Parceria entre Petrobras e CNPEM usa o superlaboratório Sirius para criar imagens 3D ultradetalhadas, revolucionando a exploração do pré-sal com tecnologia inédita no Brasil.
A Petrobras e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) concluíram a primeira fase de uma parceria estratégica voltada à aplicação de tecnologia para explorar o pré-sal com mais precisão. O projeto utiliza o Sirius, maior infraestrutura científica do Brasil, para gerar imagens 3D de rochas do pré-sal, abrindo novos horizontes para a pesquisa em óleo e gás e otimizando os métodos de extração em grandes profundidades.
A parceria, iniciada em 2021, resultou na implantação de uma microestação automatizada na linha de luz Mogno, capaz de analisar amostras de rochas de forma não-invasiva, rápida e com altíssima resolução. Os primeiros testes com amostras reais de poços do pré-sal foram realizados em novembro de 2024, e os dados estão em fase de pós-processamento para a geração de imagens tridimensionais detalhadas.
Petrobras e CNPEM usam tecnologia de ponta para estudar rochas do pré-sal
A linha de luz Mogno, presente no Sirius, é um dos elementos centrais da pesquisa. Ela permite análises tomográficas em 3D com resolução micro e nanométrica das rochas, essenciais para compreender os processos internos de reservatórios de petróleo localizados sob espessas camadas de sal.
-
Estado quase esquecido pode ultraar São Paulo e se tornar o mais rico do Brasil após essa descoberta
-
Israel ataca o Irã com 200 caças: retaliação imediata e impacto global nas bolsas e no petróleo
-
Petróleo dispara mais de 13% após ataque de Israel ao Irã, eleva risco de guerra no Oriente Médio e deve impactar preço da gasolina com efeito global na inflação e no mercado de energia
-
O deserto de Rub al-Khali esconde reservas bilionárias de petróleo sob suas dunas – e ameaça engolir oleodutos e até mesmo uma cidade
As rochas do pré-sal, formadas há mais de 100 milhões de anos, representam um dos maiores desafios técnicos da indústria de óleo e gás. Por estarem em profundidades extremas, é fundamental entender sua estrutura interna para simular a agem de fluidos, prever a recuperação do óleo e garantir operações mais eficientes e seguras.
Linha de luz Mogno realiza análises 3D automatizadas e remotas
A microestação da linha Mogno instalada com apoio da Petrobras permite a análise simultânea de até 88 amostras, com troca automatizada durante a realização dos exames. A operação pode ser feita remotamente em experimentos de baixa complexidade, o que agiliza a geração de dados e amplia o uso por pesquisadores de todo o país.
Segundo Nathaly Archilha, pesquisadora do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), a Mogno foi concebida com o objetivo de atender pesquisas diretamente ligadas ao setor de petróleo. A tecnologia desenvolvida pela CNPEM é inédita no mundo, oferecendo zoom contínuo, alta resolução e a possibilidade de aplicar diferentes condições térmicas, mecânicas e químicas às amostras, reproduzindo o ambiente real do subsolo do pré-sal.
Tecnologia para explorar o pré-sal ganha inteligência artificial e supercomputação
O projeto também contempla o desenvolvimento de algoritmos de reconstrução 3D e técnicas de pós-processamento com uso de inteligência artificial, fundamentais para gerar um banco de dados digital de rochas do pré-sal. Esses dados serão usados para caracterizar estruturas geológicas, simular cenários de extração e prever o comportamento dos reservatórios.
O processamento intensivo dessas imagens conta com e do Tepui, centro de computação de alto desempenho do Sirius, e ainda da infraestrutura do supercomputador Santos Dumont, operado pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em Petrópolis. A integração das redes de dados é feita com apoio da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa).
Gabriel Moreno, engenheiro do CNPEM, destaca que os próximos desafios envolvem simulações complexas, com foco em dinâmica fluido-térmica, engenharia de sistemas e modelagem geofísica. A expectativa é que essa estrutura se torne referência global para a análise de materiais geológicos.
Exploração do pré-sal com imagens 3D no Sirius pode revolucionar a indústria
Com as imagens 3D no Sirius, a Petrobras avança significativamente em sua capacidade de prever, simular e planejar a exploração de reservas do pré-sal com precisão sem precedentes. A tecnologia evita abordagens invasivas e acelera a obtenção de resultados técnicos sobre as rochas analisadas.
O uso de inteligência artificial aplicada às imagens de rochas deve permitir ajustes em tempo real durante a extração e tornar os processos mais eficientes, com menor desperdício e impacto ambiental. Essa capacidade de antecipar o comportamento dos reservatórios é considerada essencial diante da complexidade das operações na camada pré-sal.
Comunidade científica poderá ar microestação no Sirius
Com a fase de testes concluída, a microestação da linha Mogno agora está disponível para uso por outros pesquisadores. A chamada para submissão de projetos será aberta ainda em 2025, com previsão de realização de experimentos a partir de 2026.
Essa abertura representa um marco para a ciência brasileira, democratizando o o a uma infraestrutura de ponta e permitindo que universidades, centros de pesquisa e startups desenvolvam projetos em áreas como energia, geologia, engenharia de materiais e meio ambiente.
Projeto coloca Brasil na vanguarda da pesquisa sobre o pré-sal
A parceria entre Petrobras e CNPEM representa um avanço estratégico para o país na pesquisa e exploração do pré-sal. Ao utilizar o que há de mais moderno em aceleração de partículas, análise de materiais e supercomputação, o Brasil dá um o importante para consolidar sua liderança tecnológica em um setor essencial para sua economia.
O Sirius, operado pelo CNPEM, já é considerado uma das mais avançadas instalações científicas do mundo. Agora, com a linha Mogno adaptada para estudos em óleo e gás, o país amplia seu protagonismo em uma área de conhecimento altamente especializada e com grande impacto industrial.