Com 72 milhões de habitantes e bilhões em investimentos, a Tailândia planeja se tornar um gigante dos semicondutores, atraindo empresas globais e aproveitando a guerra comercial entre EUA e China para se tornar o novo polo de chips na Ásia.
Se tem uma coisa que ninguém pode negar, é que a indústria de semicondutores virou o ouro do século XXI. Com o boom da inteligência artificial, empresas como a NVIDIA viram seus lucros explodirem e, claro, os países começaram a disputar esse mercado ferozmente. No meio dessa briga de gigantes entre Estados Unidos e China, surge um candidato improvável: a Tailândia.
Com 72 milhões de habitantes e uma estratégia ousada, o país quer atrair bilhões em investimentos e se tornar um novo centro de fabricação de semicondutores. Mas será que a Tailândia tem bala na agulha para entrar nessa disputa?
O boom da inteligência artificial e o papel dos semicondutores
A inteligência artificial não é mais coisa do futuro, ela já faz parte do nosso dia a dia. Com a popularização de modelos de IA e a necessidade de mais poder de processamento, os semicondutores viraram o motor dessa revolução. O resultado? Uma explosão na demanda por chips.
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O ano de 2024 foi um marco para o setor, com um crescimento sem precedentes e recordes de vendas. Quem soube aproveitar essa onda surfou bonito, como foi o caso da NVIDIA e outras gigantes do mercado.
Como a NVIDIA e outras gigantes estão faturando alto com a IA
Se tem alguém que saiu ganhando nessa história, foi a NVIDIA. Com a alta demanda por chips gráficos e processadores para IA, a empresa viu seus números dispararem. Outras fabricantes, como AMD e Intel, também aproveitaram a maré, mas o jogo está longe de ser tranquilo.
Com os Estados Unidos restringindo exportações de chips para a China e o mercado cada vez mais competitivo, novos players começaram a surgir. E é aí que entra a Tailândia.
A Tailândia quer seu lugar na indústria de semicondutores
A Tailândia não está brincando em serviço. O governo já anunciou que nos próximos 90 dias vai soltar um plano estratégico para atrair empresas de semicondutores. O país está organizando viagens de negócios para os Estados Unidos e Japão, tentando convencer grandes fabricantes a investirem no território tailandês.
O Conselho de Investimentos da Tailândia (BOI) também contratou uma consultoria especializada para criar um roteiro detalhado sobre como transformar o país em um polo de chips. A meta? Atrair 12,8 bilhões de euros até 2029.
Como a guerra comercial entre EUA e China virou uma oportunidade
A treta entre Estados Unidos e China está longe de acabar. As sanções americanas dificultam a compra de semicondutores pelos chineses, e isso está mudando toda a cadeia global de fornecimento. Muitos fabricantes estão migrando suas operações para outros países, e a Tailândia quer ser a maior beneficiada disso.
Outras economias do Sudeste Asiático, como Vietnã e Malásia, já sentiram os efeitos positivos dessa guerra comercial. Agora, a Tailândia quer entrar nesse jogo e garantir seu quinhão.
O foco da Tailândia: eletrônica de potência e chips para veículos elétricos
A Tailândia já tem um histórico forte na fabricação de placas de circuito impresso, essenciais para celulares, computadores e carros elétricos. Desde 2023, a produção desse componente cresceu consideravelmente, e o país quer usar essa base para avançar na fabricação de semicondutores.
Empresas como Sony e Toshiba já estão estabelecidas por lá e devem ampliar seus investimentos nos próximos anos.
Chips para veículos elétricos e data centers: a nova aposta
Outro ponto-chave da estratégia tailandesa está na produção de chips para veículos elétricos e data centers. Com a eletrificação dos transportes crescendo em ritmo acelerado e a necessidade de armazenar e processar grandes volumes de dados, a demanda por semicondutores específicos para esses segmentos só aumenta.
A Tailândia já tem tradição na indústria automotiva e quer usar essa expertise para atrair empresas do setor de semicondutores especializadas nesse nicho.