Economia global em queda, Brasil segue com crescimento modesto. O FMI revela novas projeções econômicas, mas os impactos das tensões comerciais ainda podem ser maiores.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções para o crescimento econômico do Brasil e do mundo em seu relatório mais recente, divulgado em abril de 2025.
De acordo com a nova edição do World Economic Outlook (WEO), o desempenho econômico global tem enfrentado uma série de desafios estruturais e conjunturais, que vêm desacelerando a retomada iniciada após os efeitos mais agudos da pandemia de Covid-19.
A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2025 foi revista para 2,8%, abaixo dos 3,3% projetados anteriormente e 0,5 ponto percentual inferior à estimativa divulgada em janeiro.
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Esse ajuste reflete a intensificação de tensões comerciais entre grandes economias, incertezas políticas prolongadas e o esfriamento da confiança de consumidores e investidores ao redor do globo.
Brasil segue em ritmo abaixo da média global
No caso do Brasil, a projeção do FMI para 2025 é de um crescimento de 2%, contra os 3,4% registrados em 2024.
A estimativa para 2026 permanece em 2%, indicando uma estabilidade que, embora positiva, coloca o país abaixo da média global.
Em janeiro, a expectativa era de um crescimento de 2,2% tanto em 2025 quanto em 2026.
Segundo o FMI, o desempenho do Brasil, apesar da desaceleração, continua mais sólido quando comparado ao de outros países da América Latina.
O relatório aponta que o país conseguiu manter certo grau de resiliência frente às turbulências externas, mas ainda assim enfrenta riscos consideráveis.
A principal explicação para o recuo no ritmo de crescimento brasileiro é a desaceleração no consumo privado, afetado diretamente pela diminuição da confiança de famílias e empresas.
O FMI ressalta que essa confiança foi abalada pelas constantes alterações no cenário comercial global, sobretudo com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a diversos parceiros comerciais.
Comércio internacional em xeque
O endurecimento das políticas comerciais norte-americanas tem gerado efeitos colaterais relevantes em países como China, Canadá, México e membros da União Europeia, além de influenciar negativamente cadeias de produção e de fornecimento em nível global.
A guerra comercial, que se intensificou a partir do segundo semestre de 2024, segue como uma das principais ameaças à recuperação econômica.
O FMI alerta que tais barreiras protecionistas podem provocar não apenas uma desaceleração global, mas também distorções de mercado com efeitos duradouros.
O aumento de tarifas, aliado ao enfraquecimento da demanda externa, afeta exportações, investimentos e o ritmo de inovação em diversos setores.
Em uma análise mais ampla, o relatório da instituição enfatiza que a economia mundial “encontra-se em um momento crítico”, exigindo cautela e estratégias coordenadas para evitar uma nova recessão global.
Apesar de alguns sinais de estabilização em 2024, como a redução gradual da inflação em algumas regiões, os desafios persistem — principalmente a estagnação nos processos de desinflação em países desenvolvidos.
Zona do euro também preocupa
A Europa, especialmente os países da Zona do Euro, segue apresentando desempenho desigual.
Em 2024, o crescimento médio do bloco foi de 0,9%, com previsão de 0,8% para 2025 e 1,2% para 2026 — números abaixo do esperado e inferiores aos projetados anteriormente.
A recuperação da região é prejudicada por uma indústria enfraquecida, elevados níveis de incerteza política e dificuldades para implementar políticas fiscais coordenadas entre os países-membros.
Apesar disso, alguns países como a Espanha apresentam resultados mais promissores, com uma projeção de crescimento de 2,5% para este ano.
Perspectivas e recomendações
O FMI destaca que políticas econômicas eficazes, com foco em responsabilidade fiscal, estímulo ao investimento produtivo e fortalecimento de laços comerciais, são cruciais para reverter a tendência de desaceleração.
No caso do Brasil, o fortalecimento da indústria nacional, a simplificação tributária e o aumento da competitividade são apontados como caminhos para garantir maior crescimento sustentável.
Além disso, o relatório chama atenção para a necessidade de ações globais frente aos riscos climáticos, já que eventos extremos, como secas prolongadas e enchentes, vêm impactando diretamente a produção agrícola e a estabilidade de mercados.
Por fim, o FMI ressalta que a redução da desigualdade social e a ampliação do o ao crédito são componentes-chave para estimular a economia interna de países emergentes. Medidas que garantam estabilidade macroeconômica e confiança nos mercados internos devem ser prioridades para governos e instituições financeiras.
E o futuro?
Com tantos desafios no horizonte, o cenário econômico global requer monitoramento constante e capacidade de adaptação rápida.
Ainda que o Brasil mantenha um desempenho razoável, a exposição a riscos externos continua elevada, exigindo atenção redobrada por parte das autoridades econômicas.
A desaceleração mundial, combinada com tensões geopolíticas e transformações no comércio internacional, tornam as previsões voláteis — e qualquer mudança brusca pode afetar diretamente a trajetória de crescimento do país.
Você acredita que o Brasil está preparado para enfrentar os desafios econômicos que se intensificam no cenário global? Comente abaixo e compartilhe sua opinião!