Toyota Hilux é uma lenda globalmente reconhecida pela sua durabilidade extrema, mas enfrenta barreiras incomuns para entrar no mercado dos EUA, revelando uma história de tributos e estratégias que poucos conhecem e impactam diretamente seu sucesso.
A Toyota Hilux, uma das picapes mais famosas e resistentes do mundo, não está disponível nas concessionárias dos Estados Unidos, o maior mercado global para esse tipo de veículo.
Essa ausência inesperada não resulta de problemas técnicos ou falta de interesse dos consumidores, mas sim de um imposto inusitado que remonta aos anos 1960.
Conhecido como “Chicken Tax” (Imposto do Frango), esse tributo de 25% sobre a importação de picapes tornou praticamente inviável a entrada da Hilux no mercado americano.
-
A motocicleta que superou a CG 125, a Bros e até a Pop: a mais vendida do Brasil faz 62 km/l e ainda é a favorita dos entregadores em 2025
-
A saga da marca de eletrodomésticos que desafiou a desconfiança garantia vitalícia
-
Mega projeto portuário do Brasil está impressionando o planeta
-
Esqueça o asfalto: Concreto ganha espaço e desafia reinado das estradas no Brasil com vida útil de 30 anos
De acordo com especialistas, essa tarifa foi criada em resposta a uma guerra comercial envolvendo a exportação de frangos americanos para a Europa, e acabou afetando diretamente a importação de veículos utilitários leves.
A história da Hilux revela um curioso contraste entre sua fama global e sua ausência num país apaixonado por picapes.
Enquanto a Hilux é venerada em diversas regiões do planeta por sua durabilidade extrema, seu sucesso não ultraou as fronteiras dos Estados Unidos.
Esse paradoxo está ligado a fatores econômicos, regulatórios e de mercado que ajudaram a moldar o cenário automobilístico norte-americano.
A lenda da resistência da Toyota Hilux
Desde o seu lançamento no final da década de 1960, a Toyota Hilux conquistou uma reputação quase mítica.
O nome “Hilux” vem da junção das palavras “High” (alto) e “Luxury” (luxo), embora seu primeiro modelo fosse muito mais funcional do que sofisticado.
O foco da Toyota sempre foi a criação de uma picape que resistisse aos piores terrenos e condições, com manutenção simples e durabilidade excepcional.
Testes dramáticos mostraram a Hilux resistindo a situações extremas, como ser submersa em água, destruída em desastres e continuar funcionando sem falhas.
Por isso, virou a preferida de agricultores, exploradores, agências humanitárias e até grupos militares que atuam em zonas de conflito.
Inclusive, durante a chamada “Toyota War” na África, o uso da Hilux armada com metralhadoras e lança-foguetes reforçou sua imagem como veículo praticamente indestrutível.
Por que a Hilux não conquistou os EUA?
O desaparecimento da Hilux das lojas americanas, apesar da enorme paixão do país por picapes, é resultado direto do “Chicken Tax”.
Esse imposto foi instituído em 1964 pelo governo do presidente Lyndon B. Johnson como resposta a uma tarifa europeia que prejudicava as exportações de frango dos EUA.
O governo norte-americano aplicou um tributo de 25% sobre a importação de picapes leves, caminhões e outros produtos, visando proteger a indústria nacional.
Esse imposto acabou se tornando uma barreira quase intransponível para fabricantes estrangeiros que desejassem vender picapes importadas nos EUA.
Embora o “Chicken Tax” tenha sido criado inicialmente para atingir a Volkswagen e suas picapes derivadas da Kombi, ele permaneceu vigente até hoje, restringindo fortemente a entrada da Toyota Hilux no mercado.
O resultado? A Hilux tornou-se cara demais para competir com modelos americanos produzidos localmente, mesmo sendo altamente confiável e resistente.
Além disso, o consumidor norte-americano tem preferência por picapes maiores, potentes e mais confortáveis, enquanto a Hilux foi concebida para robustez e simplicidade.
A solução da Toyota: a Tacoma
Para driblar essa restrição, a Toyota optou por fabricar um modelo exclusivo para os EUA, produzido localmente para evitar a tarifa de 25%.
Nasceu assim a Toyota Tacoma, lançada na metade dos anos 1990.
Embora compartilhe o mesmo DNA da Hilux, a Tacoma foi desenvolvida para agradar ao mercado americano, com suspensão calibrada para conforto, motores ajustados para desempenho em estradas e design alinhado às preferências locais.
O modelo se encaixa no segmento de picapes médias, concorrendo com Ford Ranger, Chevrolet Colorado e Nissan Frontier.
Já a Hilux seguiu sua trajetória global, dominando mercados onde a resistência e simplicidade são mais valorizadas.
Nos EUA, a Toyota também oferece a Tundra, uma picape full size destinada a competir com gigantes como Ford F-150 e Chevrolet Silverado, reforçando sua estratégia de mercado.
Regulamentações ambientais e mercado
Outro motivo que influenciou a retirada da Hilux do mercado norte-americano foram as regras ambientais cada vez mais rígidas, especialmente a partir dos anos 1980 e 1990.
As leis de emissões para motores a diesel tornaram sua adaptação mais complexa e custosa, fazendo com que o investimento necessário para manter a Hilux em conformidade nos EUA fosse muito alto.
Somado a isso, a preferência dos consumidores por veículos mais espaçosos, confortáveis e potentes reforçou a decisão da Toyota de apostar na Tacoma para esse público.
Hilux, um mito que vive pelo mundo
Hoje, a Toyota Hilux segue sendo um verdadeiro ícone global.
Sua reputação de durabilidade e resistência permanece intacta, sendo uma das picapes mais iradas em países da Ásia, África, América Latina e até mesmo na Austrália.
Ela é sinônimo de confiabilidade para quem enfrenta os desafios mais duros da vida real, desde terrenos inóspitos até condições extremas de trabalho.
No entanto, no maior mercado de picapes do mundo, ela permanece uma ausência curiosa, fruto de uma guerra comercial iniciada há quase seis décadas e das escolhas estratégicas da Toyota.
Enquanto isso, a Tacoma se firma como alternativa ideal para o consumidor americano, demonstrando que nem sempre o mais resistente é o mais adequado para um mercado específico.
E você, leitor, acha que a Hilux faria sucesso nos Estados Unidos se o “Chicken Tax” não existisse? Ou acredita que o mercado americano prefere mesmo os modelos que a Toyota desenvolveu especialmente para ele? Deixe sua opinião nos comentários!
Não foi bem isso que eu ouvi lá nos EUA não,o que eu ouvi tem haver com segurança…a Hilux não ou em determinados requisitos de segurança. Portanto, a Toyota projetou a Tundra de acordo com a exigência da lei dos EUA. E vende igual a água lá. Em países que a Hilux é adorada,normalmente as leis são facilmente burladas,inclusive o Brasil. Não que a camionete seja ruim,pelo contrário…mas,em se tratando de cumprimento de leis,o Brasil não é lá essas coisas. Um abraço aos proprietários de Hilux.