O setor da construção civil no Pará cresce com obras da COP 30 e do Novo PAC, gerando milhares de vagas de emprego e impulsionando a economia, apesar da falta de mão de obra qualificada.
O estado do Pará vive um dos períodos mais promissores para o setor da construção civil, com reflexos diretos na criação de vagas de emprego e no aquecimento da economia local. O motor desse crescimento vem de dois grandes impulsionadores: a preparação da capital paraense para sediar a COP 30 em 2025 e a retomada dos investimentos federais por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Somente na Região Metropolitana de Belém, dezenas de obras já estão em andamento, abrangendo desde infraestrutura urbana, saneamento básico e habitação até melhorias em equipamentos turísticos e reformas no sistema viário.
O impacto dessas ações tem sido sentido tanto na paisagem da cidade quanto nos índices de empregabilidade, que colocam o Pará na liderança da geração de empregos formais no Norte do país.
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Obras se multiplicam e transformam Belém para a COP 30
Com a contagem regressiva para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Belém se prepara para receber delegações de todo o mundo.
Para isso, obras estruturantes estão sendo priorizadas: ruas são requalificadas, espaços públicos am por reformas e novos empreendimentos turísticos e hoteleiros começam a surgir.
Essas iniciativas não apenas deixam a cidade mais preparada para o evento, mas também aquecem o setor da construção civil. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Fabrizio Gonçalves, a movimentação começou tão logo a COP foi confirmada:
“Nosso Caged mostra um crescimento de quase 23% no número de empregos. Isso se deve aos investimentos nas esferas municipal, estadual e federal, com grandes volumes em áreas de infraestrutura, mobilidade e também da iniciativa privada. O setor da construção civil está sendo um dos grandes beneficiados com a realização da COP em Belém.”
Geração de vagas de emprego bate recordes no estado
O cenário de crescimento é confirmado pelos dados oficiais do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Somente em fevereiro de 2025, o Pará registrou 4.424 novos empregos formais, o maior saldo da Região Norte. A construção civil foi o quarto setor com maior contribuição para esse resultado.
Em 2024, o setor registrou mais de 84 mil issões no estado, com cerca de 17 mil apenas em Belém. Em 2025, os números continuam positivos: 12.729 novos postos já foram criados, sendo 3.955 somente na capital.
No âmbito nacional, a construção civil também segue em crescimento, com mais de 465 mil issões nos quatro primeiros meses do ano. Esses dados reforçam o papel central da construção civil na recuperação econômica do Brasil.
Falta de mão de obra qualificada no setor da construção civil
Apesar do momento positivo, o setor enfrenta um problema estrutural: a escassez de profissionais qualificados.
A demanda por pedreiros, eletricistas, carpinteiros e operadores de máquinas supera a oferta disponível no mercado, o que tem exigido soluções rápidas e eficazes.
Fabrizio Gonçalves alerta que a falta de mão de obra não é uma exclusividade do Pará, mas afeta diretamente o ritmo das obras em andamento:
“Hoje, nossa principal dificuldade — não só aqui no Pará, mas em nível nacional — continua sendo a escassez de mão de obra.”
Capacitação de profissionais para o setor da Construção Civil
Buscando enfrentar esse gargalo, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social firmou, em março, um acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O objetivo é capacitar beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico) e do programa Bolsa Família, para que possam atuar no setor da construção.
A formação será oferecida em parceria com o SESI e o SENAI, com cursos voltados às áreas mais carentes de profissionais. Além disso, os beneficiários seguirão recebendo o auxílio do governo durante seis meses, mesmo após começarem a trabalhar.
“O mais importante desse convênio é que essa pessoa vai continuar recebendo o benefício durante a transição, o que dá uma segurança a mais para ela. O setor vê com bons olhos essa iniciativa, que pode minimizar a falta de mão de obra e, ao mesmo tempo, ajudar a população, já que gera emprego para quem precisa e nos ajuda nas construções”, completou o presidente do Sinduscon-PA.
Efeito em cadeia fortalece a economia local
Os impactos não se limitam aos canteiros de obras. A construção civil gera efeitos positivos em toda a cadeia produtiva: movimenta o comércio, fortalece a indústria de materiais de construção, aquece o setor de transportes e aumenta a demanda por serviços especializados.
Pequenas empresas, fornecedores locais e prestadores de serviços também colhem os frutos dessa movimentação. O resultado é um ciclo virtuoso de crescimento, que beneficia diretamente a economia e a população paraense.
Com novos projetos em andamento e uma agenda de obras acelerada, o setor da construção civil no Pará deve manter o ritmo intenso de contratações nos próximos meses.
A expectativa é de que o volume de vagas de emprego continue crescendo, impulsionado pelos investimentos públicos e pela confiança do setor privado.