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Um poço tão profundo que supera o Everest ao contrário: conheça a maior perfuração da história e por que ninguém jamais chegará ao núcleo da Terra

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 09/06/2025 às 19:40
Um poço tão profundo que supera o Everest ao contrário: conheça as maiores perfurações da história e por que ninguém jamais chegará ao núcleo da Terra
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Até onde conseguiríamos cavar um buraco? Veja os recordes de profundidade já alcançados na Terra e conheça o buraco mais profundo já feito, com mais de 12 km!

Quem nunca imaginou cavar um buraco até o centro da Terra? É um pensamento quase universal. Mas, claro, isso continua sendo um sonho impossível, mesmo com toda a tecnologia atual. A pergunta que fica é: se nós, como espécie, decidíssemos que escavar a Terra seria nosso maior objetivo, até que profundidade conseguiríamos realmente chegar?

A resposta é fascinante e cheia de marcos impressionantes, alguns que você nem imagina que já foram alcançados.

As primeiras camadas: onde a maioria para

Se você começar a cavar em qualquer ponto da superfície, rapidamente vai ar por algumas profundidades que já fazem parte do nosso cotidiano.

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Com pouco mais de 1,8 metro, você atinge a chamada “profundidade padrão de sepultamento” em muitos países ocidentais. Se algum dia você se perguntou como um apocalipse zumbi poderia começar, essa é a profundidade que seria usada nos filmes.

Descendo um pouco mais, aos 4 metros, foi onde os arqueólogos encontraram o túmulo do faraó Tutancâmon, no Egito. Já aos 6 metros, chegamos ao limite que a maioria dos detectores de metal consegue identificar objetos.

Se você seguir até os 12 metros, estará na profundidade das tocas mais profundas de animais conhecidas, como as construídas por crocodilos-do-Nilo. Aos 20 metros, você alcança as famosas Catacumbas de Paris, um labirinto subterrâneo que abriga os restos de mais de 6 milhões de pessoas.

Estruturas humanas e naturais cada vez mais profundas

Agora começamos a descer um pouco mais, rumo a estruturas humanas e formações naturais impressionantes.

Com 40 metros, temos a piscina mais profunda do mundo, que fica na Polônia e se chama Deepspot. Para você ter uma ideia, se a piscina fosse drenada e você pulasse de cima, levaria quase 3 segundos para atingir o fundo.

Em 100 metros, começamos a falar de segurança nuclear: é mais ou menos essa a profundidade em que resíduos nucleares são armazenados em muitos países. Logo abaixo, a 105,5 metros, fica a estação de metrô mais profunda do mundo, em Kiev, na Ucrânia.

As raízes de plantas também impressionam. A figueira de Wild Fig, na África do Sul, tem raízes que chegam a 122 metros de profundidade, recorde natural.

Com 220 metros, encontramos o ponto mais profundo do Rio Congo, o rio mais profundo do planeta. Já aos 240 metros, você estaria atravessando o túnel ferroviário mais profundo do mundo, que liga as ilhas japonesas de Honshu e Hokkaido.

Os túneis rodoviários também vão fundo. Em 287 metros, temos o túnel rodoviário Ryfylke, na Noruega, o mais profundo de todos.

Agora, um dado curioso e assustador: uma bomba nuclear penetrante como a B83, dos Estados Unidos, pode destruir estruturas localizadas a até 305 metros abaixo do solo, segundo informações da Federation of American Scientists.

O buraco cavado mais fundo… à mão!

Incrivelmente, um buraco cavado à mão atingiu 392 metros. Trata-se do Poço de Woodingdean, no Reino Unido, escavado em 1862. Um feito impressionante para a época.

Mas tem mais: em 603 metros, você encontra a queda vertical mais profunda já registrada dentro de uma caverna. Se alguém caísse nesse abismo, a queda seria mais longa que pular do topo do One World Trade Center, em Nova York, e duraria mais de 11 segundos.

700 metros, temos um caso que marcou o mundo: foi a profundidade em que 33 mineiros chilenos ficaram presos por 69 dias em 2010, no famoso acidente da mina San José.

Em 970 metros, encontramos a maior mina a céu aberto do mundo, a Mina de Bingham Canyon, em Utah (EUA). Seu buraco é tão profundo que daria para colocar um Burj Khalifa inteiro ali dentro e ainda sobrariam mais de 100 metros.

Música, cavernas e mineração extrema

Aos 1.410 metros, aconteceu o concerto mais profundo já realizado, pela banda finlandesa Agonizer. Já o Lago Baikal, na Rússia, atinge 1.642 metros de profundidade, sendo o mais profundo do mundo.

O fundo do Grand Canyon fica a 1.857 metros. E a caverna mais profunda já explorada pelo ser humano, a Veryovkina Cave, na Geórgia, chega a impressionantes 2.197 metros.

Ainda mais fundo, aos 3.132 metros, está a mina Moab Khotsong, na África do Sul. Se você caísse desde o topo, teria 25 segundos de queda livre. Uma viagem de elevador até o fundo leva cerca de 4,5 minutos.

Outro dado curioso: em 3.600 metros, cientistas descobriram um dos organismos multicelulares mais profundos já encontrados, um tipo de verme que sobrevive nessas condições extremas.

Mas os humanos foram além. A mina mais profunda já operada pela humanidade, também na África do Sul, chega a 4.000 metros de profundidade. O trajeto de elevador até o fundo leva mais de uma hora e a temperatura por lá pode ar dos 66 graus Celsius.

E se quisermos ir mais fundo ainda?

crosta oceânica, sob o fundo do mar, tem em média 6.000 metros de profundidade. Se você colocasse o Monte Everest inteiro dentro de um buraco, com seus 8.848 metros, ainda assim não estaria nem perto do centro da Terra.

O ponto mais profundo do oceano, a Fossa das Marianas, chega a 10.994 metros. Mas adivinha? Já cavamos mais fundo que isso.

O famoso projeto soviético Kola Superdeep Borehole, na Rússia, chegou a 12.262 metros. A perfuração foi interrompida quando a temperatura atingiu 180 graus Celsius, tornando impossível continuar.

Mais recentemente, um poço de petróleo chamado Z-44 Chayvo, na Rússia, superou esse recorde ao alcançar 12.376 metros, segundo a empresa Rosneft. Para visualizar isso, seria como empilhar 15 Burj Khalifas um sobre o outro.

Mas a crosta terrestre pode chegar até 70.000 metros de profundidade, e o centro da Terra está a cerca de 6.371 quilômetros do nosso solo. Se compararmos isso com um mapa, seria como partir de Lisboa e tentar alcançar Astana, no Cazaquistão, e até agora só conseguimos arranhar a superfície.

Apesar dos avanços incríveis, nossa jornada rumo ao centro da Terra ainda está nos primeiros centímetros. Perfurações mais profundas esbarram em temperaturas extremas, pressões colossais e desafios tecnológicos enormes.

Mas quem sabe? Se um dia a humanidade realmente tornar isso uma prioridade, talvez possamos descer mais fundo do que jamais imaginamos.

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com [email protected] para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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