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Uma esperança para os oceanos — novo plástico solúvel japonês que não polui e dissolve em 10 dias promete eficácia no combate a poluição marinha

Publicado em 24/03/2025 às 22:32
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Imagem representativa. Foto: IA

Um grupo de cientistas desenvolveu um tipo de plástico solúvel na água do mar e que não deixa microplásticos. A invenção é vista como um marco na luta contra a poluição oceânica

Um plástico solúvel, capaz de se degradar completamente na água do mar sem gerar microplásticos, foi desenvolvido por cientistas japoneses. O avanço vem do RIKEN Center for Emergent Matter Science (CEMS) e representa uma possível solução para um dos maiores problemas ambientais do planeta: a poluição marinha causada por resíduos plásticos.

Atualmente, o plástico é o resíduo mais presente nos oceanos. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Transição Ecológica, 85% dos resíduos marinhos são plásticos. No total, estima-se que existam cerca de 200 milhões de toneladas desses materiais no ambiente oceânico.

Parte desse lixo se transforma em microplásticos, partículas que prejudicam ecossistemas e acabam entrando na cadeia alimentar.

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Com o novo material desenvolvido pelos cientistas do CEMS, esse cenário pode começar a mudar. Ao contrário dos plásticos tradicionais, que persistem por décadas no ambiente e são os principais responsáveis pela poluição marinha, esse plástico solúvel japonês se dissolve em poucos dias quando em contato com a água do mar.

Uma nova classe de plástico

O material criado é feito a partir de polímeros supramoleculares. Mais especificamente, a equipe combinou dois monômeros iônicos: um baseado em guanidínio e outro em hexametafosfato de sódio. Juntos, eles formam pontes salinas reticuladas que garantem resistência e flexibilidade ao plástico.

Essas ligações químicas são seletivamente irreversíveis, o que significa que permanecem estáveis até serem expostas a eletrólitos presentes na água do mar. Quando isso acontece, o material começa a se decompor.

Takuzo Aida, líder da pesquisa, explicou que a principal descoberta foi criar essas ligações que se mantêm intactas até o contato com o ambiente marinho. Ele destacou que a dessalinização foi uma etapa essencial no processo. Sem ela, o resultado era um cristal quebradiço, inadequado para qualquer aplicação prática.

Biodegradável, forte e seguro

O novo plástico, batizado de alquil SP2, ou por uma série de testes. Os resultados mostraram que ele é forte, resistente a altas temperaturas, maleável e, ao mesmo tempo, biodegradável, reciclável e não tóxico. Além disso, não é inflamável.

Em contato com a água do mar, o alquil SP2 se dissolve completamente em até 10 dias. Durante esse processo, o material libera fósforo e nitrogênio — nutrientes essenciais usados em fertilizantes — o que pode ter um efeito positivo no ambiente, segundo os cientistas.

Takuzo Aida ressaltou que essa criação representa uma nova família de plásticos. Além de todas as vantagens técnicas, o principal benefício seria o fim da geração de microplásticos, maior problema causador da poluição marinha, atingindo diversas espécies e com impactos no consumo humano.

Diversas aplicações possíveis

O alquil SP2 pode ser moldado em temperaturas acima de 120°C, como outros termoplásticos. Isso significa que ele pode ser utilizado em diferentes setores. A equipe de pesquisa afirma que o material é resistente a riscos e pode ser produzido com diferentes texturas e resistências, conforme a necessidade.

Por exemplo, ele pode ser moldado para ter uma consistência similar ao silicone ou, se necessário, para ser rígido como outros plásticos industriais. Além disso, é compatível com impressão 3D, o que amplia ainda mais seu uso, especialmente em áreas como medicina e saúde.

Essa flexibilidade é possível graças à modificação dos sulfatos de guanidínio durante o processo de fabricação. Com isso, os pesquisadores conseguem adaptar as propriedades do plástico conforme o tipo de uso desejado.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Science, uma das mais respeitadas na área científica. Para os autores, o desenvolvimento do alquil SP2 representa um marco no combate à poluição plástica.

Segundo eles, a capacidade de o material se degradar tanto na água quanto no solo, sem deixar resíduos nocivos, pode transformar a indústria global do plástico. O objetivo agora é avançar na aplicação prática da tecnologia e explorar as possibilidades comerciais desse novo material. O projeto mostra que é possível criar soluções sustentáveis sem comprometer desempenho e segurança.

Com informações de Interesting Engineering.

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Romário Pereira de Carvalho

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