Pepsi o gigante consumido em mais de 200 países, que se tornou Pepsico, um dos maiores conglomerados de alimentos e bebidas do mundo. No Brasil, a distribuição é feita pela Ambev, ao lado de ícones como Guaraná Antarctica e Sukita
Apesar de muitas vezes ser vista como a “segunda opção”, a Pepsi construiu uma trajetória surpreendente no universo das bebidas não alcoólicas, rivalizando diretamente com a gigante Coca-Cola. Com origem modesta e repleta de reveses financeiros, a marca protagonizou um dos maiores casos de reinvenção e crescimento da indústria alimentícia mundial.
Do balcão de uma farmácia à conquista do mercado soviético, esta é a história da Pepsi, a marca que ousou desafiar o domínio da Coca-Cola.
A criação medicinal de um refrigerante lendário
O nascimento da Pepsi remonta a 28 de agosto de 1893, quando o farmacêutico Caleb Bradham, na cidade de New Bern, na Carolina do Norte (EUA), desenvolveu uma fórmula que pretendia ser ao mesmo tempo energética, refrescante e auxiliar na digestão. A bebida, inicialmente vendida apenas em sua farmácia, era conhecida como Brad’s Drink.
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Inspirado por John Pemberton, criador da Coca-Cola em 1886, Bradham também utilizava noz de cola e um mix de ervas na composição. Em 1898, a bebida foi rebatizada como Pepsi-Cola, nome inspirado na palavra “dispepsia” (problemas digestivos). Embora se acreditasse que a fórmula continha a enzima pepsina, essa informação era incorreta.
Crescimento acelerado e a primeira falência da Pepsi-Cola Company
Com a popularidade crescente, Bradham fundou a Pepsi-Cola Company em 1902. Em poucos anos, o refrigerante se espalhava pelos Estados Unidos, apoiado por uma logística moderna para a época e mais de 40 distribuidoras. Mas o sucesso foi interrompido por uma decisão precipitada: com receio de alta nos preços do açúcar após a Primeira Guerra Mundial, Bradham comprou estoques gigantescos da matéria-prima. O preço despencou, e a dívida afundou a empresa, que declarou falência em 1923.
Uma marca recusada pela Coca-Cola e a segunda quebra
Após a falência, a Pepsi foi vendida por apenas US$ 30 mil a uma holding e voltou a circular por meio de outros empresários. Um deles foi Roy C. Megargel, que não conseguiu sustentá-la diante da crise de 1929.
Em 1931, a Pepsi enfrentou sua segunda falência. Curiosamente, entre 1922 e 1931, a marca foi oferecida três vezes à Coca-Cola, que recusou todas.
Charles Guth o visionário que decidiu investir na Pepsi após romper com a Coca-Cola
A virada definitiva começou com Charles Guth, presidente da Loft Candy Company, que decidiu investir na Pepsi após romper com a Coca-Cola. Guth aumentou o teor de açúcar, tornando o sabor mais doce, e lançou uma ousada estratégia: vender garrafas de 355 ml pelo mesmo preço das de 177 ml.
A ideia era atender à população empobrecida pela Grande Depressão, oferecendo mais produto pelo mesmo valor. A resposta foi imediata: a Pepsi se tornou a preferida das classes trabalhadoras.
Gigante de bebidas foi pioneira ao investir em anúncios voltados à comunidade afro-americana, ignorada pelas grandes marcas da época
Nos anos 1930 e 1940, a Pepsi apostou em publicidade massiva e ousada. A atriz Joan Crawford, então esposa do presidente da empresa, estrelava propagandas que também apareciam em seus filmes. Além disso, a marca foi pioneira ao investir em anúncios voltados à comunidade afro-americana, ignorada pelas grandes marcas da época. Ao mostrar pessoas negras em situações cotidianas de respeito e protagonismo, a Pepsi conquistou um público fiel.
A Pepsi desafia o domínio da Coca-Cola
Na década de 1950, a Pepsi, atualmente Pepsico, já figurava entre as cinco maiores marcas de refrigerantes dos EUA. A empresa continuou inovando, lançando novas embalagens, sabores e até mesmo versões dietéticas. Em 1964, criou o primeiro refrigerante em garrafa PET de 2 litros. A fusão com a Frito-Lay, empresa líder em salgadinhos, formou o conglomerado PepsiCo, um dos maiores grupos alimentícios do mundo.
Hoje, a companhia também é dona de marcas como Gatorade, Lipton, Quaker e 7Up, além da brasileira Elma Chips.
Pepsi se tornou a primeira marca americana a ser comercializada regularmente na União Soviética
Em 1959, durante um encontro diplomático em Moscou, o então líder soviético Nikita Khrushchev provou uma Pepsi feita na hora com xarope americano. Encantado com a bebida, declarou que era melhor do que a versão produzida nos EUA. Com isso, a Pepsi se tornou a primeira marca americana a ser comercializada regularmente na União Soviética.
As transações incluíram escambo por vodka e até equipamentos militares, já que o rublo não tinha valor internacional. Segundo o jornalista Tom Standage, autor de A History of the World in 6 Glasses, a Pepsi chegou a controlar o sexto maior inventário bélico do planeta — posteriormente vendido como sucata.
A relação diplomática entre Pepsi e Rússia foi tão forte que, em 2004, Donald Kendall, responsável pela entrada da marca no país, foi condecorado por Vladimir Putin com a Ordem da Amizade.
A Pepsi invade o Brasil: da parceria com a Brahma à Ambev
A Pepsi chegou ao Brasil em 1950, com importações feitas por um distribuidor gaúcho. Dois anos depois, foi construída a primeira fábrica licenciada em Porto Alegre. No entanto, a penetração da marca foi lenta. Somente nos anos 1980, com a parceria com a Brahma, a marca se expandiu para os grandes centros urbanos.
Em 1994, os direitos foram reados à argentina Baesa, que entrou em falência três anos depois. A Brahma reassumiu o controle e, após a fusão com a Antártica em 1999, a Ambev ou a distribuir a linha Pepsi no país. Desde então, a gigante americana compartilha espaço com marcas como Guaraná Antarctica, Sukita e Soda Limonada.
A guerra das colas: o desafio Pepsi e o impacto cultural
Nos anos 1980, a Pepsi lançou sua campanha mais ousada: o Desafio Pepsi. Em testes cegos realizados com mais de 200 mil pessoas, 57% dos participantes preferiram o sabor da Pepsi. Isso provocou um abalo nas vendas da Coca-Cola, que reagiu lançando a controversa “New Coke” — considerada uma das piores decisões de marketing da história.
Com apoio de celebridades como Michael Jackson, a Pepsi consolidou o movimento Geração Pepsi, se aproximando do público jovem e urbano. Desde então, a marca investe pesado em esportes e cultura pop, patrocinando eventos como a NFL e a Liga dos Campeões da UEFA.
Uma paixão global que segue viva
Hoje, a Pepsi é consumida em mais de 200 países, e mesmo não tendo superado a Coca-Cola em market share global, permanece como uma das marcas mais amadas do planeta. A história da Pepsi é marcada por ousadia, resiliência e reinvenção — e ainda continua sendo escrita.
Segundo Ramon Laguarta, atual CEO da PepsiCo, “a inovação constante, aliada ao respeito pela diversidade cultural e social, é o que mantém a marca relevante no século XXI” (confira entrevista recente aqui).
Agora queremos saber sua opinião: você faz parte do time que prefere Pepsi ou da legião fiel à Coca-Cola? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe este artigo com aquele amigo que adora um bom refrigerante.
Com certeza Pepsi
Quando eu bebia refrigerantes, sempre preferi a Pepsi. Hoje não posso tomar mais, porém se pudesse continuaria com a Pepsi
Prefiro a Pepsi
A Pepsi é a melhor refrigerante do mundo