Fóssil encontrado na Índia revela a Vasuki Indicus, uma cobra pré-histórica com até 15 metros, possivelmente a maior já registrada.
A ciência acaba de ganhar um novo capítulo impressionante. Pesquisadores descobriram fósseis de uma cobra pré-histórica que pode ser a maior já registrada. O achado foi feito em Gujarat, na Índia, e revela um animal que viveu há 47 milhões de anos.
Batizada de Vasuki Indicus, essa serpente promete mudar o que se sabia sobre os gigantes do ado.
Achado em uma mina de Kutch
A descoberta aconteceu em um cenário inesperado. Em 2005, engenheiros trabalhavam em uma mina de gesso perto de Kutch, no oeste da Índia.
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Durante a escavação, encontraram vértebras grandes incrustadas na rocha. O tamanho chamou atenção e, logo, pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia (IIT) foram acionados.
Os cientistas realizaram uma escavação cuidadosa e conseguiram extrair 27 vértebras fossilizadas. Cada uma delas tinha tamanho e peso consideráveis.
O Dr. Rajesh Kumar, um dos principais cientistas envolvidos, destacou o estado de conservação. Ele afirmou que o fóssil estava “perfeitamente preservado”, algo raro depois de milhões de anos enterrado.
Comparação com outras cobras gigantes
O estudo foi publicado em 18 de abril de 2024 na revista Scientific Reports. Nele, os pesquisadores compararam as dimensões da Vasuki Indicus com outras serpentes conhecidas. A estimativa aponta um comprimento entre 10,9 metros e 15,2 metros.
Se confirmado, supera a famosa Titanoboa, que media até 14,3 metros e era até então considerada a maior cobra da história.
Cada vértebra da Vasuki Indicus é cerca de duas vezes maior do que as de cobras de 5 metros de comprimento. O formato e a curvatura dos ossos indicam um animal robusto, com corpo grosso, semelhante a jiboias e pítons modernas, mas em uma escala gigantesca.
Origem do nome e habitat da serpente
O nome da nova espécie homenageia Vasuki, a serpente da mitologia hindu que se enrola no pescoço do deus Shiva. Durante o Eoceno, há 47 milhões de anos, a região onde o fóssil foi encontrado era muito diferente. O oeste da Índia abrigava pântanos exuberantes, com clima quente e úmido, ideal para o desenvolvimento de grandes répteis.
A Titanoboa habitava as florestas quentes da antiga Colômbia, cerca de 60 milhões de anos atrás. Já a Vasuki Indicus se adaptou ao ambiente indiano, aproveitando a abundância de alimento e a ausência de predadores naturais que poderiam limitar seu crescimento.
Por que a Vasuki Indicus era tão grande?
O Dr. Kumar aponta três fatores principais que podem ter permitido esse tamanho impressionante. Primeiro, a oferta abundante de alimento, com várias presas disponíveis.
Segundo, a falta de predadores maiores que pudessem ameaçar a cobra. Terceiro, o clima do Eoceno, com temperaturas mais altas que as atuais, favorecendo répteis de sangue frio ao permitir taxas metabólicas mais elevadas.
Em comparações feitas no laboratório de paleontologia do IIT, as vértebras da Vasuki Indicus foram alinhadas com as de pítons reticuladas modernas. A diferença de tamanho impressionou. Seria como se as maiores cobras da atualidade fossem ampliadas em 1,5 vez.
Importância paleontológica para a Índia
A descoberta reforça a importância do patrimônio paleontológico indiano. A região de Kutch já havia revelado diversos fósseis pré-históricos, incluindo fragmentos de dinossauros e outras criaturas antigas.
Cada novo achado ajuda a compor o quadro de um mundo onde criaturas gigantes caminhavam e nadavam livremente.
O Dr. Kumar destaca a relevância de cada fóssil encontrado. “Cada fóssil conta a história de uma vida há muito desaparecida; a história de Vasuki é um dos capítulos mais inacreditáveis da natureza“, afirmou.
Comparações com sucuris modernas
Observações feitas com sucuris modernas ajudam a entender o comportamento provável da Vasuki Indicus. Em ambientes com muita comida e poucos predadores, as sucuris tendem a engordar e diminuir seu ritmo.
A cobra indiana pode ter vivido em condições semelhantes, com clima favorável e ampla oferta de presas, como peixes, pequenos mamíferos e até primatas primitivos.
A descoberta da Vasuki Indicus oferece uma nova perspectiva sobre o tamanho que as serpentes pré-históricas podiam atingir. Ela também mostra como as condições ambientais do ado permitiam o surgimento de animais de proporções impressionantes.
O fóssil de Gujarat agora entra para a história como uma das mais importantes descobertas paleontológicas dos últimos anos.