da Yopa permanece viva na memória de muitos, e sua contribuição para a indústria de sorvetes no Brasil é inegável.

FONTE: EXAME

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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