Com uma abordagem única de comunicação, a Nextel não conseguiu se adaptar às novas tecnologias e desapareceu do mercado brasileiro!
A conhecida Nextel, famosa por seu toque de telefone e por oferecer um estilo de comunicação que lembrava um walkie-talkie, desapareceu gradualmente do mercado brasileiro. A operadora não conseguiu acompanhar o avanço de tecnologias mais eficientes, resultando em sua falência no contexto competitivo da telefonia moderna.
A trajetória inicial da Nextel
A Nextel foi fundada em 1987 por Morgan Edward O’Brien e Brian McAuley sob o nome de FleetCall.
A operadora inovou ao apostar em um modelo de comunicação por meio do rádio móvel especializado (SMR), um protocolo desenvolvido pela Motorola, que permitia a comunicação em tempo real no sistema push-to-talk.
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Essa abordagem diferenciada a posicionou como uma alternativa interessante para quem buscava uma forma prática de se comunicar.
Em 1993, a FleetCall ou a se chamar Nextel Communications, um nome que misturava as palavras “Next” (próximo) e “Tel” (telefone).
Logo após essa mudança, a empresa expandiu sua atuação, alcançando 50 estados dos Estados Unidos após a fusão com a OneComm.
A Nextel também ganhou presença no Canadá, colaborando com a Clearnet Communications, o que solidificou sua posição no mercado da América do Norte.
A entrada da Nextel no mercado brasileiro
A Nextel chegou ao Brasil em 1997, através da NII Holdings, sua unidade internacional. Inicialmente, estabeleceu operações em São Paulo e Rio de Janeiro, e no mesmo ano, a empresa ampliou sua presença na América Latina, conquistando mercados em países como Argentina, Peru e México.
Essa expansão inicial foi muito bem-sucedida, e a marca registrou cerca de 2 milhões de s globalmente.
O modelo de negócios da Nextel se destacou pela facilidade de comunicação instantânea, que atraía principalmente profissionais em setores como construção civil, segurança e logística, onde a comunicação rápida e eficiente era essencial. A possibilidade de se comunicar sem a necessidade de discar um número, apenas apertando um botão, era um diferencial que a Nextel oferecia.
A evolução para 3G e 4G
Em 2010, a Nextel obteve a capacidade de oferecer Serviço Móvel Pessoal em todo o Brasil, após adquirir concessões na faixa de frequência de 3G.
No entanto, os planos para essa tecnologia só começaram a ser comercializados em 2012. Em 2014, a Nextel evoluiu sua cobertura para 4G, começando pelo Rio de Janeiro.
Essa era de expansão e modernização parecia promissora, mas a empresa começou a enfrentar dificuldades financeiras significativas.
Entre 2015 e 2018, a Nextel registrou prejuízos operacionais consecutivos, o que gerou preocupações sobre sua viabilidade.
Para tentar reverter a situação, a Nextel lançou novos planos de tarifas e promoções, mas o aumento da concorrência e a mudança nas preferências dos consumidores em direção a planos de dados mais íveis e abrangentes começaram a afetar a base de clientes da operadora.
O declínio do iDEN e a aquisição pela América Móvil
A tecnologia iDEN, que havia colocado a Nextel em destaque, foi descontinuada em março de 2018.
A decisão foi motivada pela perda de atratividade do serviço, que não conseguia mais competir com as novas tecnologias emergentes, como o 4G e, posteriormente, o 5G.
O surgimento de serviços de comunicação via aplicativos, como WhatsApp e Telegram, também contribuiu para a queda na demanda pela comunicação via push-to-talk.
Diante desse cenário, a Nextel se viu obrigada a buscar alternativas para a sua sobrevivência. Em 2019, a América Móvil, grupo mexicano que controla a operadora Claro no Brasil, adquiriu a Nextel por US$ 905 milhões (aproximadamente R$ 3,47 bilhões na época).
Essa aquisição foi vista como uma estratégia para fortalecer a presença da Claro no mercado brasileiro, que já era bastante competitivo.
A fusão e a transformação em Claro NXT
Com a aquisição, a Nextel ou a se integrar à Claro, e em 2019, a marca foi oficialmente transformada em Claro NXT.
O objetivo dessa mudança foi demonstrar a união das duas marcas, que estavam se fundindo cada vez mais.
A fusão também implicou em alterações na infraestrutura da empresa; os clientes da Nextel aram a utilizar a rede da Claro para suas comunicações.
Assim, os planos da Nextel foram descontinuados, com exceção do Nextel Happy, que foi substituído pelo Claro Flex.
Essa integração trouxe benefícios para os clientes, que aram a contar com uma rede mais ampla e estável, além de uma variedade maior de serviços.
A Claro, ao incorporar a base de clientes da Nextel, consolidou ainda mais sua posição como uma das operadoras líderes no Brasil.
O impacto da transformação no mercado de telefonia
A fusão garantiu à Claro uma fatia ainda maior de mercado, agora incorporando todos os clientes da antiga concorrente Nextel.
Essa estratégia de expansão permitiu que a Claro solidificasse sua posição no setor de telefonia no Brasil, tornando-se uma das operadoras líderes do país.
A mudança também refletiu a tendência global de consolidação no setor de telecomunicações, onde empresas buscam se unir para aumentar a competitividade e reduzir custos.
A história da Nextel, que foi uma das queridinhas dos consumidores durante sua atuação, é um exemplo claro de como o mercado de telefonia pode ser dinâmico e desafiador.
As mudanças nas tecnologias e nas preferências dos usuários são fatores cruciais que podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma operadora.
O legado da Nextel ainda é lembrado por muitos, especialmente por aqueles que valorizavam a comunicação instantânea e a praticidade que os serviços da operadora ofereciam.
O futuro da comunicação no Brasil
Com a crescente demanda por serviços de comunicação de alta qualidade e a evolução contínua das tecnologias, o futuro da telefonia no Brasil promete ser cada vez mais interessante.
As operadoras estão se adaptando às novas realidades do mercado, investindo em infraestrutura e inovação para atender às expectativas dos consumidores.
A transformação da Nextel em Claro NXT é apenas um exemplo de como as empresas precisam se reinventar para sobreviver em um ambiente competitivo.
Os consumidores continuam a buscar não apenas conectividade, mas também serviços que ofereçam valor agregado, como pacotes de dados, serviços de streaming e soluções integradas de comunicação.
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FONTE: TECMUNDO