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Startup americana realiza primeira operação industrial de reator elétrico e produz tonelada de aço com tecnologia que promete reduzir emissões na siderurgia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 25/04/2025 às 21:50
aço
foto: ia

Startup opera reator multiânodo e produz primeira tonelada de aço com tecnologia que pode reduzir emissões na siderurgia

A startup Boston Metal alcançou um marco importante no desenvolvimento de sua tecnologia para produzir aço sem grandes emissões de gases de efeito estufa. A empresa operou com sucesso seu maior reator até hoje, conseguindo produzir mais de uma tonelada de metal, segundo informações da MIT Technology Review.

O feito representa um o importante para a comercialização da tecnologia da Boston Metal. O processo desenvolvido utiliza eletricidade para produzir aço.

Dependendo da fonte dessa eletricidade, a produção pode ser quase livre de emissões de carbono. Atualmente, a indústria global de aço é responsável por cerca de 3 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono a cada ano.

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Primeira tonelada de aço produzida

A operação do novo reator industrial começou em janeiro. Após várias semanas, a Boston Metal extraiu aproximadamente uma tonelada de material em 17 de fevereiro.

O feito marca a transição da empresa para uma escala mais próxima da necessária para competir com a produção convencional de aço.

O reator foi instalado em Woburn, Massachusetts. A instalação começou a ser construída em 2022.

Desde então, a empresa testou o equipamento com a produção de outros metais antes de adaptá-lo para a fabricação de aço.

O processo tradicional de produção de aço usa um alto-forno e coque, um combustível à base de carvão. A reação química libera grandes quantidades de dióxido de carbono.

Já o método da Boston Metal substitui o coque por eletricidade em um processo conhecido como eletrólise de óxido fundido (MOE).

Eletrólise de óxido fundido

No MOE, o minério de ferro é colocado em um reator junto com outros ingredientes. Em seguida, a eletricidade aquece a mistura a cerca de 1.600 °C.

Isso provoca as reações químicas que transformam o minério em ferro, que pode ser transformado em aço.

Ao contrário do processo tradicional, o MOE emite oxigênio em vez de dióxido de carbono. Se a eletricidade usada for gerada a partir de fontes renováveis, como solar, eólica ou nuclear, o impacto climático da produção de aço pode ser drasticamente reduzido.

A tecnologia foi desenvolvida originalmente no MIT. A Boston Metal foi fundada em 2013 para levar o método do laboratório para a escala industrial.

Nos primeiros testes, os reatores eram do tamanho de uma xícara de café. Agora, a empresa opera reatores que produzem toneladas de metal por vez.

Desafios para escalar a produção

Segundo Adam Rauwerdink, vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios da Boston Metal, a escala da indústria siderúrgica é gigantesca. Para ser comercialmente viável, é necessário produzir volumes muito altos de aço.

Um dos desafios técnicos mais importantes foi o desenvolvimento de ânodos inertes. Essas peças metálicas conduzem a eletricidade no reator.

Em teoria, elas não deveriam se desgastar. Mas, se as condições de operação não forem ideais, podem sofrer degradação.

Nos últimos anos, a empresa fez progressos importantes na durabilidade dos ânodos. Agora, a etapa atual envolve o uso de múltiplos ânodos no mesmo reator.

Em reatores pequenos, basta um ânodo. Já em reatores maiores, é preciso adicionar vários ânodos para manter a eficiência do processo.

O teste recente do reator multiânodo demonstrou que a abordagem da Boston Metal pode ser ampliada. O objetivo é construir reatores ainda maiores, operando com vários ânodos e depois integrar vários reatores em uma mesma planta industrial.

Próximos os da Boston Metal

Com a operação bem-sucedida do primeiro reator multiânodo para produção de aço, a Boston Metal agora se concentra em entender melhor as reações em escala maior. Outro objetivo é calcular o custo real de fabricação do aço produzido.

O plano para os próximos anos é construir um sistema ainda maior. Segundo Rauwerdink, esse novo equipamento não caberá na instalação atual em Boston.

Enquanto o reator atual leva cerca de um mês para produzir uma ou duas toneladas de metal, o novo sistema será capaz de produzir a mesma quantidade em apenas um dia.

A planta de demonstração deve começar a ser construída em breve. A previsão é que entre em operação no final de 2026 e inicie a produção em 2027. A longo prazo, a estratégia da empresa é licenciar a tecnologia para grandes siderúrgicas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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