Medida pode elevar preços, impactar consumidores e gerar mudanças profundas na cadeia global de tecnologia
No dia 23 de maio de 2025, Donald Trump declarou que pretende impor uma tarifa de 25% sobre iPhones importados, caso a Apple não leve a produção para os Estados Unidos. De acordo com o ex-presidente, a medida será aplicada a partir de junho e tem como objetivo estimular a indústria nacional, ao mesmo tempo em que reduz a dependência de fornecedores internacionais. O foco está principalmente em cortar laços com fábricas na China e na Índia. Por isso, a tarifa sobre iPhones se tornou central no plano de Trump. A medida representa uma nova fase da política protecionista americana, que ganhou força desde o início de 2025. Assim, as fabricantes que insistirem em manter suas linhas fora dos EUA, incluindo a Apple, poderão sofrer consequências severas.
Apple pode ser duramente afetada com nova exigência
A Apple é uma das empresas mais expostas a essa possível mudança. Apesar de já ter investido cerca de US$ 500 bilhões em infraestrutura e inovação nos Estados Unidos, a maior parte da sua produção ainda está concentrada na Ásia. O reposicionamento completo da cadeia de fabricação para solo norte-americano, segundo analistas, levaria entre cinco e dez anos. Além disso, isso poderia elevar significativamente o custo dos produtos. Estima-se que um iPhone, que hoje custa em média US$ 1.200, aria a custar até US$ 3.500 com a nova configuração produtiva. Outras gigantes do setor de tecnologia, como Samsung, também estariam sujeitas à nova tarifa, caso continuem operando com linhas de montagem fora dos EUA. Trump defendeu tratamento justo para todas as fabricantes. Ele reforçou que não permitirá exceções. Essa postura amplia o impacto potencial da política econômica.
Queda nas ações e insegurança jurídica aumentam tensão
A repercussão imediata no mercado foi intensa. As ações da Apple recuaram cerca de 3% após o anúncio, refletindo a insegurança dos investidores com os desdobramentos dessa possível tarifa. Há temor de que a mudança traga elevação generalizada dos preços, além de aumentar os custos logísticos e operacionais de forma exponencial. Legalmente, a imposição das tarifas pode enfrentar resistência. Especialistas afirmam que Trump poderia tentar recorrer ao International Emergency Economic Powers Act (IEEPA), uma lei que concede poderes especiais ao presidente em casos de emergência nacional. Contudo, grupos de interesse ou concorrentes afetados consideram controversa a aplicação desse dispositivo em contextos comerciais e poderão judicializá-la.
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Tarifa sobre iPhones reflete disputa entre EUA e China
Desde fevereiro de 2025, os Estados Unidos têm elevado tarifas sobre produtos chineses, atingindo atualmente 145%. A China, como resposta direta, impôs tarifas de até 125% sobre mercadorias dos Estados Unidos, elevando as tensões de forma considerável. Esse movimento, portanto, integra uma estratégia econômica mais ampla adotada por Washington, que visa pressionar parceiros e reduzir déficits nas relações internacionais. Como resultado, a disputa comercial desencadeia uma rede de tensões que vai além das fronteiras, alcançando cadeias produtivas e afetando diversas empresas globais. Além disso, a tarifa de 25% sobre smartphones fabricados fora dos EUA é tratada como um reflexo dessa guerra econômica mais ampla. Dessa forma, a medida reforça o esforço norte-americano para remodelar as bases da indústria tecnológica em escala global.
Preço dos iPhones pode disparar com nova tarifa de importação
Se a tarifa for realmente aplicada, os consumidores americanos deverão arcar com parte do custo. Os preços dos dispositivos móveis podem subir drasticamente, tornando-os iníveis para parte da população. Além disso, a reorganização das cadeias produtivas poderá causar escassez de componentes, atrasos em entregas e uma onda de reajustes em produtos eletrônicos. As empresas, por outro lado, enfrentarão o desafio de equilibrar custos operacionais. Além disso, precisarão manter a competitividade a qualquer custo. Portanto, estratégias de produção e distribuição deverão ser urgentemente revistas. Caso contrário, as novas tarifas poderão comprometer seus resultados no mercado. O cenário evidencia, portanto, a complexidade das relações comerciais internacionais e a necessidade de políticas que estimulem a indústria nacional sem desestabilizar o mercado global de tecnologia.