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Por que o Brasil proibiu carros a diesel? A história que ninguém te contou!

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/05/2025 às 19:08
Atualizado em 18/05/2025 às 00:01

A complexa trajetória do diesel no Brasil revela motivos ocultos, desafios técnicos e ambientais que moldaram a indústria automotiva nacional e influenciaram políticas públicas, provocando mudanças profundas no mercado de carros de eio e no consumo de combustíveis.

O Brasil proibiu oficialmente a fabricação e venda de carros de eio movidos a diesel em 2012, uma decisão que ainda gera dúvidas e curiosidade no público.

Mas você sabia que essa proibição não foi apenas uma questão ambiental ou técnica isolada, mas o resultado de um conjunto complexo de fatores históricos, econômicos e sociais que poucos conhecem?

A origem dessa medida está profundamente ligada à qualidade do diesel disponível no país e ao cenário econômico da indústria automotiva nacional.

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Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o diesel brasileiro historicamente apresentava um alto teor de enxofre — cerca de 2.000 partes por milhão (ppm) — enquanto, na Europa, o padrão dos combustíveis diesel já estava muito abaixo, em torno de 10 ppm.

Esse alto nível de enxofre comprometia a durabilidade dos motores de carros leves, que exigem combustíveis com especificações muito rigorosas.

Por décadas, a indústria nacional de veículos ou a priorizar motores flex (álcool e gasolina) e gasolina pura, que se adaptavam melhor às condições locais, enquanto o diesel ficou a caminhões e ônibus, cuja estrutura e sistemas de tratamento de poluentes são mais robustos.

A relação entre diesel e meio ambiente

Mas o que poucos sabem é que essa limitação no uso do diesel em carros de eio também está relacionada a problemas ambientais sérios, especialmente nas grandes cidades.

O diesel tradicional libera partículas finas (material particulado) e óxidos de nitrogênio (NOx), poluentes que contribuem para o aumento de doenças respiratórias, como asma e bronquite, além de agravarem a crise climática.

Segundo estudos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), cidades brasileiras como São Paulo enfrentam altos níveis de poluição atmosférica, e o controle do uso de combustíveis mais poluentes faz parte das políticas para melhoria da qualidade do ar.

Com a do Protocolo de Kyoto e, posteriormente, do Acordo de Paris, o Brasil assumiu compromissos internacionais para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, pressionando para a adoção de combustíveis mais limpos.

Em resposta a esses desafios, o governo iniciou a produção do diesel S-10, com teor de enxofre reduzido a 10 ppm, muito mais limpo e compatível com tecnologias avançadas de motores.

Esse diesel S-10, que começou a ser distribuído no país em 2012, possibilitou que veículos pesados e comerciais adotassem sistemas de redução de emissões, como filtros de partículas e catalisadores, sem comprometer a eficiência.

Os desafios técnicos e econômicos do diesel para carros leves

No entanto, o custo para adaptar motores leves para essas tecnologias é alto.

Carros a diesel leves precisam de sistemas sofisticados para reduzir emissões, o que eleva o preço final dos veículos.

Para o consumidor brasileiro, que tradicionalmente busca carros mais íveis e econômicos, o custo-benefício do diesel em carros de eio não era tão atraente.

Outro ponto curioso é que o Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores mundiais de etanol, nunca conseguiu estabelecer o diesel como combustível popular para carros de eio.

Diferentemente da Europa, onde o diesel se destacou por sua economia de combustível e torque elevado, no Brasil o etanol e o combustível flex dominaram o mercado, impulsionados pelo programa Proálcool desde os anos 1970.

A influência das montadoras e a infraestrutura limitada

O lobby das montadoras também teve papel importante nesse cenário.

Fabricantes que investiam pesado em carros flex e a gasolina influenciaram as decisões regulatórias para limitar a concorrência do diesel, visto que os motores a diesel tendem a ser mais duráveis e consumirem menos combustível em algumas situações.

Além disso, a manutenção e o custo inicial desses veículos são tradicionalmente mais altos.

Para complicar, a infraestrutura para abastecimento de diesel para carros leves nunca foi desenvolvida em escala comercial.

Postos de combustíveis focam majoritariamente em gasolina, etanol e diesel para veículos pesados, tornando pouco viável a comercialização em massa de diesel para carros de eio.

Uma história pouco conhecida no mercado brasileiro

Mas essa história guarda uma curiosidade que pouca gente conhece: o Brasil já permitiu carros a diesel para eio, mas com restrições severas.

Nos anos 1980 e 1990, modelos como o Chevrolet Monza Diesel chegaram ao mercado, mas enfrentaram baixa aceitação e vários problemas técnicos causados pela má qualidade do combustível e pela falta de adaptações tecnológicas nos motores.

Isso fez com que muitos consumidores evitassem esses veículos, reforçando a ideia de que o diesel não era indicado para carros leves no Brasil.

Outro aspecto interessante é a diferença entre o diesel brasileiro e os usados na Europa e Estados Unidos, que são muito mais refinados.

Isso ocorre porque o Brasil, por ser um grande produtor de petróleo pesado, inicialmente privilegiava o uso do diesel com maior teor de enxofre para veículos comerciais, enquanto os países desenvolvidos investiram em refino mais avançado para atender a veículos leves.

O futuro do diesel no Brasil diante das novas tecnologias

Nos últimos anos, a indústria automotiva global vem mudando rapidamente com a popularização dos veículos elétricos e híbridos.

Com a pressão para reduzir emissões, muitos países começaram a restringir ainda mais o uso de motores a diesel, especialmente após o escândalo do “Dieselgate” em 2015, que expôs fraudes em testes de emissões em fabricantes renomados.

No Brasil, o futuro do diesel para carros leves ainda é incerto, mas as tendências apontam para a diminuição do uso de combustíveis fósseis em geral, com o avanço da eletrificação no transporte.

Ainda assim, a proibição vigente desde 2012 mantém-se como uma medida que une aspectos ambientais, econômicos e técnicos, moldando o mercado automotivo local.

E você, já sabia que o Brasil tinha essa história tão complexa por trás da proibição dos carros a diesel? Acredita que com os avanços tecnológicos e ambientais o país deveria rever essa medida?

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Julio Maria faria
Julio Maria faria
18/05/2025 20:59

Ganância, tudo pelo dinheiro e corrupção, imagina quantos ganharam com isto! É BRASIL,

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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