Conheça o veículo blindado VBTP-MR Guarani, desenvolvido no Brasil, que transporta 11 militares, atinge 100 km/h em terra, navega a 10 km/h e é vital para a infantaria mecanizada.
O veículo blindado VBTP-MR Guarani é um marco na modernização do Exército Brasileiro e um avanço para a Base Industrial de Defesa (BID) do país. Este blindado anfíbio 6×6, com cerca de 18 toneladas, foi desenvolvido em parceria entre a Iveco Defence Vehicles e o Centro Tecnológico do Exército (CTEx).
Projetado para transportar até 11 militares, o Guarani alcança 100-110 km/h em terra e navega a 9-10 km/h. Ele substitui plataformas legadas como o EE-11 Urutu, oferecendo maior mobilidade, proteção, poder de fogo e versatilidade através de seu design modular.
O desenvolvimento estratégico do veículo blindado VBTP-MR Guarani
O programa do veículo blindado VBTP-MR Guarani surgiu da necessidade de modernizar as capacidades terrestres do Brasil. O Exército Brasileiro buscava substituir blindados obsoletos e transformar sua Infantaria Motorizada em Mecanizada, aumentando a mobilidade e capacidade dissuasória. A parceria com a Iveco Defence Vehicles, iniciada nos anos 2000, garantiu transferência de tecnologia e a instalação de uma fábrica em Sete Lagoas (MG), a primeira da Iveco Defence Vehicles fora da Europa.
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O primeiro protótipo do Guarani foi apresentado em 2009, seguido por rigorosos testes. A produção em série começou em 2012, com mais de 700 unidades entregues até o final de 2023. O projeto visa um índice de nacionalização superior a 60%, fomentando a indústria de defesa nacional. O contrato atual, no âmbito do Projeto Estratégico Forças Blindadas, prevê um total de 2.096 viaturas.
Por dentro do Guarani
O veículo blindado VBTP-MR Guarani possui tração 6×6 e peso de combate de aproximadamente 18 toneladas, variando com a blindagem. Suas dimensões são 6,91m de comprimento, 2,7m de largura e 2,34m de altura. É impulsionado por um motor IVECO FPT Cursor 9 ou 10ENT-C de 383 hp, acoplado a uma transmissão automática ZF de 6 marchas com retarder, atingindo 100-110 km/h em terra e com alcance de 600 km.
Sua capacidade anfíbia permite navegar a 9-10 km/h, com duas hélices traseiras. A proteção balística básica é STANAG 4569 Nível 2, expansível, e o casco em “V” protege contra minas de até 6kg de TNT (com blindagem adicional). O Guarani pode ser equipado com estações de armas remotamente controladas (SARC) como a REMAX (metralhadoras 7,62mm, 12,7mm ou lança-granadas 40mm) ou a torre UT30BR com canhão de 30mm.
Em campo
O veículo blindado VBTP-MR Guarani é fundamental na transformação da infantaria, conferindo maior mobilidade tática, proteção e poder de fogo. Ele substitui o EE-11 Urutu, oferecendo um salto qualitativo em capacidades e permitindo a aplicação de novas táticas de emprego combinado de armas.
Projetado para operar nos diversos terrenos brasileiros, o Guarani foi empregado em Operações Ágata (fronteiras), Operação São Francisco (Complexo da Maré, RJ) e na segurança de grandes eventos. Sua qualidade foi reconhecida internacionalmente, com exportações para Líbano, Filipinas e Gana, e interesse da Argentina, fortalecendo a posição do Brasil no mercado de defesa.
Variantes e a modernização contínua do veículo blindado VBTP-MR Guarani
A modularidade do veículo blindado VBTP-MR Guarani permite uma família de variantes para diversas funções. As principais incluem a VBTP (Transporte de Pessoal), VBCI (Combate de Infantaria com torre de 30mm), VBE PC (Posto de Comando), VBTE Amb (Ambulância), VBC Mrt (Porta-Morteiro 81mm ou 120mm) e VBE Soc (Socorro). Outras variantes como engenharia, comunicações, central de tiro e antiaérea (com mísseis SAAB RBS 70 NG) estão em desenvolvimento ou serviço.
Uma iniciativa “Guarani 2.0” está em discussão com a IDV para integrar 26 melhorias baseadas no dos operadores. Modernizações em subsistemas, como nas torres UT30BR (kits anti-drone) e o desenvolvimento de simuladores (SENAI) e Sistema de Gerenciamento de Plataforma (Projeto Proteus), asseguram a evolução contínua da plataforma, projetada para uma vida útil de 25 a 30 anos ou mais.
O veículo blindado VBTP-MR Guarani na defesa e indústria nacional
O programa do veículo blindado VBTP-MR Guarani catalisou a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira. A produção nacional em Sete Lagoas (MG) gerou empregos e desenvolveu uma cadeia de suprimentos local, contribuindo para a autonomia tecnológica. A propriedade intelectual do projeto pelo Exército Brasileiro permite royalties de exportação.
O investimento total no Projeto Forças Blindadas, que inclui o Guarani, é estimado em R$ 30,585 bilhões. O Guarani é mais que um blindado; é um símbolo da capacidade de inovação brasileira e pilar da defesa nacional. Sua evolução contínua e o financiamento consistente são cruciais para manter sua relevância e operacionalidade nas próximas décadas.