O Projeto F-5M, uma parceria entre Embraer e AEL Sistemas, elevou os caças F-5 a um novo patamar com tecnologia de 4ª geração, garantindo a defesa aérea do Brasil
O caça Northrop F-5 Tiger II é um ícone na história da Força Aérea Brasileira (FAB). No entanto, no final do século XX, sua tecnologia se tornou obsoleta. Para sanar essa vulnerabilidade, o Brasil lançou o Projeto F-5M, uma profunda modernização que deu vida nova aos lendários tigres da FAB
Este programa, um investimento estratégico de aproximadamente US$ 430 milhões, não apenas estendeu a vida útil da frota, mas a transformou. Os F-5M foram equipados com tecnologia de ponta, tornando-se uma força de combate crível e eficaz para a defesa do espaço aéreo brasileiro.
O histórico do F-5 Tiger II na Força Aérea Brasileira
A FAB incorporou os caças supersônicos F-5E/F Tiger II a partir de 1973, com um segundo lote chegando em 1988. Ágeis e confiáveis, os F-5 desempenharam um papel vital na defesa aérea do país por décadas, o que lhes rendeu o apelido de “Tigres”.
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Originalmente, eram equipados com radares de alcance limitado e mísseis de curto alcance, como o AIM-9 Sidewinder. No início do século XXI, com a proliferação de caças de 4ª geração na América do Sul, os F-5 originais ficaram em desvantagem, sem capacidade de combate Além do Alcance Visual (BVR). A modernização tornou-se imperativa.
O Projeto F-5M, a concepção da modernização que transformou os tigres da FAB
O Projeto F-5M foi lançado em 2001 com o objetivo de superar as limitações dos F-5, estender sua vida útil por pelo menos mais uma década e dotá-los de capacidades de 4ª geração. A Embraer foi a contratante principal, responsável pela engenharia e integração, e a AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems, foi a principal fornecedora de aviônicos.
O contrato inicial para modernizar 45 aeronaves foi de US$ 285 milhões. No entanto, o custo total do programa ao longo de quase duas décadas, incluindo a modernização de 49 aeronaves, aquisição de armamentos e e logístico, é estimado em US$ 430 milhões.
Os novos sistemas que revitalizaram os tigres da FAB
A modernização transformou os tigres da FAB em caças formidáveis para sua época. As principais atualizações incluíram:
Radar Multimodo: O radar italiano FIAR Grifo-F foi integrado, conferindo ao F-5M a capacidade de detectar alvos a mais de 90 km e de engajamento BVR.
Cockpit Modernizado: A cabine analógica foi substituída por um “glass cockpit” com três displays multifuncionais (MFDs) coloridos, um moderno Head-Up Display (HUD) e o conceito HOTAS (mãos no manche e na manete).
Capacete com Mira Integrada (HMD): O sistema HMD DASH foi incorporado, permitindo que o piloto mire nos alvos apenas olhando para eles, uma vantagem crucial em combate aproximado.
Armamentos Modernos: O F-5M foi equipado com o míssil BVR israelense Rafael Derby e o míssil de 5ª geração para combate visual Rafael Python V, além de armamentos nacionais como o MAA-1 Piranha.
Guerra em Rede: A aeronave recebeu novos rádios digitais com datalink (Link-BR2), permitindo a troca de dados táticos com outras aeronaves, como os caças F-39 Gripen e as aeronaves-radar E-99M. Uma suíte de guerra eletrônica com alerta de radar (RWR) e dispensadores de chaff/flare aumentou sua capacidade de sobrevivência.
O impacto do F-5M na defesa aérea do Brasil
A modernização elevou o F-5M a um novo patamar operacional. A capacidade BVR permitiu à FAB treinar e empregar táticas de combate a longa distância, um divisor de águas para a defesa aérea. Em exercícios como a CRUZEX 2006, um F-5M, operando em rede com uma aeronave-radar E-99, obteve sucesso simulado contra caças Mirage 2000, teoricamente superiores.
O F-5M serviu como o principal vetor de caça da FAB durante a transição para o F-39 Gripen, evitando um vácuo de capacidade. O programa também permitiu que a FAB desenvolvesse doutrinas de combate modernas antes mesmo da chegada do novo caça.
A transição para o Gripen e o legado duradouro do F-5M
Com a chegada progressiva dos novos caças Saab F-39 Gripen E/F, o plano de desativação dos tigres da FAB já está em curso. Sete unidades já foram encaminhadas para o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) sem planos de retorno, e o número de esquadrões operadores de F-5 foi reduzido de quatro para três.
O legado do programa F-5M é imenso. Ele garantiu a soberania do espaço aéreo brasileiro por décadas, representou um investimento inteligente em defesa e, crucialmente, catalisou o desenvolvimento tecnológico da indústria de defesa nacional.
A expertise adquirida pela Embraer e AEL Sistemas na integração de sistemas complexos é um ativo estratégico para o Brasil, beneficiando diretamente o programa Gripen e futuros projetos. O F-5M cumpriu sua missão, defendendo os céus do Brasil e preparando o caminho para o futuro da aviação de caça no país.
Particularmente, eu embarcaria no projeto Kaan (aeronaves de 5a geração), ainda mais, pelo fato de q, estão dando os “primeiros os certeiros” na confecção desse novo aparelho e q, c/ a transferência de tecnologias, colocaria o Brasil no mesmo caminho do nível de China, Rússia e EUA, onde a nossa Embraer, tb deteria o título de “indústria avançada em tecnologia aérea de ponta”, tb a caminho de desenvolvimento de projetos de 6a geração !!
Projeto de caça de 1954 com sensor de ré, start stop, câmbio automático de 7 velocidades verdadeiras Sucatas voadoras com kit multimídia.
É uma pena aposentarem os demais caças .