Descoberta acidental em 1967 revelou imensa riqueza mineral na Amazônia, dando origem ao Projeto Carajás , um marco da mineração e infraestrutura no Brasil.
Você imagina uma vila planejada no meio da Floresta Amazônica? Sua história está ligada à descoberta de uma riqueza mineral inimaginável: o Projeto Carajás . Tudo começou em 1967, quando uma equipe buscava manganês na região e tropeçou, quase por acaso, na maior mina de ferro do mundo.
A busca por manganês e a descoberta inesperada de ferro
Em 1967, a US Steel iniciou um projeto de exploração na Amazônia. O objetivo era encontrar manganês para suas siderúrgicas nos EUA. A equipe era liderada pelo geólogo americano Bennie Tolbert e incluía geólogos brasileiros como Breno dos Santos. Eles exploraram a floresta amazônica densa e pouco conhecida.
A equipe notou grandes clareiras na vegetação. Em 31 de julho de 1967, durante um pouso para abastecer o helicóptero na Serra Arqueada, Breno dos Santos decidiu investigar. Ao martelar uma rocha, observe pela poeira avermelhada (hematita) que se tratava de minério de ferro de alta qualidade, e não manganês.
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A dimensão da riqueza: muito além do ferro
A descoberta inicial gerou um sonho: quais outras clareiras também de minério de ferro? No mês seguinte, a equipe confirmou. As serras Norte e Sul de Carajás continham reservas gigantescas. O líder Bennie Tolbert ficou liberado, mas depois tenso ao perceber a magnitude da descoberta. Ele comentou que sua companhia (US Steel) não teria capacidade política para controlar algo tão grande e sozinho.
Em setembro de 1967, também manganês na Serra de Buritirama. Pesquisas posteriores confirmariam a existência de bauxita, cobre, níquel e ouro, configurando Carajás como uma das províncias minerais mais ricas do planeta.
A corrida pela concessão e a parceria Vale-US Steel
Após a descoberta, iniciou-se uma corrida para garantir os direitos de exploração. A Meridional, subsidiária da US Steel, protocolou requisitos no DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Para cobrir uma vasta área de quase 200 mil hectares, obteve 31 indivíduos (laranjas), já que o limite era de 5 mil hectares por pessoa.
O diretor do DNPM assistiu a uma manobra e inveja fiscais, incluindo um geólogo da estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD, hoje Vale). Isso levou à criação, em 15 de abril de 1970, da Amazônia Mineração SA (AMSA). Era uma t venture entre a Vale (com 51% das ações) e a US Steel (com 49%). (Em 1977, a Vale compraria a participação da US Steel, tornando-se dona de 100%).
Pesquisa e implantação do Projeto Carajás
Uma fase intensiva de pesquisa ocorreu entre 1970 e 1973. Um acampamento pioneiro (N1), chamado de “primeira capital de Carajás”, foi montado para mais de 200 homens. O relatório final, com mais de 1500 páginas, detalha a riqueza da província. Com os dados confirmados, iniciou a implantação do Projeto Carajás . Isso envolveu a construção de uma infraestrutura gigantesca no meio da selva.
Uma vila temporária (N5) foi erguida para apoiar as obras. A Estrada de Ferro Carajás (EFC), com cerca de 900 km ligando a mina ao porto no Maranhão, foi inaugurada em 1985. O Núcleo Urbano de Carajás, uma cidade projetada para os trabalhadores e suas famílias, foi concluída em 1986.
A vida no Projeto Carajás e a visita real
A vida dos pioneiros no Projeto Carajás foi desafiadora, mas com estrutura. O acampamento N1 hoje foi recuperado pela natureza. A vila N5 serviu de base durante a construção. O Núcleo Urbano ofereceu definitivamente moradia, escolas, clube (Clube Doce Norte), hospital, cine teatro e centro comercial. As crianças cresceram em contato com a natureza amazônica.
Em 1991, o Projeto Carajás recebeu uma visita ilustrada: o Príncipe Charles e a Princesa Diana, do Reino Unido. Eles conheceram as instalações, a escola e o parque zoobotânico, e plantaram uma castanheira como marco da visita, destacando os esforços de preservação ambiental do projeto.
Projeto Carajás: o legado de uma descoberta transformadora
O Projeto Carajás transformou a região e a mineração brasileira. A descoberta acidental levou à exploração de uma das maiores e mais diversificadas reservas minerais do mundo. A infraestrutura criada, como a Estrada de Ferro Carajás, continua vital para o escoamento da produção. O Núcleo Urbano de Carajás permanece como uma cidade no coração da Amazônia. O projeto deixou um legado de desenvolvimento econômico, mas também de desafios contínuos ambientais e sociais na região.
Conversa fiada,foi o garimpeiro que ou lá e depois levou ele no local
Meu caro senhor infelizmente no nosso Brasil criou-se o habito da critica sem provas. Isto posto pergunte: o senhor tem provas da sua afirmação??
Em 1977 a COTA ENGENHEIROS ASSESSORES,foi contratada para os serviços topográficos referentes ao levantamento do corpo de minério, área da cidade, do aeroporto, etc. Fui o residente do projeto e amos 8 meses em Caraĵás! Uma experiência inesquecível!
José Luciano Nicolosi de Oliveira
Dr Breno foi meu chefe na Docegeo em Belém em 1975
Um gringo