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O projeto de 2.000 anos de conectar a Sicília à Itália continental com a maior ponte suspensa do mundo pode finalmente acontecer

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 07/06/2025 às 11:39
A Ponte de Messina e o sonho de construir a maior ponte suspensa do mundo para ligar a Sicília à Itália
A Ponte de Messina e o sonho de construir a maior ponte suspensa do mundo para ligar a Sicília à Itália

Com um vão de 3,3 km, o projeto que atravessa o Estreito de Messina avança na Itália, mas enfrenta desafios sísmicos, ambientais e um custo bilionário.

A Ponte sobre o Estreito de Messina é um projeto que cativa a imaginação italiana há milênios. A ambição é conectar a Sicília à Itália continental através daquela que seria a maior ponte suspensa do mundo. Impulsionada por um forte apoio governamental recente, a concretização deste sonho parece mais próxima do que nunca.

Este artigo analisa a saga da Ponte de Messina. Exploraremos sua história, o projeto de engenharia sem precedentes, os desafios monumentais e o status atual desta que é uma das obras de infraestrutura mais debatidas da Europa.

Uma ambição de 2.000 anos: a história por trás da Ponte de Messina

A ideia de uma ligação física permanente entre a Sicília e a Itália continental não é nova. As primeiras concepções remontam aos romanos, em 251 a.C., que tentaram construir uma estrutura flutuante para transportar elefantes de guerra. Ao longo dos séculos, a ideia ressurgiu, tornando-se quase mítica.

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No século XX, diversas propostas foram consideradas. Em 1981, foi criada a empresa estatal Stretto di Messina S.p.A. para planejar a travessia. Um projeto chegou a ser contratado no início dos anos 2000, sob o governo de Silvio Berlusconi, mas foi arquivado por governos seguintes devido a custos e riscos ambientais. Após décadas de avanços e recuos, a obra foi vigorosamente retomada pelo atual governo italiano.

Como será a maior ponte suspensa do mundo?

A Ponte de Messina e o sonho de construir a maior ponte suspensa do mundo para ligar a Sicília à Itália

O projeto da Ponte de Messina é uma demonstração de proeza de engenharia. Com um vão principal projetado de 3.300 metros (3,3 km), ela se tornaria a maior ponte suspensa do mundo, superando a atual recordista, a Ponte Çanakkale 1915 na Turquia (2.023 metros).

A estrutura está projetada para tráfego misto, com três faixas de rodagem em cada sentido e uma linha férrea de via dupla. Suas duas torres de sustentação terão uma altura impressionante de 399 metros. Uma inovação central é o “Messina Type Deck”, um tipo de tabuleiro aerodinâmico de caixão triplo, projetado para garantir estabilidade contra os fortes ventos do estreito. A vida útil da estrutura é de 200 anos.

O impulso político e o status atual em 2024-2025

A reativação do projeto é uma prioridade do governo italiano. O Ministro das Infraestruturas e Transportes, Matteo Salvini, é seu principal defensor. O governo reativou a estatal Stretto di Messina S.p.A. em 2023 para supervisionar o projeto, e a construção ficará a cargo do consórcio Eurolink, liderado pela Webuild, que já havia vencido a licitação original.

O processo de aprovação avançou significativamente. Em junho de 2025, a Comissão de Avaliação de Impacto Ambiental do Ministério do Ambiente emitiu um parecer favorável, um o crucial. A aprovação final pelo Comitê Interministerial para o Planejamento Econômico e Desenvolvimento Sustentável (CIPESS) é o próximo grande marco, aguardado para meados de 2025.

Os desafios colossais do projeto da maior ponte suspensa do mundo

Apesar do otimismo do governo, especialistas e organizações civis apontam para desafios monumentais. O Estreito de Messina é uma das áreas de maior risco sísmico da Europa, capaz de gerar terremotos de magnitude superior a 7.1 na escala de Richter. Embora o projeto contemple uma engenharia antissísmica robusta, a preocupação persiste.

Os impactos ambientais também são um ponto de intenso debate. A área é um hotspot de biodiversidade, protegida por diretivas da União Europeia, e uma rota migratória crucial para aves e cetáceos. Grupos ambientalistas questionam a eficácia das medidas de mitigação e prometem continuar a contestação legal. Outra preocupação grave é o risco de infiltração da máfia (‘Ndrangheta e Cosa Nostra) em um projeto de obras públicas desta magnitude no sul da Itália.

O futuro da conexão siciliana

Construir a maior ponte suspensa do mundo tem um custo elevado. O orçamento total estimado é de 13,5 bilhões de euros, incluindo a ponte e cerca de 40 km de infraestruturas de ligação rodoviária e ferroviária.

O financiamento virá predominantemente de fundos públicos italianos. O governo também busca cofinanciamento da União Europeia, que já contribuiu para os custos do projeto detalhado. O cronograma atual é ambicioso: o início da construção é previsto para o final de 2025, com conclusão em 2032. Contudo, o caminho à frente é complexo e depende da superação dos desafios legais, financeiros e ambientais para que o sonho de 2.000 anos se torne realidade.

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