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Rio Grande do Sul: potência regional com identidade própria, força econômica e desafios históricos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/05/2025 às 22:58
Atualizado em 21/05/2025 às 12:39
Rio Grande do Sul
Foto: Reprodução

Apesar de seu tamanho, economia diversificada e identidade cultural forte, o Rio Grande do Sul enfrenta desafios históricos e divide opiniões com movimentos separatistas que recebem duras críticas

Com um território maior que o Reino Unido e população superior à de Portugal, o Rio Grande do Sul se destaca como um dos estados mais expressivos do Brasil.

Rica em cultura, forte no agronegócio e com economia diversificada, a região também convive com dificuldades estruturais que desafiam seu potencial de desenvolvimento.

Território amplo e localização estratégica

O Rio Grande do Sul possui 281 mil km², o que o tornaria o 73º maior país do mundo, caso fosse uma nação.

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Suas fronteiras se estendem até Argentina e Uruguai, além dos estados de Santa Catarina e Paraná.

A costa marítima ultraa 600 km, com destaque para o porto de Rio Grande, uma das principais saídas do país para exportações.

A localização é considerada estratégica. O estado conecta o Brasil ao Cone Sul, com o ao Oceano Atlântico e à região dos Pampas, servindo de elo logístico e comercial com países vizinhos.

População urbana e bons indicadores sociais

Com cerca de 11,3 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul supera em população nações como Grécia, Bélgica e Suécia.

A maioria vive em áreas urbanas, concentrada em cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas, Santa Maria e o Fundo.

A taxa de alfabetização supera 97%, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado é de 0,787 — um dos mais altos do Brasil.

A expectativa de vida é de 78 anos, acima da média nacional.

Economia forte e diversificada

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado gira em torno de R$ 660 bilhões, ou cerca de US$ 132 bilhões. O PIB per capita ultraa os R$ 58 mil.

A economia gaúcha está entre as maiores do país, com destaque no agronegócio, indústria e setor de serviços.

O campo tem papel central: o estado é um dos líderes nacionais na produção de soja, milho, arroz, trigo, carnes e leite.

A agroindústria exporta para diversos países, como China, Estados Unidos e União Europeia.

A indústria também é diversificada, com polos em tecnologia, calçados, móveis, metalurgia e automação agrícola. Universidades como UFRGS e UFSM mantêm ligação com centros de pesquisa e inovação.

Infraestrutura sólida, mas com vulnerabilidades

A matriz energética do estado é majoritariamente renovável, com forte presença de hidrelétricas e investimentos em eólicas e solares.

A rede de saúde possui hospitais de referência, como o Clínicas e o Moinhos de Vento, além de cobertura razoável nos grandes centros urbanos.

Por outro lado, regiões afastadas ainda enfrentam dificuldades de o à saúde e educação.

A desigualdade regional e o êxodo de jovens qualificados para outras regiões do país permanecem como desafios estruturais.

O peso da dívida e do mercado

Apesar de seus avanços, o Rio Grande do Sul carrega um dos maiores endividamentos entre os estados brasileiros.

A relação entre dívida consolidada e receita corrente líquida é uma das piores do país, ao lado de Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O mercado interno limitado também representa uma barreira. Com 11 milhões de habitantes, o estado depende das conexões com o restante do Brasil, que conta com mais de 200 milhões de consumidores.

Movimento separatista e suas críticas

Ideias separatistas têm ganhado visibilidade nas últimas décadas, impulsionadas por grupos que defendem a independência do estado.

Para esses movimentos, o Rio Grande do Sul teria condições econômicas, culturais e territoriais para se autossustentar como país.

No entanto, essas propostas enfrentam forte oposição. Especialistas e lideranças políticas apontam que o separatismo é uma ideia ultraada, elitista e incompatível com a realidade brasileira.

Argumentam que a interdependência econômica com o restante do país torna a separação inviável e prejudicial, especialmente para a indústria e o comércio gaúcho.

Além disso, a independência poderia isolar o estado, expô-lo à concorrência internacional sem as proteções tarifárias do Brasil e dificultar a permanência de empresas que hoje dependem de incentivos federais.

Críticos também afirmam que o movimento reforça desigualdades históricas e evita enfrentar os problemas reais do estado dentro do pacto federativo.

O caminho da autonomia dentro da federação

Para muitos, a saída mais sensata não é romper com o Brasil, mas ampliar a autonomia regional dentro do atual modelo federativo.

Assim como ocorre nos Estados Unidos, onde os estados têm grande poder para legislar, arrecadar e istrar, o Rio Grande do Sul poderia liderar um movimento por reformas federativas.

Mais liberdade para gerir tributos, desenvolver políticas públicas específicas e decidir sobre investimentos locais poderia destravar o potencial do estado, mantendo o o ao mercado nacional e aos recursos federais.

O Rio Grande do Sul tem atributos de um país: território extenso, cultura rica, população numerosa, economia sólida e instituições reconhecidas.

Mas também enfrenta obstáculos reais, como endividamento, desigualdade regional e dependência de políticas nacionais.

O desafio está em valorizar o protagonismo do estado, buscar reformas estruturais e fortalecer sua posição dentro de uma federação mais justa e eficiente.

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Rodrigo Luciano da Silveira
Rodrigo Luciano da Silveira
21/05/2025 00:00

A matéria esqueceu de dizer que é um dos três estados mais endividados do Brasil, que está entre os estados mais violentos do país, e o mais importante, se virasse um país teria um mercado interno de 11 milhões de habitantes o que significa que suas indústrias perderiam um mercado de 216 milhões de habitantes que seria o Brasil, mercado que suas indústrias tēm o livre sem taxação do governo federal o que permite as empresas de lá terem competitividade , ora o Brasil cobra muitos impostos sobre importação, o mais provável é que as indústrias gaúchas atravessariam a fronteira para o Brasil e produzissem aqui pois o mercado brasileiro é 21 vezes maior do que o RGS, outro fator seria que as indústrias gaúchas teriam que competir com empresas do mundo todo inclusive as chinesas sem proteção de produto nacional, seria tudo importação, a idéia é tão **** que só no Rio Grande do Sul fala-se esta besteira, SP tem, território maior, população 4 vezes maior, PIB 15 vezes maior e seria a segunda maior econômica da América do Sul e eles não falam esta besteira porque sabem que precisam do mercado nacional

Rodrigo Utzig
Rodrigo Utzig
Em resposta a  Rodrigo Luciano da Silveira
21/05/2025 06:56

Bom dia. De fato poderia perder parte do mercado interno do Brasil(200 milhões) Mas poderia ganhar o mundo(9 bilhões) que aí sim com carga tributária menor poderia competir em condições melhores com outros países. O RS é uma plataforma exportadora-externa. E por conta da Lei Kandir, quanto mais ele exporta, mais ele perde arrecadação de ICMS, sendo punido por sua eficiência .Diferente do SP, que é um grande importador externo e maior exportador interno. São realidades diferentes São Paulo arrecada muito pois a Lei Kandir não prejudica sua economia. Muito boa essa reflexão. Mas o fato concreto é que somos um único país, indissolúvel e penso que é assim que deve ser.

Aguinaldo França
Aguinaldo França
Em resposta a  Rodrigo Utzig
21/05/2025 08:58

Se você tivesse lido toda a reportagem antes de falar bobagem veria que ele falou sobre o endividamento do estado sim, se Luciano. O que a reportagem não fala é sobre a quantidade de impostos que o estado gera e vai pra Brasília e de lá volta uma miséria e o estado ainda vai pagar por esse endividamento pelos próximos 100anos e nunca vai se livrar disso.Pra quem não entende pagamos pelo nosso próprio dinheiro que suamos para conseguir e o governo **** nós tira tudo e deixa as migalhas.

Everson
Everson
Em resposta a  Rodrigo Luciano da Silveira
22/05/2025 06:45

Desde quando o PIB de São Paulo é 15x maior do que o PIB do Rio Grande do Sul?! Afinal você sabe o que é 15x alguma coisa ser maior ou menor do que outra? – O PIB do Brasil sim, é aproximadamente 15x maior do que o PIB do RS, o de São Paulo, no entanto, é 5x maior. – Desde quando a área territorial do estado de São Paulo é maior do que a área do Rio Grande do Sul?! – O seu mapa do IBGE mostra isso, é modelo único então.

Luciano Gutterres
Luciano Gutterres
21/05/2025 09:19

Sinceramente, uma matéria como esta não colabora de forma nenhuma com uma evolução positiva do cenário nacional. Só vem com a clara intenção de corroborar com a ideia arcaica e elitista de um separatismo sem fundamento. Ou farão uma matéria de igual teor sobre cada estado pra insuflar ainda mais a cisão que nos arrasta para um obscurantismo histórico?
Eu, como brasileiro gaúcho, tenho vergonha destes movimentos, pois dá margem que pensem que esta **** é um anseio do povo em nosso estado. Muito triste que um veículo de comunicação sério permita este tipo de matéria.

Alberto Alves dos Santos
Alberto Alves dos Santos
21/05/2025 18:06

Olá Fábio e a todos os Comentaristas desta matéria!

Dá uma olhada neste comentário que fiz na matéria do G “A era dourada dos tratores brasileiros da CBT que foi brutalmente encerrada pela tempestade da nova economia e concorrência”
Link: /a-era-dourada-dos-tratores-brasileiros-da-cbt-que-foi-brutalmente-encerrada-pela-tempestade-da-nova-economia-e-concorrencia-btl96/

Agora eu estou adicionando na sua matéria o seguinte:

O nosso país (Brasil) é fraco em Ciências, fraco em Tecnologias e fraco em Aplicações tanto antigas, quanto contemporâneas ou mais atuais, portanto não é o Rio Grande do Sul; Santa Catarina; Paraná ou São Paulo que fogem a regra. Afirmo com toda veemência que estou muito certo.

A propósito – Você pode me informar quantas fábricas gaúchas / brasileiras têm de motores a combustão interna (Álcool – Gasolina – Diesel)? Quantas fábricas de semicondutores tanto de potência quanto de microeletrônica tem os gaúchos / brasileiros? Quantas fábricas de carros de eio nacionais tem os gaúchos / brasileiros? Quantas fábricas de corrente para bicicleta tem os gaúchos / brasileiros? Ainda em bicicletas – Quantas fábricas de kset (conjunto de sprockets – roda dentada) tem os gaúchos / brasileiros? Quantas fábricas de Trens tem os gaúchos / brasileiros? Quantas fábricas de Turbinas Aeronáuticas tem os gaúchos / brasileiros? Para esta última eu tenho interesse particular pois quero montar uma indústria aeronáutica para concorrer com a Embraer / Brasil.
Nota: Procure saber quem são os fornecedores da muito irada brasileira Embraer se não conseguir, eu te ajudo.

Cuidado quando falar a respeito de agricultura: Você já ouviu falar desta sigla no campo da agricultura ABCD, procure saber o que representa estas quatro letras, faça uma forcinha, se não achar eu terei o maior prazer em te informar.

Para não ser muito taxativo a respeito da nossa fraqueza, o nosso país domina alguma coisa com petróleo através da Petrobrás S.A. e eletricidade através da WEG S.A. e só.

Teria uma infinidade de exemplos da fraqueza do nosso país, para você e muitos que aqui estão fazendo comentários nesta matéria.

Por penúltimo e não menos importante: O Governo do Lula (PT) foi muito generoso com o Auxílio na última enchente devastadora em Porto Alegre e outras regiões / Rio Grande do Sul / Brasil, até onde sei serão R$ 10.000.000.000,00 (R$ 10 bi) com parcelas a perder de vista. Espero que o RGS saiba bem quem foi o generoso governo que fez o benefício.
Não soube de nenhuma entidade civil dos separatistas do RGS que tenha se manifestado para ajudar. Fico por aqui neste assunto.

Para finalizar:
O Rio Grande do Sul, com a separação, seria um país de 11 milhões de habitantes dependente de Ciências, Tecnologias e Aplicações como o Brasil. Para ser mais preciso seria um Mini ou Micro Brasil.

Um abraço.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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