Totalmente automatizada, a nova fábrica da Xiaomi opera no escuro, sem presença humana, utilizando apenas robôs e inteligência artificial para manter a produção ativa 24 horas por dia.
Na vanguarda da inovação industrial, a Xiaomi revelou recentemente, na China, uma instalação que está redefinindo os padrões da manufatura moderna: uma fábrica sem trabalhadores, também conhecida como “fábrica escura”. O nome não é apenas simbólico. A planta, localizada no distrito de Changping, funciona literalmente no escuro, pois nenhuma atividade exige iluminação – todos os processos são conduzidos por robôs.
Com operação contínua, 24 horas por dia, sete dias por semana, a unidade representa um novo marco na automação industrial global, ao eliminar completamente a presença humana no chão de fábrica. Com isso, a Xiaomi une inteligência artificial, big data e robótica de última geração para controlar, ajustar e otimizar cada etapa da produção em tempo real.
Robôs substituem humanos em todos os processos
Desde o recebimento da matéria-prima até a montagem final de eletrônicos, a fábrica sem trabalhadores da Xiaomi realiza todo o processo produtivo de forma autônoma. Não há pausas para almoço, nem trocas de turnos. Os robôs operam com precisão constante, reduzindo erros e aumentando o rendimento.
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A instalação tem 81 mil metros quadrados e exigiu um investimento de 2,4 bilhões de yuans (cerca de US$ 330 milhões). A capacidade de produção é de 10 milhões de dispositivos por ano, incluindo os smartphones dobráveis MIX Fold 4 e MIX Flip, que devem liderar o portfólio da empresa nos próximos anos.
Além da automação total, a fábrica escura conta com um sistema inteligente de remoção de poeira, dispensando até mesmo a necessidade de serviços de limpeza. Os algoritmos de controle de qualidade identificam eventuais falhas antes mesmo que elas ocorram, ajustando a produção automaticamente.
China lidera avanço das fábricas inteligentes
Com mais de seis milhões de fábricas em funcionamento, a China é reconhecida como o maior centro industrial do mundo. No entanto, a nova instalação da Xiaomi destaca uma transformação silenciosa: o avanço das chamadas fábricas escuras, que não apenas automatizam etapas, mas eliminam completamente a presença humana do ambiente fabril.
A adoção de fábricas sem trabalhadores reflete um movimento global em direção à digitalização e ao uso intensivo de inteligência artificial na indústria. Na China, esse modelo também responde a desafios como o aumento dos custos trabalhistas, a pressão por eficiência e a demanda por produção em escala com menor margem de erro.
Disrupção no emprego preocupa especialistas
A rápida disseminação do modelo de fábrica escura levanta alertas sobre os impactos no emprego. Segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial, cerca de 23% dos postos de trabalho devem ar por mudanças significativas nos próximos cinco anos devido à automação e à inteligência artificial.
O mesmo relatório indica que 83 milhões de empregos devem ser eliminados, enquanto 69 milhões serão criados, com ênfase em funções voltadas à gestão e otimização de tecnologias. Ainda assim, 44% das habilidades exigidas atualmente devem se tornar obsoletas, o que exigirá requalificação profissional em larga escala.
Especialistas alertam que a substituição de funções humanas por máquinas não será compensada de forma equilibrada, ao menos no curto prazo. A fábrica sem trabalhadores da Xiaomi, por exemplo, opera com poucos técnicos de e e equipes de desenvolvimento de software, enquanto atividades operacionais manuais foram totalmente extintas.
ONU pede governança global para inteligência artificial
O avanço da inteligência artificial em setores como manufatura levou a ONU a emitir um alerta. Em relatório recente, especialistas designados pelo secretário-geral António Guterres afirmaram que o mundo enfrenta um “déficit de governança” no que diz respeito à IA. Segundo o documento, a ausência de regulamentações globais pode gerar riscos imprevisíveis à segurança, aos direitos humanos e à estabilidade econômica.
Comparações com a corrida nuclear dos anos 1940 foram feitas por pesquisadores como Max Tegmark e Geoffrey Hinton, que deixaram posições em grandes empresas de tecnologia para alertar sobre os perigos do desenvolvimento descontrolado da IA. Hinton, considerado um dos “pais da inteligência artificial”, defende que, uma vez criada uma IA que e no teste de Turing (ou seja, seja indistinguível de um humano), o controle sobre ela pode ser perdido.
Tecnologia com responsabilidade
Apesar das preocupações, há consenso entre especialistas de que a automação industrial, como exemplificado pela fábrica escura da Xiaomi, traz ganhos concretos em eficiência, sustentabilidade e redução de custos. A questão a a ser como equilibrar inovação com impacto social.
Enquanto a China avança rapidamente com o modelo de fábricas sem trabalhadores, outros países observam com atenção os efeitos práticos e éticos da substituição de mão de obra humana por robôs. A expectativa é que o futuro da indústria dependa não apenas da tecnologia, mas da capacidade de governos e empresas em adaptar-se a esse novo paradigma de produção.
Fonte: News.com.au