Telegram ameaça sair da França em resposta à pressão do governo para criar backdoors que comprometeriam a privacidade dos usuários
O conflito entre as autoridades sas e as plataformas de mensagens criptografadas ganhou força nesta semana. Pavel Durov, fundador do Telegram, anunciou na terça-feira que o aplicativo pode deixar o mercado francês. A decisão seria tomada caso o governo insista em exigir a criação de backdoors no serviço.
Uma resposta direta a pedidos do governo
Em mensagem enviada à comunidade, Durov foi categórico: “permitir que a polícia e conversas privadas sem notificar os usuários está fora de questão. O Telegram prefere se retirar da França do que comprometer a criptografia e violar direitos humanos fundamentais“, afirmou.
A declaração veio após comentários do Prefeito de Polícia de Paris, Laurent Nuñez. Na semana ada, Nuñez afirmou que o Telegram havia se tornado o principal meio de comunicação entre traficantes de drogas. Por isso, defendeu uma colaboração mais intensa entre a plataforma e os serviços de inteligência ses.
-
Descoberta de ferramentas de 40 mil anos nas Filipinas contradiz Europa e África como berços da navegação: tecnologia avançada em pleno Paleolítico
-
Descoberta de 100 novas estruturas em Gran Pajatén dobra conhecimento sobre civilização Chachapoya e revela rede de cidades perdidas na floresta nublada do Peru
-
Arqueólogos descobrem povo extinto de 6.000 anos na Colômbia com DNA diferente e jamais visto, sem descendentes vivos conhecidos, quem são eles?
-
De hacker condenado por tentar extorquir a Apple com dados de usuários a executivo contra fraudes: o jovem de 22 anos que deu a volta por cima em uma reviravolta surpreendente
As autoridades querem que o Telegram crie os ocultos. A proposta permitiria que mensagens privadas fossem lidas em investigações judiciais. Mesmo já fornecendo dados como IPs e números de telefone em alguns casos, a empresa se recusa a abrir o conteúdo das mensagens criptografadas.
Riscos de segurança apontados pelo Telegram
Para Durov, criar um backdoor, mesmo que somente para investigações, colocaria em risco todo o ecossistema de segurança da plataforma. Um ponto de o, segundo ele, não ficaria às autoridades sas. Hackers, estados estrangeiros e cibercriminosos também poderiam explorá-lo.
O CEO enfatizou que a medida prejudicaria a privacidade de cidadãos cumpridores da lei. “Uma vez implementado, um backdoor pode ser explorado por outras entidades”, alertou Durov. Ele também destacou que empresas como a Apple compartilham dessa preocupação com a segurança.
Durov ainda argumentou que a criação de brechas não atingiria seu objetivo. De acordo com ele, criminosos organizados migrariam rapidamente para plataformas menores ou usariam VPNs para criptografar suas redes. Assim, as investigações se tornariam ainda mais difíceis para as autoridades.
Criptografia em debate na Europa
O caso francês ocorre em meio a um debate mais amplo em toda a Europa. Em março de 2025, uma emenda à legislação antidrogas propôs a obrigatoriedade de backdoors em serviços como Signal, WhatsApp e Telegram. Embora a proposta tenha sido rejeitada pela Assembleia Nacional, ela já havia ado pelo Senado.
Segundo Durov, a França quase proibiu a criptografia no país no mês ado. A proposta foi rejeitada pouco antes de sua aprovação definitiva, o que, segundo ele, evitou um cenário perigoso para a privacidade dos cidadãos.
Enquanto isso, em Bruxelas, a Comissão Europeia anunciou no dia 1º de abril o lançamento de um plano de ação sobre criptografia. O objetivo é desenvolver uma solução que equilibre segurança pública e proteção de dados pessoais. Um roteiro deve ser apresentado até 2026.
Telegram mantém posição firme
Para o Telegram, a privacidade de seus usuários é inegociável. Com mais de 800 milhões de usuários no mundo, a plataforma reitera que deixará o mercado francês caso seus princípios sejam comprometidos. O desfecho deste embate pode representar um divisor de águas para o futuro da criptografia na Europa.
Com informações de Jason Deegan.