A rápida ascensão das inteligências artificiais generativas transforma a comunicação digital, exigindo habilidades específicas para interpretar e interagir com essas tecnologias revolucionárias que redefinem o mercado, o trabalho e o futuro da alfabetização digital em todos os níveis.
Com a popularização de ferramentas como ChatGPT e seus concorrentes, muitas pessoas aram a acreditar que teriam respostas instantâneas para qualquer dúvida ou desafio.
No entanto, a frustração cresceu ao deparar com respostas erradas, confusas ou até mesmo fabricadas pelas inteligências artificiais generativas.
O problema, porém, nem sempre está na tecnologia — e sim na forma como as perguntas são feitas.
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Entender a linguagem correta para interagir com essas ferramentas é o segredo para extrair seu real potencial.
A promessa era simples e sedutora
Digite qualquer pergunta e receba uma resposta clara, rápida e precisa.
Mas a realidade mostrou que essa mágica nem sempre acontece.
Quando as respostas decepcionam, a culpa costuma ser atribuída à IA.
Frases como “a IA não entendeu”, “ela alucinou” ou “disse besteira” são comuns.
Contudo, conforme especialistas em tecnologia, o problema muitas vezes está na maneira como o usuário formula a pergunta, e não na inteligência artificial em si.
IA generativa é diferente de buscadores e chatbots comuns
A inteligência artificial generativa não é um chatbot comum, nem um simples buscador como o Google.
Ela opera com uma lógica própria, baseada em padrões estatísticos de linguagem.
Ao contrário do que muitos imaginam, essas ferramentas não possuem consciência ou entendimento real do mundo.
São sistemas que simulam compreensão para produzir textos, imagens, códigos ou vídeos, usando enormes bancos de dados para reconhecer e replicar padrões.
Tratar essas IAs como máquinas tradicionais é um caminho certo para a frustração.
A alfabetização digital específica é fundamental
Um dos maiores desafios atuais é a falta de alfabetização digital específica para a interação com IAs.
Não basta apenas fazer uma pergunta qualquer — é preciso saber como perguntar, detalhar o que se espera e entender as limitações da resposta.
A maioria das pessoas ainda não compreende que esses modelos não atualizam seu conhecimento em tempo real, a menos que estejam conectados a fontes externas.
Por isso, muitas vezes, eles podem gerar informações erradas ou até inventar dados — fenômeno conhecido como “alucinação” da IA.
Confiar cegamente nesses conteúdos pode levar a sérios equívocos, sobretudo em ambientes corporativos e acadêmicos.
Cuidado com a credibilidade das respostas
Outro risco crescente está na crença de que tudo que a IA produz é correto só porque a resposta parece bem escrita e convincente.
O estilo persuasivo dessas respostas pode enganar.
Expressões comuns, como “Aqui está um exemplo” ou “Segue um resumo”, dão impressão de segurança.
Porém, usar esses textos diretamente em relatórios, trabalhos ou postagens sem revisão e verificação é irresponsável e perigoso.
A responsabilidade de validar e comparar as informações geradas permanece inteiramente do usuário.
A nova habilidade essencial: prompt engineering
Surge então uma habilidade fundamental para o uso eficaz da inteligência artificial: o prompt engineering, ou engenharia de comandos.
Essa competência consiste em aprender a formular pedidos claros, detalhados e estratégicos para obter os melhores resultados possíveis das ferramentas de IA.
E ao contrário do que muitos pensam, isso não é exclusivo para programadores ou especialistas em tecnologia.
Qualquer pessoa pode aprender, e deve aprender, se quiser aproveitar ao máximo essas tecnologias.
Cinco pilares para dominar a engenharia de comandos
Especialistas definem cinco pilares para dominar a engenharia de comandos:
Primeiro, a alfabetização tecnológica, que inclui entender como funcionam os modelos, suas limitações e riscos.
Segundo, a escolha da plataforma adequada, já que cada modelo possui vantagens específicas — alguns são melhores para criar textos, outros para programar ou gerar imagens.
Terceiro, a criação do prompt, que deve ser específica quanto ao objetivo, tom, contexto e formato da resposta desejada.
Quarto, a validação do conteúdo, que exige revisar, ajustar e comparar informações com outras fontes, além de refinar os comandos para melhorar os resultados.
Quinto, a responsabilidade ética, que a pela reflexão sobre o impacto social do uso da IA, seus possíveis vieses e quem responde pelas informações geradas.
Domínio da IA no mercado de trabalho
No mercado de trabalho, o domínio dessas competências não é apenas um diferencial, mas uma exigência crescente.
Empresas valorizam profissionais que conseguem extrair respostas rápidas, confiáveis e de qualidade usando ferramentas de inteligência artificial.
Esse aprendizado não se resume a decorar comandos prontos — envolve desenvolver pensamento crítico, criatividade e estratégia.
IA não veio para substituir, mas para provocar
Longe de substituir pessoas, modelos como ChatGPT, Gemini e outros estão aqui para provocar uma transformação na forma como trabalhamos e nos comunicamos.
Eles nos desafiam a sermos mais claros, cuidadosos e conscientes ao interagir com a tecnologia.
E essa mudança, mais do que qualquer resposta pronta, pode nos tornar usuários melhores — e talvez até pessoas melhores.