Inovação logística: caminhão elétrico com gerador a gasolina demonstra eficiência e sustentabilidade em testes na Alemanha
Entre fevereiro e maio de 2025, a DHL realizou testes com um caminhão elétrico de autonomia estendida, também conhecido como EREV.
A parceria foi firmada com a fabricante Scania. O teste foi feito na rota entre Berlim e Hamburgo, na Alemanha.
Durante os 100 dias de avaliação, o veículo percorreu cerca de 22 mil quilômetros. A operação foi majoritariamente elétrica.
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O caminhão funcionou com tração elétrica por 91,9% do tempo. Já o gerador a gasolina foi acionado em apenas 8,1% dos casos.
Esse acionamento ocorreu em situações específicas, como falhas no carregamento ou em temperaturas extremamente baixas.
Como resultado direto do teste, houve uma redução de mais de 90% nas emissões de dióxido de carbono.
Essa redução evitou a liberação de quase 16 toneladas métricas de CO₂ no período.
Segundo a Scania, os dados mostram que o modelo EREV tem potencial real para transformar o transporte rodoviário sustentável.
Especificações técnicas e potencial de expansão do EREV
O caminhão utilizado é baseado no modelo da linha G elétrica da Scania. Ele conta com tração 6×2.
O motor elétrico tem potência contínua de 230 kW, com picos que chegam a 295 kW. Isso garante um bom desempenho.
Já a bateria, de íons de lítio, possui 416 kWh. Além disso, o caminhão conta com um gerador auxiliar a gasolina com potência de 120 kW.
Essa combinação garante cerca de 250 quilômetros de autonomia somente no modo elétrico.
Contudo, a Scania estuda uma nova versão com bateria de 520 kWh. Essa evolução permitirá uma autonomia ainda maior e mais competitiva.
Além disso, a ampliação da capacidade poderá reduzir ainda mais a necessidade do uso do gerador.
Vantagens operacionais e sustentabilidade no transporte de cargas
O uso do gerador a gasolina como extensor de autonomia proporciona flexibilidade logística em locais com pouca estrutura de recarga.
Diferente de caminhões híbridos tradicionais, esse sistema não aciona as rodas diretamente por combustão.
Na prática, o gerador apenas recarrega as baterias. Dessa forma, a tração se mantém 100% elétrica em todo o percurso.
Outra vantagem é a possibilidade de configurar o sistema. O operador pode limitar o uso do gerador conforme a demanda ambiental e operacional.
Portanto, mesmo em longas distâncias, é possível manter baixos níveis de emissões. Isso contribui diretamente para metas de descarbonização.
Desafios regulatórios e a necessidade de políticas de apoio
Apesar dos benefícios, a DHL aponta falhas na regulamentação atual da União Europeia.
Segundo a empresa, os sistemas de pedágios e incentivos ambientais não consideram adequadamente tecnologias como o EREV.
O CEO da DHL, defende mudanças urgentes nas regras. Para ele, a legislação deve acompanhar a inovação tecnológica no setor de transportes.
O executivo também sugere o uso futuro de combustíveis renováveis no gerador. Isso poderá reduzir ainda mais as emissões.
Nesse cenário, políticas de estímulo são fundamentais para expandir a frota e acelerar a descarbonização logística.
Perspectivas futuras e o papel das tecnologias transitórias
A parceria entre Scania e DHL mostra como soluções intermediárias podem ter grande impacto ambiental no curto prazo.
Enquanto a infraestrutura de recarga elétrica ainda avança, o EREV preenche uma lacuna importante no setor.
Com políticas públicas adequadas, essa tecnologia pode crescer rapidamente e contribuir para o cumprimento das metas climáticas globais.
Além disso, ela serve como modelo de transição sustentável. Isso mostra que é possível combinar inovação com responsabilidade ambiental desde agora.
Essa estratégia fortalece o compromisso da indústria com um transporte de cargas mais limpo e eficiente.