Medida provisória promete reestruturar o Porto de Itajaí e impulsionar a retomada da indústria naval no Brasil, com foco em geração de empregos e fortalecimento do comércio exterior.
O Porto de Itajaí, em Santa Catarina, deverá ar por uma das maiores reestruturações de sua história: o governo federal prepara uma medida provisória que o transformará em uma doca independente, desvinculando-o da Autoridade Portuária de Santos.
O anúncio foi feito na quinta-feira (29) pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante a cerimônia simbólica de retomada das operações do terminal.
A iniciativa marca um novo capítulo para a logística portuária nacional e representa um o estratégico para modernizar o setor e fortalecer a indústria naval brasileira.
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Autonomia e status federal para o Porto de Itajaí
Desde janeiro, o Porto de Itajaí está sob istração federal e subordinado à gestão do Porto de Santos.
Com a nova medida provisória, o terminal será elevado à condição de porto federal autônomo, com sua própria autoridade portuária.
Essa mudança atende a antigas demandas da região e promete mais agilidade nos processos logísticos, istrativos e comerciais.
“Nós estaremos encaminhando uma medida provisória que vai transformar o Porto de Itajaí numa doca independente e num porto federal”, declarou o ministro.
A nova estrutura permitirá que o porto tome decisões estratégicas mais alinhadas às necessidades locais e regionais, além de ampliar sua capacidade de atração de investimentos.
Investimentos bilionários e impacto regional
Durante o evento, o governo também confirmou a destinação de R$ 800 milhões em investimentos para modernização e expansão da capacidade operacional do porto.
A meta é recuperar o protagonismo do terminal catarinense, que teve suas atividades interrompidas em 2022, após a tentativa frustrada de privatização.
Em 100 dias sob gestão federal, o Porto de Itajaí já registrou um faturamento de R$ 50 milhões, um crescimento de 125% em relação ao mesmo mês do ano ado — um sinal claro de sua relevância econômica e do potencial de recuperação.
Indústria naval em retomada: 52 novas embarcações até 2026
Outro destaque da cerimônia foi o anúncio feito pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sobre a reativação da demanda por embarcações da indústria naval brasileira.
Segundo ela, 52 novas unidades devem ser contratadas até 2026, totalizando R$ 29 bilhões em investimentos. Santa Catarina, com sua tradição na construção naval, terá papel central nesse processo.
Desde 2016, o setor não registrava encomendas dessa magnitude. A iniciativa não só impulsiona a economia local como também fomenta a geração de empregos em estaleiros que estavam inativos.
Comércio exterior e soberania logística
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a ocasião para ressaltar a importância de o Brasil investir em sua própria frota de navios. Segundo ele, “um país que realiza 90% de suas exportações por via marítima não pode depender de fretes estrangeiros”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também destacou o cenário econômico positivo, com queda da inflação e recorde histórico na geração de empregos formais.
Ele atribuiu parte desse avanço aos investimentos em infraestrutura e reativação de setores estratégicos, como o portuário e o naval.
Com a iminente independência do Porto de Itajaí e os vultosos investimentos anunciados, a expectativa é de que o terminal se consolide como um polo logístico de excelência no Sul do país.
Fonte: RádioAgência