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Pesquisas recentes sugerem que o Titanic afundou por causa de pequenos cortes no casco — do tamanho de uma folha de papel — que comprometeram a estrutura do navio considerado “inafundável“

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/04/2025 às 20:23
Titanic
Foto: IA
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Mais de um século após o naufrágio do Titanic, novas pesquisas lançam luz sobre o que realmente causou a tragédia. Segundo cientistas, o navio “inafundável” afundou não por um grande rasgo, mas por pequenos cortes no casco — do tamanho de uma folha de papel — que comprometeram sua estrutura e levaram ao desastre. A descoberta desafia versões anteriores da história.

Mais de 110 anos depois da tragédia marítima que comoveu o mundo, novas varreduras revelam detalhes inéditos sobre os momentos finais do Titanic. A embarcação, considerada “inafundável“, teria afundado após uma colisão que durou somente seis segundos, com cortes no casco do tamanho de folhas de papel A4 espalhados por seis compartimentos.

As descobertas fazem parte de um estudo conduzido por especialistas da empresa Magellan Ltd. e pelo professor Jeom-Kee Paik, do University College London.

Com imagens obtidas a 4.000 metros de profundidade, a pesquisa aponta que o Titanic tocou o iceberg apenas superficialmente.

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Ainda assim, os pequenos buracos resultantes da colisão foram suficientes para provocar um dos piores desastres marítimos da história.

Especialistas da empresa de mapeamento de águas profundas Magellan Ltd. fotografaram o transatlântico de luxo naufragado de novos ângulos, a cerca de 3.800 metros abaixo da superfície do oceano. Na foto, a proa (frente do navio).

Buracos pequenos, consequências gigantes

Ao contrário da ideia popular de que o Titanic sofreu um grande rasgo em seu casco, os novos dados mostram que os danos foram menores, mas estrategicamente distribuídos.

Os buracos, com tamanho similar ao de folhas de papel A4, estavam espalhados por seis compartimentos.

O arquiteto naval Simon Benson, da Universidade de Newcastle, explicou que esses furos permitiram a entrada gradual de água em diferentes seções da embarcação. Segundo ele, a água entra devagar, mas de forma contínua. Um a um, os compartimentos foram sendo inundados até o momento em que o navio não consegue mais se sustentar.

Essa descoberta oferece uma nova perspectiva sobre como um navio tão grande e moderno para a época foi derrotado por um impacto que, à primeira vista, não parecia tão grave.

Digitalização do naufrágio revela detalhes surpreendentes

As varreduras realizadas pela Magellan Ltd. foram essenciais para essa reavaliação dos eventos. Submersíveis percorreram todas as partes do naufrágio, obtendo imagens em alta definição que mostram ângulos inéditos do Titanic.

Uma das áreas estudadas foi a sala da caldeira, onde o navio teria se partido ao meio.

Algumas caldeiras estão deformadas, com aparência côncava, o que sugere que ainda estavam em operação no momento em que foram submersas.

Outro detalhe importante revelado pelas imagens é uma válvula na posição aberta, indicando que o vapor ainda fluía para o sistema de geração de energia elétrica da embarcação.

Isso confirma relatos históricos de que engenheiros permaneceram em seus postos até o fim, garantindo luz e eletricidade enquanto os botes salva-vidas eram lançados.

Heróis desconhecidos trabalharam até o fim

O especialista Parks Stephenson destacou o papel essencial dos engenheiros que permaneceram a bordo até o último momento.

A equipe, liderada por Joseph Bell, despejou carvão nas fornalhas enquanto o navio afundava, permitindo que os sistemas elétricos continuassem funcionando.

Segundo Stephenson, essas ações ajudaram a manter a calma e a ordem durante a evacuação. “Eles mantiveram o caos sob controle o máximo de tempo possível, e tudo isso foi simbolizado por esta válvula de vapor aberta ali na popa“, disse ele.

Nenhum dos engenheiros sobreviveu. Mas seu sacrifício permitiu que centenas de ageiros tivessem mais tempo para escapar. A nova análise reforça a importância dessas ações silenciosas durante o desastre.

Documentário vai mostrar reconstrução digital

As imagens obtidas pela Magellan Ltd. estão sendo utilizadas em um novo documentário produzido pela National Geographic em parceria com a Atlantic Productions. Com o título “Titanic: The Digital Resurrection”, a produção promete reconstruir digitalmente o navio e os danos causados naquela noite trágica.

A simulação vai mostrar a trajetória do impacto, a inundação dos compartimentos e os momentos finais do Titanic antes de se partir ao meio. Também serão exibidas imagens dos destroços atuais, localizados a quase 13 mil pés de profundidade.

Localização e estado atual dos destroços

Os restos do Titanic estão localizados a cerca de 350 milhas náuticas (cerca de 640 km) da costa de Newfoundland, no Canadá.

A parte da frente do navio, a proa, ainda mantém sua forma em “V” e possui grades visíveis, apesar de parcialmente enterrada na lama.

Já a popa apresenta uma massa de metal retorcida, resultado do impacto violento com o fundo do oceano. As duas seções estão separadas por cerca de 800 metros.

Ao redor dos destroços, há um campo de escombros que inclui peças de mobília, garrafas de champanhe fechadas e até sapatos de ageiros. Segundo especialistas, os restos estão se deteriorando rapidamente e podem desaparecer por completo nos próximos 40 anos.

O desastre original

O Titanic afundou na madrugada de 15 de abril de 1912, após colidir com um iceberg durante sua viagem inaugural entre Southampton e Nova York. Dos 2.224 ageiros e tripulantes a bordo, cerca de 1.517 morreram.

O navio foi construído em Belfast entre 1909 e 1912, pela empresa Harland and Wolff, e pertencia à White Star Line.

Na época, era o maior navio do mundo, com academias, piscinas, bibliotecas e salões luxuosos. Muitos milionários estavam a bordo, incluindo Benjamin Guggenheim, John Jacob Astor IV e Isidor Straus, coproprietário da Macy’s.

O Titanic não possuía botes salva-vidas suficientes para todos os ageiros. Isso ocorreu devido a normas de segurança marítima desatualizadas. Após deixar a Inglaterra, o navio fez paradas na França e na Irlanda antes de rumar para os Estados Unidos.

No dia 14 de abril, às 23h40, o iceberg foi avistado. Às 2h20 da manhã, o navio já estava completamente submerso. James Moody, o oficial de plantão no momento da colisão, também morreu no naufrágio.

Descoberta dos destroços só aconteceu em 1985

Mesmo com toda a comoção gerada pelo desastre, os destroços do Titanic só foram localizados em setembro de 1985. A descoberta ocorreu mais de sete décadas depois do naufrágio e chamou atenção do mundo inteiro.

A localização revelou que o navio havia se partido ao meio antes de atingir o fundo do oceano. Isso contradisse teorias anteriores que sugeriam que ele havia afundado inteiro.

As novas imagens divulgadas agora oferecem ainda mais detalhes sobre o estado atual do Titanic e ajudam a entender melhor como uma sucessão de pequenos danos pode ter provocado o colapso total da embarcação.

Uma das imagens mais simbólicas reveladas pelas novas varreduras é a da válvula de vapor aberta, que permanece no fundo do oceano.

Ela representa o esforço silencioso e heróico de uma equipe que permaneceu firme até o fim, garantindo luz e ordem em meio ao caos. Uma lembrança final de que o Titanic ainda tem histórias para contar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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