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Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 4 comentários

Usando detector de metal, homens tropeçaram em centenas de moedas datadas do primeiro século d.C.

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/02/2025 às 14:48
Atualizado em 07/02/2025 às 14:25
moedas, detetor
Foto: Museu Nacional de Antiguidades

Um simples detector de metal levou à descoberta de um verdadeiro tesouro: centenas de moedas do primeiro século d.C. Veja os detalhes dessa incrível história!

Em 2023, dois detectores de metais na Holanda fizeram uma descoberta impressionante: um estoque de 404 moedas de ouro e prata datadas do primeiro século d.C.

Esse conjunto diversificado de moedas, que inclui exemplares de origem romana, britânica e norte-africana, é o primeiro desse tipo encontrado no continente europeu, conforme comunicado oficial das autoridades locais.

Os descobridores, Gert-Jan Messelaar e Reinier Koelink, buscavam inicialmente a chave perdida do trator de um agricultor quando decidiram explorar um campo próximo, onde já haviam encontrado algumas moedas anteriormente.

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O que parecia um dia comum se transformou em um evento histórico. O primeiro achado foi uma moeda celta dourada, seguida por diversas outras até que, ao escavar um buraco raso, descobriram um estoque de centenas de moedas.

Denários romanos de prata  
Museu Nacional de Antiguidades

A composição do tesouro

O tesouro inclui 360 moedas romanas, sendo 288 denários de prata e 72 aurei de ouro, além de 44 moedas não romanas, principalmente staters de ouro do rei celta Cunobelin.

Muitas moedas apresentam o retrato do imperador Cláudio (41-54 d.C.), enquanto outras retratam figuras históricas como Júlio César e Juba, o governante da Numídia (atual Argélia).

Duas moedas de Cláudio, datadas de 46-47 d.C., possuem matrizes idênticas, sugerindo que eram utilizadas para pagamentos militares.

Os staters celtas trazem a inscrição “CVNO“, referindo-se a Cunobelin, um rei britânico que governou entre 10 e 42 d.C. A presença dessas moedas em um sótão enterrado na Holanda reforça a hipótese de que o tesouro tem relação direta com a conquista romana da Grã-Bretanha, liderada pelo general Aulus Plautius em 43 d.C.

Uma moeda romana  de ouro 
áureo  com um retrato do Imperador Cláudio 
Museu Nacional de Antiguidades

Contexto histórico

A conquista da Grã-Bretanha pelos romanos foi um dos eventos mais significativos da expansão do império. Sob ordens do imperador Cláudio, tropas romanas atravessaram o Canal da Mancha e subjugaram territórios celtas, consolidando o domínio romano na região.

A ampla variedade de datas nas moedas encontradas sugere que o tesouro foi retirado de circulação de uma só vez, provavelmente como espólios de guerra das tropas romanas.

O fato das moedas terem sido enterradas a pouca profundidade indica que poderiam estar dentro de uma bolsa de couro, que se decompôs ao longo dos séculos.

Esse detalhe reforça a hipótese de que foram escondidas por soldados que retornavam da campanha na Grã-Bretanha, possivelmente para evitar tributação ou simplesmente como reserva de valor.

Segundo Anton Cruysheer, arqueólogo da Utrecht Landscape and Heritage Foundation, e Tessa de Groot, da Cultural Heritage Agency dos Países Baixos, esse achado representa a primeira evidência física do retorno de tropas romanas à Europa continental após a conquista da Grã-Bretanha. Cruysheer destaca: Aparentemente, eles voltaram com todo tipo de coisas. Essa é uma informação nova.”

O destino das moedas

Após a descoberta, Koelink e Messelaar relataram suas descobertas às autoridades e colaboraram com arqueólogos para escavações adicionais, que resultaram na localização de mais 23 moedas.

Agora, o tesouro estará exposto permanentemente no Museu Nacional de Antiguidades em Leiden, na exibição intitulada A Holanda na Época Romana.

Essa descoberta não apenas enriquece o conhecimento histórico sobre a presença romana na região, mas também traz novas perspectivas sobre a mobilidade de soldados e suas riquezas após campanhas militares.

O achado levanta questões sobre a economia do império e a circulação de riquezas entre territórios distantes.

YouTube Video

A descoberta das moedas em Bunnik é um marco para a arqueologia europeia, pois fornece evidências materiais de um dos momentos mais importantes da história romana. A presença de moedas de diferentes origens reforça a ideia de que os romanos não apenas conquistaram territórios, mas também integraram culturas e economias em um vasto império.

Com informações de cultureelerfgoed.

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Carlos
Carlos
03/02/2025 11:16

Muito bom .Mas será esse pessoal que achou essas moedas vão lucrar com esse achado ou vão ter que devolver sem para o governo sem ter nenhuma recompensa ?

Ribeiro
Ribeiro
03/02/2025 15:17

Se fosse eu que estivesse feito essa descoberta , com certeza não iria para as mãos do governo.

LESSA de ROXI
LESSA de ROXI
04/02/2025 05:29

Se eu encontro essas moedas, RARÍSSIMAS, na minha propriedade, seleciono algumas, e vendo as outras p/um colecionador e pt.final.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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