Protótipo da Vermeer em parceria com a Interlune promete extrair hélio-3 da Lua e pode mudar o futuro energético da Terra.
Uma nova corrida tecnológica está em curso — e desta vez, o destino é a Lua. A fabricante americana Vermeer, com sede em Iowa, revelou o protótipo em escala real de uma escavadeira projetada para operar no solo lunar.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup Interlune, focada na mineração fora da Terra.
Máquina robusta para missão ambiciosa
O equipamento foi desenvolvido para extrair hélio-3 da superfície lunar, uma substância rara na Terra, mas abundante no rególito lunar.
-
Descoberta de ferramentas de 40 mil anos nas Filipinas contradiz Europa e África como berços da navegação: tecnologia avançada em pleno Paleolítico
-
Descoberta de 100 novas estruturas em Gran Pajatén dobra conhecimento sobre civilização Chachapoya e revela rede de cidades perdidas na floresta nublada do Peru
-
Arqueólogos descobrem povo extinto de 6.000 anos na Colômbia com DNA diferente e jamais visto, sem descendentes vivos conhecidos, quem são eles?
-
De hacker condenado por tentar extorquir a Apple com dados de usuários a executivo contra fraudes: o jovem de 22 anos que deu a volta por cima em uma reviravolta surpreendente
O objetivo da máquina é escavar até 100 toneladas métricas de solo por hora, separando os elementos, extraindo o hélio-3 e preparando tudo para envio ao planeta de origem.
A Vermeer se responsabilizou pelo desenvolvimento da escavadeira, que precisa atender a condições severas de operação, incluindo calor extremo, frio intenso e ausência de atmosfera.
O CEO da Interlune, Rob Meyerson, destacou a tradição da parceira como fator decisivo. “A Vermeer tem um legado de inovação e excelência que começou há mais de 75 anos, o que a torna a parceira ideal”, disse.
Hélio-3: recurso estratégico do futuro
O hélio-3 é um isótopo valorizado em várias áreas. Ele pode ser usado na fabricação de semicondutores, fibras ópticas e supercondutores.
Além disso, é apontado como possível combustível para fusão nuclear, o que representa um avanço energético com enorme impacto para o futuro da humanidade.
Na Terra, o hélio-3 é escasso. Suas reservas estão diminuindo. Por isso, as pesquisas voltadas à mineração lunar estão ganhando força. A Interlune conta com apoio da NASA e do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Komatsu também entra na disputa
Mas os americanos não estão sozinhos nesse novo capítulo da exploração espacial. A gigante japonesa Komatsu também trabalha em escavadeiras lunares.
A empresa apresentou seu protótipo na CES 2025. A proposta é criar máquinas 100% elétricas, adequadas a um ambiente onde motores a combustão não funcionam por falta de oxigênio.
As escavadeiras da Komatsu foram desenvolvidas com foco em resistir a temperaturas entre +110 °C e -170 °C. A empresa trabalha em sistemas de controle térmico e tecnologias de eletrificação para tornar possível o funcionamento contínuo no ambiente lunar.
Segundo a Komatsu, usar motores elétricos movidos a energia solar parece ser o caminho mais lógico. No entanto, a empresa reconhece que os desafios operacionais são grandes e ainda exigem muitas soluções.
Missão lunar está prevista para 2030
Apesar da concorrência da Komatsu, a Interlune e a Vermeer parecem estar em vantagem no momento. O protótipo revelado pelas duas é maior, já foi testado em escala real e se mostrou eficiente. A escavadeira conta ainda com mais apoio financeiro e governamental.
Segundo Gary Lai, cofundador e CTO da Interlune, o processo de escavação em larga escala para obtenção de hélio-3 nunca foi feito antes. “A escavação de alta taxa necessária para coletar hélio-3 da Lua em grandes quantidades nunca foi tentada antes”, explicou.
A Interlune tem como meta lançar sua primeira missão lunar até 2030. A próxima etapa do projeto inclui novos testes e melhorias na operação da escavadeira.
Os avanços da Vermeer e da Komatsu são apenas o começo de um novo momento da história da tecnologia.
A industrialização lunar é vista por especialistas como uma fronteira comparável à exploração dos oceanos ou à perfuração inicial de petróleo.
O controle das reservas de hélio-3 pode se tornar uma vantagem estratégica, com impacto direto na economia global e nas relações geopolíticas nas próximas décadas.