Arábia Saudita cria a Humain, empresa de inteligência artificial liderada por Tareq Amin, com apoio do fundo soberano e foco em data centers e tecnologia própria.
Segundo reportagem da Forbes, a Arábia Saudita deu mais um o na corrida global pela liderança em inteligência artificial com o lançamento da empresa Humain.
O novo projeto será liderado por Tareq Amin, ex-executivo da Aramco Digital e da Rakuten, e tem como missão atuar em toda a cadeia de valor da inteligência artificial.
Nova estratégia nacional de IA
Segundo o próprio Amin, Humain representa uma etapa essencial para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de IA na Arábia Saudita.
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A missão, segundo ele, é pavimentar o caminho para uma transformação ampla no país por meio da inteligência artificial.
A empresa foi oficialmente lançada no dia 13 de maio, mesma data da primeira visita oficial de Donald Trump à Arábia Saudita durante seu mandato como presidente dos Estados Unidos.
O momento foi simbólico, já que a expectativa da visita era impulsionar investimentos norte-americanos no país.
Apoio do fundo soberano saudita
O projeto conta com o apoio do Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF), que não apenas financiará a operação como também pretende direcionar a Humain para desenvolver tecnologias próprias, incentivar o uso de ferramentas de IA na economia saudita e otimizar a construção de data centers no país.
Apesar de o orçamento específico do projeto não ter sido revelado, a Arábia Saudita tem se mostrado um grande investidor na área.
Apenas neste ano, foram anunciados cerca de US$ 15 bilhões em acordos com fabricantes de chips, empresas de nuvem e operadores de data centers durante a conferência Leap, voltada para o setor tecnológico.
Nome conhecido e equipe estratégica
Tareq Amin, que renunciou ao cargo de CEO da Aramco Digital em dezembro, será o responsável pela liderança do projeto.
Informações de fontes próximas indicam que Humain já atraiu profissionais de outras iniciativas estatais, como a própria Aramco Digital, a Autoridade Saudita de Dados e IA (SDAIA) e a empresa Tonomus, vinculada à cidade futurista Neom.
Nas redes sociais dos profissionais envolvidos, é possível ver atualizações que confirmam a transferência de talentos desses projetos para a nova iniciativa.
A página oficial da Humain destaca que o objetivo é oferecer uma solução completa, pronta para escalar e resolver problemas reais.
O site ainda redireciona para um chatbot estatal e para a empresa Groq, especializada em chips voltados para IA.
Competição com os Emirados Árabes
O lançamento da Humain também representa uma resposta à movimentação dos Emirados Árabes Unidos, que criaram um fundo estatal de US$ 100 bilhões voltado exclusivamente à inteligência artificial.
Esse fundo se tornou um dos principais investidores da OpenAI e de outras startups locais que receberam aportes estrangeiros.
Embora a Arábia Saudita tenha sido apontada em março como possível criadora de um fundo semelhante, o país optou por lançar uma empresa operacional unificada em vez de um fundo de investimentos tradicional.
O nome do projeto original era Project Transcendence, e a ideia principal era posicionar o país como protagonista regional na área.
Gigantes da tecnologia participam
Durante a visita de Trump, será realizado o Fórum de Investimentos Arábia Saudita-EUA. O evento reuniu líderes de grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Jensen Huang (Nvidia), Andy Jassy (Amazon) e Alex Karp (Palantir).
Elon Musk, Mark Zuckerberg e Sam Altman também foram convidados para o encontro em Riad, segundo a agência Reuters.
A expectativa é que o o a chips de inteligência artificial seja um dos principais temas em discussão. A busca por GPUs de última geração é central para os planos sauditas e emiradenses.
No entanto, o governo Biden impôs restrições à exportação de chips por receio de que essas tecnologias cheguem à China. Segundo a Reuters, Trump sugeriu que essas regras poderiam ser relaxadas.
Nos últimos anos, a Arábia Saudita tem intensificado sua atuação no setor de tecnologia como parte de um esforço para diversificar sua economia, reduzindo a dependência do petróleo.
Com a criação da Humain, o país sinaliza que pretende competir no cenário global da inteligência artificial com uma estrutura robusta e liderada por nomes experientes.
Enquanto isso, acordos recentes com empresas como Groq, Cerebras, Oracle e Google mostram que o reino está determinado a se consolidar como um centro estratégico para o futuro da IA no Oriente Médio.