A fabricante Siemens Gamesa anunciou uma nova turbina eólica offshore de 21,5 megawatts, entrando em confronto direto com os avanços da China no setor. A potência inédita posiciona a empresa na vanguarda da geração de energia limpa e amplia a corrida tecnológica entre gigantes da energia renovável
A Siemens Gamesa concluiu a instalação de uma mega turbina eólica, uma das mais potentes do mundo. Com capacidade de 21,5 megawatts e um diâmetro de rotor de 276 metros, o equipamento marca um novo o na corrida global por energia renovável.
A instalação da mega turbina eólica ocorreu na Dinamarca e foi divulgada pela primeira vez no dia 2 de abril, segundo informações confirmadas pela revista Windpower Monthly.
A iniciativa posiciona a empresa europeia para disputar mercado com os fabricantes chineses, que nos últimos anos lideram o desenvolvimento de turbinas eólicas de grande porte. O modelo, no entanto, ainda é considerado um protótipo.
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Super turbina eólica: protótipo para testes
Apesar da alta potência, a Siemens Gamesa classifica a nova turbina como uma instalação de teste. A empresa mãe, Siemens Energy, adotou uma postura cautelosa sobre o futuro comercial do projeto. Segundo o CEO Christian Bruch, nenhuma decisão foi tomada a respeito da oferta do equipamento no mercado.
O objetivo inicial é validar tecnologias, garantir certificações e otimizar o projeto. A Agência Dinamarquesa de Energia concedeu um certificado de protótipo, que autoriza a Siemens Gamesa a operar e aprimorar o modelo até o ano de 2027.
As regulamentações locais exigem que turbinas com área de rotor superior a 5 metros quadrados atendam a padrões rígidos de segurança e design, reforçando a importância dessa fase de testes.
Resposta à liderança chinesa
A instalação da mega turbina eólica representa uma tentativa de resposta europeia ao avanço chinês no setor. Fabricantes da China têm se destacado na construção de turbinas de altíssima capacidade.
A Dongfang Electric, por exemplo, anunciou um modelo de 26 MW, enquanto a MingYang desenvolveu turbinas entre 18 MW e 20 MW.
O modelo SG DD-276 da Siemens Gamesa ainda não supera os números chineses, mas é um dos projetos mais ambiciosos da Europa. Seu diâmetro de rotor é inferior ao dos principais concorrentes asiáticos, mas a tecnologia empregada busca alcançar um novo patamar de eficiência.
Outros fabricantes ocidentais, como GE Wind Energy e Vestas, seguem caminhos mais conservadores. O modelo Haliade-X da GE chega a 14 MW, enquanto o V236 da Vestas atinge 15 MW. A diferença em potência mostra o quanto a indústria europeia ainda avalia com cautela os desafios técnicos e logísticos das turbinas maiores.
Desafios
Com o aumento da capacidade das turbinas, surgem também obstáculos. Modelos mais potentes exigem transporte complexo, instalação especializada e manutenção em condições difíceis. São fatores que pesam na decisão das empresas sobre expandir ou não esse tipo de projeto.
Nos últimos anos, problemas operacionais afetaram vários fabricantes de turbina eólica, especialmente os ocidentais. Essas dificuldades causaram prejuízos financeiros e atrasos na produção. A Siemens Gamesa espera evitar os mesmos erros com o novo protótipo.
O foco agora está em garantir um desempenho confiável, antes de considerar a entrada do modelo no mercado comercial. A ideia da empresa é buscar equilibrar inovação com praticidade.
Corrida pela inovação continua
A instalação da turbina eólica de 21,5 MW é um marco para a Siemens Gamesa, mas ainda não define o futuro do setor. Especialistas permanecem divididos sobre a viabilidade de turbinas tão grandes se tornarem padrão.
Enquanto isso, a competição entre fabricantes europeus e chineses segue intensa. A busca por soluções mais eficientes e sustentáveis continua a moldar os rumos da energia eólica offshore em todo o mundo.
Com informações de Interesting Engineering.