Iniciativas haviam sido interrompidas por suspeitas investigadas pela Operação Lava Jato; novos investimentos somam quase R$ 19 bilhões.
A Petrobras deu novos os na retomada de dois dos maiores empreendimentos do setor de refino no país: a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, agora rebatizado como Complexo de Energias Boaventura. Ambos os projetos haviam sido paralisados nos últimos anos devido às investigações da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e ex-dirigentes da estatal.
Com os novos avanços, a Petrobras pretende reativar obras estratégicas que consumiram bilhões em investimentos, mas que estavam travadas por imes legais, estruturais e reputacionais.
Refinaria Abreu e Lima terá capacidade de refino duplicada
Localizada em Ipojuca, no litoral de Pernambuco, a Refinaria Abreu e Lima foi um dos principais alvos das investigações da Operação Lava Jato, especialmente após a delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O projeto, iniciado em 2005, sofreu sucessivos atrasos, revisões de custo e denúncias de corrupção.
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Agora, com a conclusão da licitação de três lotes de obras, a estatal investirá R$ 4,9 bilhões para concluir a segunda unidade da refinaria, o que permitirá dobrar sua capacidade de refino de 130 mil para 260 mil barris por dia. A expectativa é que a unidade e a produzir diariamente cerca de 75 mil barris de diesel, 20 mil de querosene de aviação e 12 mil de óleos lubrificantes.
O Tribunal de Contas da União (TCU), que acompanhou de perto o andamento da obra, classificou o projeto como um “malogro comercial bilionário”, após identificar falhas de planejamento e execução que comprometeram os custos e os prazos. Mesmo assim, a Petrobras mantém a projeção de retorno positivo com base no estágio atual da obra e no mercado de combustíveis.
Complexo de Energias Boaventura receberá R$ 14 bilhões
Antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), o empreendimento localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio, foi rebatizado como Complexo de Energias Boaventura. A mudança marca uma nova fase do projeto, que também esteve no centro das denúncias apuradas pela Operação Lava Jato.
A Petrobras informou que recebeu propostas para seis lotes de obras no local, que totalizam cerca de R$ 14 bilhões em investimentos. O resultado das licitações ainda depende de negociações com os consórcios que apresentaram as melhores ofertas.
A estatal prevê a geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos durante a fase de construção. O novo complexo terá foco na integração de fontes de energia, mantendo parte da estrutura petroquímica e abrindo espaço para desenvolvimento de novos segmentos, incluindo a produção de combustíveis com menor impacto ambiental.
Empresas investigadas voltam a disputar contratos públicos
Empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, que haviam sido impedidas de contratar com a istração pública após os desdobramentos da Operação Lava Jato, voltaram a participar das licitações dos projetos da Petrobras. A reintegração dessas empreiteiras só foi possível após a de acordos de leniência com o governo federal, permitindo sua reabilitação no mercado.
Com isso, a Petrobras ou a incluir novamente grandes construtoras no processo de contratação de obras de grande porte, com regras mais rígidas de conformidade e controle.
Petrobras reforça foco em projetos de refino
Durante um evento recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras reafirmou a importância da conclusão dos dois projetos como parte de sua estratégia de fortalecimento da infraestrutura de refino no país. As obras haviam sido aprovadas ainda em 2023, na gestão de Jean Paul Prates, e ganharam novo ritmo a partir de maio de 2024, com a abertura das licitações.
De acordo com a empresa, a retomada da Refinaria Abreu e Lima e do Complexo de Energias Boaventura está alinhada à política de expansão do parque de refino e à redução da dependência de importações de derivados. A expectativa é que os projetos também contribuam para a retomada econômica das regiões onde estão localizados, com a geração de empregos e a movimentação de cadeias produtivas locais.
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Fonte: Revista Oeste