Aquisição pode marcar entrada da OpenAI no mercado de hardware e abrir disputa direta com o iPhone no futuro
Nos últimos anos, a OpenAI se destacou como protagonista na corrida pela inteligência artificial, principalmente após o sucesso do ChatGPT. Mas Sam Altman, CEO da empresa, não está satisfeito em apenas dominar o mundo do software. Seu próximo o é ainda mais ambicioso: criar um dispositivo físico com tecnologia de IA que pode mudar a forma como interagimos com o mundo digital — e, talvez, até competir com o iPhone.
Essa ideia, que parece saída de um filme futurista, está ganhando contornos reais. Desde 2023, Altman vem trabalhando ao lado de Jony Ive, o lendário designer responsável por alguns dos produtos mais icônicos da Apple, como o iPhone, o iMac e o iPod.
Agora, a parceria pode ganhar um novo patamar com a possível compra da startup io Products, empresa criada por Ive para desenvolver esse novo dispositivo inteligente.
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Um novo tipo de dispositivo pessoal
Apesar do sigilo em torno do projeto, algumas informações começaram a emergir.
O produto, ainda sem nome oficial ou design final, é descrito por fontes como um dispositivo pessoal com inteligência artificial.
Alguns o comparam a um smartphone sem tela. Outros insistem que “não é um telefone”. A confusão pode ser proposital: Altman e Ive parecem querer criar algo completamente novo, que vá além da lógica dos celulares atuais.
A proposta é que o aparelho seja capaz de realizar tarefas cotidianas de forma autônoma com apoio da IA. Isso inclui desde reservar uma viagem até identificar uma planta por meio de uma imagem. Tudo de maneira fluida, sem depender de múltiplos apps, cliques ou digitações.
A promessa é um salto na interação homem-máquina — algo mais intuitivo, direto e centrado na linguagem natural.
OpenAI quer comprar a io Products por US$ 500 milhões
Segundo informações recentes publicadas pelo site The Information, a OpenAI está considerando adquirir totalmente a io Products, a empresa criada por Ive para desenvolver esse novo tipo de hardware. O valor da negociação pode ultraar os US$ 500 milhões.
A aquisição não apenas traria o controle do projeto para dentro da OpenAI, mas também integraria toda a equipe de design envolvida, incluindo nomes de peso vindos da Apple.
Dois deles já estão confirmados: Tang Tan, que liderou as equipes de design do iPhone e do Apple Watch, e Evans Hankey, que sucedeu o próprio Ive como chefe de design da Apple e deixou a empresa em 2023. Isso mostra que o projeto não é apenas uma ideia experimental — trata-se de uma iniciativa concreta, com talentos experientes e uma visão clara.
Uma resposta à lentidão da Apple?
Coincidentemente ou não, enquanto Altman e Ive avançam com seu dispositivo de IA, a Apple enfrenta dificuldades internas para implementar recursos avançados de inteligência artificial em seus produtos.
Em março deste ano, o chefe da equipe responsável pela assistente digital Siri classificou o atraso nas atualizações como “feio“, itindo que há constrangimento entre os funcionários.
A Apple havia prometido uma reformulação da Siri com IA mais potente, mas o lançamento foi adiado por problemas técnicos. Isso pode abrir espaço para que a OpenAI entre no mercado com um produto mais inovador e eficiente.
Embora a competição direta entre as duas empresas ainda não tenha se confirmado oficialmente, os movimentos de Altman indicam que ele está de olho nesse vácuo deixado pela gigante de Cupertino.
Uma parceria com raízes profundas
Jony Ive deixou a Apple em 2019 para fundar sua própria empresa de design, a LoveFrom. Desde então, ele vinha se mantendo discreto. Foi só em 2023 que ele revelou, em entrevista ao New York Times, que estava colaborando com Altman em um projeto de hardware de IA.
Para Sam Altman, a escolha de Ive não foi por acaso. O designer é conhecido por sua habilidade em unir forma e função de maneira elegante, criando produtos desejáveis e intuitivos.
Altman acredita que esse olhar será essencial para que o novo dispositivo seja, ao mesmo tempo, prático, bonito e revolucionário.
Ambições globais
Paralelamente ao projeto de hardware, Altman também está liderando outros esforços para fortalecer a infraestrutura da OpenAI.
Ele anunciou uma aliança com a SoftBank e a Oracle para construir um ecossistema de IA nos Estados Unidos, batizado de Stargate. O plano prevê um investimento de US$ 500 bilhões para a criação de centros de dados e, possivelmente, até de chips personalizados.
Altman também tem buscado colaborações internacionais. Em visita recente ao Japão, ele discutiu parcerias com empresas locais para o desenvolvimento de semicondutores e outras tecnologias críticas.
O objetivo é claro: garantir que a OpenAI permaneça competitiva em um cenário global dominado por players como a China, Google, Amazon e, claro, a Apple.
Uma aposta ousada
A criação de um novo dispositivo de IA, com a ambição de competir o iPhone, é uma aposta arriscada. Muitos já tentaram desafiar o domínio dos smartphones e falharam.
No entanto, poucos têm a combinação de recursos, talento e visão que Altman e Ive trazem para a mesa.
Além disso, o momento parece propício. A inteligência artificial está se tornando cada vez mais presente na vida das pessoas, e há uma crescente demanda por soluções que tornem essa interação mais natural.
e o projeto da OpenAI conseguir entregar o que promete, poderá redefinir não apenas o mercado de tecnologia, mas a maneira como nos relacionamos com o digital.
E agora?
Até o momento, nem a OpenAI nem a io Products comentaram oficialmente sobre a possível aquisição ou sobre o produto em desenvolvimento. Ainda assim, o simples fato de essa conversa estar acontecendo já movimenta os bastidores da indústria.
Com mais de US$ 40 bilhões em novo financiamento e uma avaliação de US$ 300 bilhões, a OpenAI tem os recursos e o impulso para tentar algo grande. Resta saber se esse “dispositivo pessoal com IA” será realmente a próxima grande revolução — ou apenas mais um conceito ambicioso que não saiu do papel.
Mas, considerando quem está por trás da ideia, vale a pena prestar atenção.