Após a controversa reeleição de Nicolás Maduro, Venezuela enfrenta protestos violentos e um ambiente de desconfiança global e tem sua economia ameaçada
No último domingo de julho (28), a Venezuela foi sacudida por uma onda de tensão e incerteza após a reeleição de Nicolás Maduro como presidente. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro obteve 51,2% dos votos, superando Edmundo González, que ficou com 42,2%. No entanto, a oposição rapidamente acusou o governo de fraude, desencadeando uma série de protestos violentos que resultaram em várias mortes em todo o país, de acordo com o vídeo do canal Conhecimento Global.
A oposição, liderada por María Corina Machado, alegou diversas irregularidades durante o processo eleitoral. A falta de transparência, especialmente a não divulgação das atas eleitorais, alimentou a controvérsia. Protestos em áreas como Petare, em Caracas, foram marcados por aços e grandes eatas. A reação do governo foi severa, com a polícia reprimindo os manifestantes e reforçando a segurança nas ruas.
Como Maduro chegou no poder?
Hugo Chávez, eleito presidente da Venezuela em 1999, implantou o que chamou de “socialismo do século XXI”. Sob seu comando, o país viu uma grande expansão dos programas sociais e um controle crescente sobre as instituições. No entanto, a morte de Chávez em 2013 deixou o cargo para seu sucessor designado, Nicolás Maduro. Inicialmente, Maduro conseguiu se manter no poder, apesar de uma vitória eleitoral estreita e uma queda acentuada nos preços do petróleo, recurso vital para a economia venezuelana.
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Com a queda dos preços do petróleo, a Venezuela mergulhou em uma crise na economia sem precedentes. A inflação disparou e a escassez de produtos básicos tornou-se comum. As imagens de filas intermináveis e supermercados vazios tornaram-se símbolos da crise. A resposta de Maduro foi reprimir violentamente os protestos e perseguir a oposição, resultando em mais de 270 mortes e uma intensificação da crise humanitária.
Contestação da eleição pela comunidade internacional
A crise venezuelana não ou despercebida fora do país. Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai pediram uma revisão completa e transparente dos votos. Em resposta, a Venezuela expulsou os diplomatas desses países. Colômbia e México mantiveram uma postura neutra, embora tenham solicitado a publicação das atas eleitorais. O Brasil assumiu a custódia das embaixadas argentina e peruana em Caracas, uma ação elogiada pelo presidente argentino, Javier Milei.
Internamente, a oposição afirma ter encontrado evidências de fraude nas atas eleitorais que dariam a vitória a González. Contudo, o Carter Center, um grupo de observadores internacionais, declarou que a eleição não pode ser considerada totalmente democrática. Nos EUA, o governo de Joe Biden está considerando a ampliação das sanções financeiras contra a Venezuela, o que poderia agravar ainda mais a crise econômica do país, já fragilizada pela queda na produção de petróleo.
O papel dos aliados e o futuro da economia da Venezuela
A produção de petróleo da Venezuela caiu para menos de 1 milhão de barris por dia desde a imposição de embargos em 2017, o que é um péssimo indicativo para a economia do local. No entanto, aliados como China, Rússia e Irã continuam a apoiar Maduro. A China, por exemplo, foi uma das primeiras a reconhecer a vitória de Maduro e manterá suas importações de petróleo venezuelano. As negociações com Rússia e Irã também seguem ativas.