Com investimento de R$ 6 bilhões, túnel submerso Santos-Guarujá visa reduzir tempo de viagem para 2 minutos, facilitar logística do Porto de Santos e gerar 9.000 empregos na região
O túnel submerso Santos-Guarujá, uma das obras mais esperadas para a mobilidade urbana e logística do litoral paulista, está movimentando o setor de infraestrutura. O projeto, avaliado em R$ 6 bilhões, atraiu a atenção de grandes construtoras nacionais e internacionais. O leilão para a concessão da obra está previsto para 1º de agosto de 2025, e as propostas deverão ser apresentadas até 28 de julho de 2025, conforme anunciado pelo governo federal e pelo governo de São Paulo.
O edital foi lançado em 27 de fevereiro de 2025, em um evento realizado no Porto de Santos, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Tarcísio de Freitas. Segundo informações do Ministério dos Transportes, a expectativa é que o túnel submerso Santos-Guarujá reduza drasticamente o tempo de deslocamento entre Santos e Guarujá, que atualmente pode levar mais de uma hora, dependendo do tráfego. Com a nova travessia, a previsão é que o tempo de viagem seja reduzido para cerca de dois minutos.
Grandes empresas disputam o projeto do túnel submerso Santos-Guarujá
Entre os grupos interessados na concessão do túnel submerso Santos-Guarujá, destacam-se gigantes da engenharia, como a China Communications Construction Company (CCCC), que está formando um consórcio com a portuguesa Mota-Engil. A CCCC já possui atuação no Brasil e é uma das responsáveis pela construção da ponte Salvador-Itaparica, na Bahia, um dos projetos mais complexos da infraestrutura nacional.
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Outro forte concorrente é a espanhola Acciona, conhecida pelo seu trabalho na Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, além da construção de túneis ferroviários na Noruega e Espanha, consolidando sua experiência no setor de infraestrutura. Um consórcio entre a italiana Webuild e a brasileira Andrade Gutierrez também está na disputa, trazendo expertise em obras de grande porte, como o sistema de comportas de Veneza, projetado para conter inundações na cidade italiana.
No cenário nacional, a Novonor (antiga Odebrecht) e a Queiroz Galvão se uniram para formar um consórcio 100% brasileiro. Inicialmente, a Queiroz Galvão buscou uma parceria com a CCCC, mas divergências estratégicas levaram a empresa a buscar uma nova composição. De acordo com especialistas do setor, a competição entre os consórcios pode resultar em um projeto com alto nível de qualidade técnica e inovações para o setor de mobilidade urbana.
Detalhes técnicos do túnel submerso Santos-Guarujá
O contrato de concessão prevê a construção de um túnel submerso Santos-Guarujá com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros submersos. A infraestrutura contará com seis faixas de tráfego (três por sentido) para carros, caminhões e motos. Também haverá uma pista adaptável para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ciclovia e agem para pedestres.
Segundo o Instituto Brasileiro de Logística, a obra será um marco na infraestrutura viária do país, facilitando o o ao Porto de Santos, responsável por 30% do comércio exterior brasileiro. Atualmente, a travessia entre Santos e Guarujá depende de balsas, que sofrem com longas filas e capacidade limitada.
Investimento e concessão
A concessão do túnel submerso Santos-Guarujá terá duração de 30 anos, e a empresa vencedora será aquela que oferecer o maior desconto sobre o valor estipulado para o serviço. O teto inicial da concessão foi fixado em R$ 304 milhões. Caso haja propostas com desconto de 100%, as empresas poderão reduzir ainda mais o valor do aporte público.
O financiamento da obra será feito por meio de parceria público-privada (PPP), com investimentos provenientes do setor privado e aportes do governo federal. Tanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quanto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já demonstraram interesse em financiar parte do projeto, visando garantir a viabilidade financeira da construção.
Impacto econômico e geração de empregos
Segundo estimativas do Ministério dos Transportes, a obra do túnel submerso Santos-Guarujá deverá gerar cerca de 9.000 empregos diretos e indiretos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico da região. A infraestrutura também facilitará o o a importantes polos industriais e turísticos do litoral paulista, impactando diretamente setores como comércio e turismo.
A previsão é que as obras comecem no primeiro trimestre de 2026, com conclusão esperada para 2031, consolidando o túnel submerso Santos-Guarujá como um dos projetos mais ambiciosos da engenharia nacional.