Produção de petróleo da União caiu 1,5% em fevereiro, somando 131 mil barris por dia, devido a ajustes contratuais em Sépia; Mero lidera produção.
Em fevereiro de 2025, a produção de petróleo da União atingiu 131,42 mil barris por dia (bpd), conforme dados de oito contratos de partilha de produção e dos Acordos de Individualização da Produção (AIPs) das áreas não contratadas de Atapu, Mero e Tupi.
O volume representa uma leve retração de 1,5% em comparação ao mês anterior, refletindo principalmente a diminuição temporária da participação da União no campo de Sépia, devido à aplicação do mecanismo contratual Earn Out. Apesar disso, Mero permaneceu como o principal campo produtor, responsável por 64% do total destinado à União.
Queda na produção de petróleo reflete ajuste contratual e não redução na produção total
A leve diminuição na produção de barris de petróleo atribuída à União está relacionada ao processo de recuperação de custos do contrato de Sépia, por meio do Earn Out.
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Esse mecanismo permite que a empresa contratada recupere valores extras pagos à União durante os leilões, caso o preço do petróleo Brent supere a estimativa inicial.
Assim, parte da produção deixa de ser reada à União temporariamente, sem que haja, de fato, uma queda na produção global do campo.
Mero lidera com folga produção de petróleo entre os campos sob regime de partilha
Mesmo com o recuo, o campo de Mero segue como protagonista na produção de petróleo da União, concentrando 64% do volume em fevereiro.
No total, a produção sob contratos de partilha de produção atingiu 1,19 milhão de barris por dia — alta de 4% em relação a janeiro, puxada principalmente pelo desempenho eficiente do campo de Búzios, que produziu 517,76 mil bpd. Mero, por sua vez, contribuiu com 429,2 mil bpd.
Desde o início da série histórica, em 2017, já foram produzidos mais de 1,1 bilhão de barris sob este modelo, sendo Búzios o maior campo produtor.
A fatia acumulada da União chega a 70,16 milhões de barris.
Gás natural também registra queda expressiva
Além da redução na produção de petróleo, a União também viu sua participação na produção de gás natural cair para 246 mil metros cúbicos por dia — um recuo de 59% frente ao mês anterior.
O principal fator para essa baixa foi a interrupção temporária da exportação em Búzios e a diminuição dos volumes em Sépia.
Mesmo assim, Búzios segue como o maior fornecedor da União, respondendo por 49% do gás natural recebido.
Exportação de gás sofre impacto de paradas técnicas
Considerando a produção total — somando União e consórcios — a exportação de gás natural chegou a 3,94 milhões de m³ por dia, representando uma redução de 10% em relação a janeiro.
O impacto foi causado por paradas nas plataformas P-77, P-75 e FPSO Carioca, em Búzios, durante o comissionamento da interligação da plataforma P-70 (Atapu) à Rota 3.
Apesar das interrupções, Búzios continua sendo o principal exportador, com 89% do volume total.
Desde 2017, a exportação acumulada de gás natural sob regime de partilha chega a 3,4 bilhões de m³, sendo 229 milhões m³ pertencentes à União.
Expectativa é de retomada nos próximos meses
Com a normalização da exportação em Búzios, já retomada em abril de 2025, e a natureza temporária dos ajustes via Earn Out, a tendência é de recuperação gradual da produção de petróleo e gás da União.
A perspectiva positiva reforça a importância estratégica dos contratos de partilha e o papel crescente da União na exploração dos recursos do pré-sal.