O pedágio sem cancela chegou ao Brasil, mas ainda enfrenta a resistência de motoristas inadimplentes. Com multas de quase R$ 200, o sistema free flow desafia condutores a se adaptarem às novas tecnologias e regras que prometem maior eficiência e justiça tarifária. Será o futuro das estradas brasileiras?
Poucos avanços despertam tanta curiosidade quanto o free flow, o inovador sistema de pedágio sem cancelas que promete agilidade nas rodovias.
No entanto, uma sombra paira sobre o modelo: a alta taxa de inadimplência, que já rendeu multas severas e levantou debates acalorados. Afinal, seria o Brasil capaz de adotar esse padrão sem gargalos?
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o sistema free flow foi inaugurado em março de 2023 e é pioneiro no país.
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Localizado na BR-101, especificamente em um trecho que conecta Itaguaí, Mangaratiba e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, o modelo registrou 8% de motoristas inadimplentes em seu primeiro ano.
Isso ocorre mesmo diante de tecnologias avançadas que garantem a identificação de 100% dos veículos que am pelos pórticos, com altíssima precisão na leitura de tags e placas.
Apesar de abranger 4.824,6 quilômetros ao longo da BR-101, o sistema opera, por enquanto, apenas nesse trecho experimental.
A evasão de pagamento, no entanto, representa uma infração grave segundo o artigo 209-A do Código de Trânsito Brasileiro, sujeitando os motoristas a uma multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH.
Como funciona o pagamento?
A maioria dos motoristas utiliza tags eletrônicas para garantir o pagamento do pedágio de forma prática e automatizada.
Aqueles que não possuem a tecnologia podem utilizar um aplicativo específico para a transação, uma alternativa mais recente que acompanha a modernização do sistema.
Segundo dados divulgados pela ANTT e pela CCR, o prazo médio para quitação caiu de forma significativa ao longo dos 20 meses de operação.
Em março de 2024, os pagamentos levavam em média 54 dias para serem realizados.
Já entre agosto e outubro de 2024, esse período foi reduzido para apenas seis dias, demonstrando que o sistema está gradativamente conquistando maior adesão.
Cleber Antonio Chinelato, gerente executivo de Tecnologia da CCR, destacou: “Este é um número relevante, considerando a região em que o free flow está inserido, local em que as tags são utilizadas, na maioria dos casos, apenas para o pagamento de pedágio.”
Novas regras e facilidades
Para otimizar o uso e aumentar a adesão ao sistema, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou em outubro de 2024 uma série de regras atualizadas para o free flow.
O novo conjunto substitui normas anteriores de 2022 e busca promover maior transparência e conveniência para os usuários.
Entre as mudanças, destacam-se:
Prazo ampliado: o período para efetuar o pagamento ou de 15 para 30 dias após o uso da rodovia.
Flexibilidade no vencimento: se a data cair em um feriado ou final de semana, o pagamento poderá ser feito no próximo dia útil.
Contestação de valores: motoristas agora podem questionar cobranças que considerem indevidas.
Centralização de informações: os dados estarão disponíveis em aplicativos como a Carteira Digital de Trânsito, já conhecida pelos motoristas.
Educação e sinalização: novas placas foram instaladas para orientar o uso e concessionárias promovem campanhas educativas.
Outra novidade relevante é que os motoristas agora pagam apenas pelo trecho percorrido, em vez de tarifas fixas aplicadas a longas distâncias. I
sso reforça o conceito de justiça tarifária, atendendo a uma demanda antiga dos usuários.
Implicações e desafios futuros
Apesar das melhorias, um grande desafio persiste: evitar a evasão de pagamento, que já levou o sistema a implementar medidas rigorosas.
As imagens dos veículos são armazenadas por 90 dias para motoristas regulares e até cinco anos no caso de inadimplentes.
No caso de veículos registrados no exterior, a saída do país é bloqueada até que todas as tarifas sejam quitadas.
Para o futuro, espera-se a expansão do sistema para outras rodovias brasileiras, com adaptações que minimizem problemas iniciais. Será que o país está pronto para adotar de vez essa tecnologia e superar as resistências?
Sobre com ??????
Hoje, esse método ainda vai confundir o motorista.
Se você ar por um pedagio sem cobrador e sem cancela, vai pensar que a agem está liberada e o susto da multa do pedágio vai vir só quando pagar o IPVA.
E os carros isentos de impostos? Eles nem vão saber que estão com essa multa.
Concordo com a cobrança do pedagio, mas discordo com a mencionada “multas severas” que já estão sendo aplicadas.
Se a pessoa não tem ciência da cobrança do pedágio, é injusto cobrar uma multa que é exorbitante e ainda correr o risco de perder a habilitação, por estourar os pontos sem saber. Afinal, ela não está infringindo a agem, pois o o está livre.
Na minha opinião, isso pode funcionar quando100% dos veículos tiverem os tags de cobrança automática, ou seja, quando o uso de tag for obrigatório. E quando isso ocorrer, o valor do pedágio tem que reduzir, pois não terá despesa nenhuma.
Você tem carro. Vai viajar. Hoje, aonde você for, tem pedágio. Não é possível que com todas as pessoas comentando, todas as propagandas, alguém não saiba sobre esse tipo de pedágio. A não ser que você esteja mal intencionado. Uma coisa que eu reparei foi pouca sinalização. Enche de informação.
Olá, Dyl, tudo bem? Com todo respeito, acho equivocado você me acusar de ser mal intencionada, pois não é este o assunto da notícia. O assunto tratado não é sobre “onde você vai tem pedágio”, mas sim sobre a implantação de cobrança do pedagio sem cobrador e sem cancela para os usuários que não usam o tag de cobrança automática. Eu aprovo a ideia e uso o tag há mais de 20 anos, desde o ano 2000. Como eu disse, hoje o método irá confundir o motorista, justamente pela falta de informação. Estou certa de que nesses 8% incluem motoristas estrangeiros que desconhecem este fato específico do Rio de Janeiro. E estou certa que a CCR terá sucesso nesta empreitada, mas isso é questão de tempo.