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Risco invisível — Produtos perfumados liberam poluição em níveis semelhantes ao escape dos veículos

Publicado em 16/03/2025 às 08:30
Produtos perfumados, Qualidade do ar, poluição do ar
Vela perfumada. (Imagem representativa)
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Pesquisa aponta que substâncias químicas presentes em produtos perfumados contribuem para a poluição do ar interno, podendo impactar a qualidade do ambiente e a saúde respiratória

O uso de produtos perfumados em ambientes fechados pode causar níveis de poluição do ar semelhante aos gerados por escapamentos de veículos.

É o que aponta um novo estudo da Universidade Purdue. A pesquisa analisou o impacto das velas sem chama e revelou que elas liberam partículas minúsculas que podem penetrar profundamente nos pulmões, com potenciais riscos à saúde.

Fontes de poluição do ar interno

Ao pensar em poluição do ar, a maioria das pessoas associa o problema a fábricas e veículos. No entanto, há fontes menos óbvias nas casas e escritórios. Produtos como velas perfumadas e itens de aromaterapia podem alterar significativamente a qualidade do ar interno.

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A pesquisa realizada pela Universidade Purdue faz parte de uma série de estudos que investigam como compostos químicos presentes nesses produtos afetam o ambiente interno. O estudo utilizou um laboratório especializado chamado zEDGE, projetado para testar a eficiência energética de edifícios e monitorar a qualidade do ar.

Os pesquisadores descobriram que substâncias químicas presentes em ceras perfumadas podem reagir com o ar interno e formar nanopartículas. Essas partículas são pequenas o suficiente para entrar no sistema respiratório e se espalhar pelo corpo.

Formação de partículas nanométricas

As nanopartículas formadas pela queima de ceras perfumadas se assemelham às encontradas na poluição externa. Os pesquisadores identificaram que os principais responsáveis por essa formação são os terpenos, compostos aromáticos presentes em plantas e adicionados artificialmente a produtos perfumados.

Esses terpenos reagem com o ozônio presente no ar interno e criam novas partículas. O estudo revelou que a simples ação de aquecer uma cera perfumada pode aumentar a quantidade de nanopartículas no ar para níveis comparáveis aos de motores a diesel e velas tradicionais.

A medição foi feita utilizando sensores de alta precisão instalados na casa de testes. Os resultados mostraram que a concentração de partículas formadas chegou a mais de um milhão por centímetro cúbico. Em comparação, motores a gás natural e fogões a gás também geram concentrações semelhantes.

O risco dos produtos perfumados à saúde

O impacto dessas nanopartículas na saúde continua sendo estudado. No entanto, os pesquisadores já sabem que partículas menores que 100 nanômetros podem atravessar as barreiras celulares e alcançar a corrente sanguínea. Isso significa que podem atingir órgãos vitais, como o cérebro.

Além disso, os cientistas analisaram como essas partículas são depositadas no trato respiratório. A taxa de deposição foi de aproximadamente 29 bilhões de partículas por minuto. Esse número indica que o uso frequente desses produtos pode levar a uma exposição constante as partículas potencialmente prejudiciais.

A pesquisa também comparou a emissão de partículas entre ceras perfumadas e ceras sem fragrância. Os resultados mostraram que ceras sem perfume praticamente não liberaram nanopartículas. Isso sugere que a fonte principal da poluição está nos compostos químicos adicionados para criar aromas artificiais.

Implicações para construções e ventilação

Os cientistas afirmam que as descobertas do estudo devem ser consideradas no planejamento de edifícios. O objetivo é minimizar a exposição a poluentes internos e melhorar os sistemas de ventilação.

Nossa pesquisa mostra que produtos perfumados não são apenas fontes ivas de aromas agradáveis ​​– eles alteram ativamente a química do ar interno, levando à formação de nanopartículas em concentrações que podem ter implicações significativas para a saúde”, explicou Nusrat Jung, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores destacam que o uso de sistemas de ventilação adequados pode reduzir os efeitos dessas partículas. Estratégias como a renovação constante do ar interno e o uso de materiais menos voláteis podem diminuir a poluição em casas e escritórios.

Produtos perfumados: diferença entre fontes naturais e artificiais

O estudo também comparou a emissão de terpenos entre fontes naturais e artificiais. Enquanto produtos de limpeza e ceras perfumadas liberam excesso desses compostos de maneira rápida, processos naturais, como descascar uma fruta cítrica, resultam em um aumento gradual dos terpenos no ar.

Isso significa que, ao escolher entre um purificador de ar com fragrância artificial e métodos naturais para perfumar um ambiente, a segunda opção pode ser menos prejudicial.

Necessidade de mais pesquisas

Os cientistas afirmam que ainda há muito a descobrir sobre os efeitos dos terpenos inalados na saúde humana. Estudos futuros devem analisar o impacto de diferentes compostos químicos e sua interação com o organismo.

Por enquanto, os pesquisadores recomendam cautela no uso desses produtos em ambientes fechados. Estratégias como aumentar a ventilação, evitar produtos altamente perfumados e optar por alternativas naturais podem ajudar a reduzir os riscos.

O estudo da Universidade Purdue evidencia que produtos perfumados são uma fonte relevante de poluição do ar interno. Eles liberam partículas microscópicas que podem ser inaladas e representar riscos à saúde respiratória.

Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, os cientistas alertam para a importância de um ambiente bem ventilado e do uso consciente desses produtos. As descobertas podem influenciar o design de novos edifícios e a formulação de produtos menos impactantes à qualidade do ar.

Com informações de New Atlas.

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Romário Pereira de Carvalho

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