Um feito científico impressionante foi registrado: pesquisadores conseguiram despertar um organismo microscópico que estava adormecido há 7.000 anos.
Um experimento científico inusitado trouxe de volta à organismo de vida microalgas que estavam adormecidas há quase 7 mil anos. A descoberta foi publicada no The ISME Journal por uma equipe internacional liderada pelo Instituto Leibniz.
As algas estavam preservadas em sedimentos profundos do Mar Báltico, sem luz e sem oxigênio.
Mesmo assim, conseguiram sobreviver por milênios em um estado dormente.
-
Coreia do Sul surpreende o mundo ao revelar torpedo supercavitante 5 vezes mais rápido que modelos existentes no mercado; velocidade da qual nenhum navio consegue escapar atualmente
-
Marca de celular desacreditada por anos dá a volta por cima, domina os smartphones intermediários no Brasil e vira a queridinha do público
-
Facebook, Instagram e WhatsApp movidos a energia nuclear? Zuckerberg fecha acordo bilionário para salvar usina e garantir 1.121 MW para treinar sua inteligência artificial
-
Como a inteligência artificial está mudando a criação de conteúdo audiovisual
O feito abre uma nova janela para o estudo da evolução marinha e da adaptação às mudanças do clima.
Dormência: uma pausa longa e resistente
O organismo reativado pertence à espécie Skeletonema marinoi, um tipo comum de diatomácea. Essas microalgas conseguem entrar em dormência — um tipo de pausa profunda no metabolismo — para resistir a condições ambientais extremas.
Nos sedimentos, elas criam células especiais, com paredes espessas e reserva de energia. Essa estrutura permite que sobrevivam sem luz, oxigênio e mesmo sob temperaturas muito baixas.
Com o tempo, essas células formam verdadeiros arquivos naturais, guardando informações de ecossistemas ados.
Por isso, os cientistas veem esse tipo de estudo como uma forma de ecologia da ressurreição.
Algas despertam com força total
Ao retirar as amostras dos sedimentos, os pesquisadores conseguiram reativar as microalgas com até 6.871 anos.
Após esse “despertar”, os organismos voltaram a fazer fotossíntese normalmente. O crescimento também foi estável, com produção de oxigênio comparável à de suas versões modernas.
Além disso, análises genéticas mostraram diferenças entre os organismos antigos e os atuais. Isso indica que houve adaptação ao longo do tempo.
Assim, os cientistas podem observar a evolução diretamente, comparando linhagens antigas e modernas.
O método evita depender somente de fósseis ou simulações.
Os sedimentos funcionam como cápsulas do tempo, e o estudo dessas microalgas pode revelar como os ecossistemas marinhos mudaram com o ar dos séculos.
Ferramenta para prever o futuro dos oceanos
O próximo o dos pesquisadores será submeter as algas ressuscitadas a diferentes cenários climáticos. A ideia é entender como essas espécies reagiram a mudanças ambientais no ado.
Isso pode ajudar a prever como o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha, vai se comportar diante do aquecimento global atual.
O estudo também mostra como os sedimentos marinhos são úteis para rastrear a história genética das espécies. A expectativa é que mais camadas de sedimentos revelem novos organismos antigos com informações valiosas.
O despertar de um mistério
A dormência de microalgas como a Skeletonema marinoi não é simples. Envolve a produção de proteínas protetoras e outras adaptações celulares complexas.
Diferente da hibernação, esse processo é ligado a ciclos sazonais. Algumas células afundam no inverno e voltam à superfície na primavera. Outras, como agora se descobriu, podem esperar milhares de anos.
Esse feito ainda levanta uma pergunta que segue sem resposta: como esses organismos conseguem manter sua estrutura por tanto tempo?
O mistério permanece, mas a ciência ganhou uma ferramenta poderosa para investigar os limites da vida.
Estudo publicado em The ISME Journal.