Centros de formação técnica deveriam ter sido entregues em 2023, mas obras seguem inacabadas em várias cidades do Rio de Janeiro.
Oito obras da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), vinculada ao Governo do RJ, estão atrasadas há quase dois anos. As unidades, que fazem parte do programa Pacto-RJ e deveriam ter sido entregues em julho de 2023, continuam longe de serem concluídas. A promessa era oferecer cursos técnicos, profissionalizantes, Ensino Médio e Superior em polos espalhados pela Baixada Fluminense e interior do estado.
Nesta quarta-feira (30), uma equipe do RJ2 visitou alguns dos canteiros e encontrou estruturas paralisadas ou com andamento muito lento. Em alguns casos, os locais parecem abandonados, sem presença de operários ou maquinário.
Obras atrasadas nas cidades da Baixada e do interior
Na Baixada Fluminense, os centros da Faetec deveriam ter sido inaugurados nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Nilópolis. No interior do estado, as unidades previstas ficam em Resende, Cabo Frio, Itaperuna e Campos dos Goytacazes.
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Em Caxias, no bairro Vila Sarapuí, o lançamento do projeto contou com a presença do governador Cláudio Castro e do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Dr. Serginho. Hoje, o cenário é de abandono: sem operários, máquinas ou qualquer movimentação no local.
Em São João de Meriti, onde o projeto foi anunciado em frente ao fórum da cidade, a obra segue em ritmo lento. Apenas alguns funcionários estão presentes. Em Nova Iguaçu, partes da estrutura metálica estão enferrujadas, e a construção está paralisada. Já em Nilópolis, há poucos operários trabalhando, o que indica que a entrega ainda deve demorar.
Programa Pacto-RJ financiou os projetos
Os empreendimentos fazem parte do Pacto-RJ, maior programa de obras do Governo do RJ, financiado com recursos do orçamento estadual e da venda da Cedae. Segundo o site oficial do programa, as obras também estão suspensas nas unidades de Resende, Cabo Frio, Itaperuna e Campos.
O contrato para a construção dos oito centros foi assinado em dezembro de 2021 com a Construtora Metropolitana. O valor inicial era de quase R$ 155 milhões. Desde então, a empresa solicitou reequilíbrio econômico-financeiro, alegando aumento de custos imprevistos de aproximadamente R$ 18 milhões. O Governo do RJ liberou cerca de R$ 16 milhões em termos aditivos, elevando o valor total do contrato para mais de R$ 170 milhões.
Faetec afirma que construtora foi multada por obras atrasadas
Em nota, a Faetec informou que os atrasos são de responsabilidade da construtora e que, por isso, aplicou uma multa de quase R$ 10 milhões. A fundação também afirma estar trabalhando para concluir e entregar as unidades “o mais rápido possível”.
A Construtora Metropolitana, por sua vez, afirmou que todos os canteiros seguem ativos e que não há paralisações totais. Segundo a empresa, as obras atrasadas estão relacionadas à necessidade de adequações no cronograma e aos aditivos firmados com o Governo do RJ. A previsão atual da construtora é que as obras sejam entregues até o final de 2025.
Impacto na educação técnica e profissional
As unidades da Faetec previstas nessas cidades tinham como objetivo ampliar a oferta de educação técnica e profissionalizante, atendendo milhares de alunos em diversas regiões do estado. Com as obras atrasadas, a implementação de novos cursos e a ampliação da rede pública de formação técnica permanecem comprometidas.
Os Centros de Pesquisa, Tecnologia, Inovação e Formação, como foram originalmente planejados, seriam referência em qualificação profissional e ofereciam uma proposta de ensino que integrava tecnologia e inserção no mercado de trabalho. A Faetec, vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, tem atualmente outras unidades em funcionamento, mas essas novas estruturas representavam uma expansão estratégica da rede.
Fonte: G1