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O navio-plataforma com mais de 400 metros que extrai petróleo onde outros não ousam chegar, e custou o PIB de um pequeno país

Escrito por Carla Teles
Publicado em 03/06/2025 às 14:19
O navio-plataforma com mais de 400 metros que extrai petróleo onde outros não ousam chegar, e custou o PIB de um pequeno país
Descubra o navio-plataforma de 400m, um leviatã dos oceanos que extrai petróleo em águas hostis e custou o PIB de um país. Conheça essa engenharia!

Engenharia de ponta permite a extração de petróleo em locais iníveis, com estruturas que superam os 400 metros e investimentos bilionários.

Uma estrutura flutuante maior que muitos arranha-céus deitados. Este é o universo dos navios-plataforma gigantes. São verdadeiros gigantes dos mares. Projetados para extrair petróleo e gás onde outros não chegam. Seus custos podem superar o Produto Interno Bruto (PIB) de pequenas nações. Essas maravilhas da engenharia offshore operam em fronteiras marítimas antes iníveis.

Engenharia extrema em águas inexploradas nos navios-plataformas

O termo “Gigantes dos Mares” descreve bem essas novas e imensas plataformas de energia offshore. Elas redefinem os limites da engenharia. São complexos industriais flutuantes. Operam em fronteiras marítimas antes consideradas impossíveis. Suas dimensões podem ultraar 400 metros de comprimento. Conseguem extrair hidrocarbonetos em condições ambientais e de profundidade extremas. Os custos de desenvolvimento rivalizam com o PIB de pequenos países.

Estes gigantes focam em três pilares. Primeiro, o tamanho avassalador. Segundo, a capacidade de operar onde outras estruturas não ousam. Terceiro, o custo monumental. O desenvolvimento desses colossos é uma resposta ao esgotamento de reservas de fácil o. A indústria energética foi impulsionada para águas profundas e ultraprofundas. Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSOs) e Unidades Flutuantes de GNL (FLNGs) tornaram-se cruciais.

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O titã de 488 metros desbravando o “beco dos ciclones”

Prelude FLNG. Foto: Shell
Prelude FLNG. Foto: Shell

O Prelude FLNG, operado pela Shell, é um exemplo superlativo de navio-plataforma. Localiza-se na Bacia de Browse, Austrália Ocidental. Representa a vanguarda da tecnologia de Gás Natural Liquefeito (GNL) flutuante.

Com 488 metros de comprimento e 74 metros de largura, suas dimensões são impressionantes. A altura atinge 105 metros da quilha ao topo. Construído com mais de 260.000 toneladas de aço, seu deslocamento carregado é de aproximadamente 600.000 toneladas. Isso é mais de cinco vezes o de um porta-aviões da classe Nimitz. É a maior instalação FLNG e a embarcação mais comprida já feita.

Sua engenharia foi focada na resiliência extrema. O Prelude opera no “Beco dos Ciclones” da Austrália. É projetado para resistir a ciclones de categoria 5. a tempestades com período de retorno de 1 em 10.000 anos. Seu sistema de ancoragem em torre permite que a instalação gire conforme as forças do vento e das ondas. Permanece firmemente ancorado a 250 metros de profundidade.

O Prelude é pioneiro na liquefação flutuante. Ele extrai, processa, liquefaz e armazena gás natural no mar. Depois, exporta diretamente para navios-tanque. Sua capacidade anual é de 3,6 milhões de toneladas (mtpa) de GNL. Também produz GPL e condensado. O gás é resfriado a -162°C para liquefação. Para isso, usa 50 milhões de litros de água fria do mar por hora. O custo total do projeto é estimado entre 12 e 17 bilhões de dólares americanos.

Egina FPSO: Conquistador de águas ultraprofundas com custo de nação

Egina FPSO. Foto: Total Energies
Egina FPSO. Foto: Total Energies

Outro colosso navio-plataforma é o Egina FPSO, operado pela TotalEnergies na Nigéria. Embora não ultrae 400 metros (mede 330m), destaca-se pela capacidade e profundidade operacional. Seu peso é de aproximadamente 220.000 toneladas. Armazena até 2,3 milhões de barris de petróleo. Sua produção pode atingir 208.000 barris de petróleo por dia. Opera em profundidades entre 1.400 e 1.700 metros.

O navio-plataforma Egina serve como hub para uma extensa rede submarina. Conecta-se a 44 poços. O sistema inclui 52 km de linhas de fluxo e 80 km de umbilicais. A gestão desta infraestrutura em águas ultraprofundas representa um desafio técnico imenso.

O custo do FPSO Egina rondou os 3 bilhões de dólares. Mas o desenvolvimento total do campo de Egina alcançou 16 bilhões de dólares. Este investimento colossal é comparável ao PIB de um pequeno país. O projeto também se destacou pelo forte foco no desenvolvimento de conteúdo local na Nigéria. Seis dos 18 módulos do FPSO foram construídos localmente.

A engenharia por trás do navio-plataforma extremo

Turritella FPSO. Foto: Shell
Turritella FPSO. Foto: Shell

A capacidade destes gigantes de operar em ambientes inóspitos reside em avanços tecnológicos. Os sistemas de ancoragem são a espinha dorsal. Devem garantir a permanência no local por mais de 20 anos. O Prelude FLNG usa um sistema de torre de ancoragem (turret mooring). O Egina FPSO emprega um sistema de ancoragem distribuída (spread mooring). O Turritella FPSO, da Shell, possui a maior boia de ancoragem desconectável do mundo, permitindo evitar furacões.

Os risers, condutas que ligam os poços submarinos à instalação, são vitais. Em águas profundas, enfrentam altas pressões e fadiga. O sistema submarino do Egina, com sua vasta rede, é um exemplo dessa complexidade. O Turritella FPSO inovou com risers de aço em configuração “lazy wave” para profundidades de 2.900 metros.

FPSOs e FLNGs são fábricas flutuantes. Integram produção, processamento, armazenamento e transferência. O Prelude processa e liquefaz gás a -162°C. O Egina processa e armazena milhões de barris de petróleo. Projetar essas plantas em espaço limitado, garantindo segurança e estabilidade, é um desafio colossal.

Desafios e o futuro dos gigantes oceânicos

A operação destes megaprojetos é desafiadora. O Prelude FLNG enfrentou problemas operacionais que levaram a paragens. A gestão ambiental é imperativa. Inclui o tratamento da água produzida e a minimização de emissões. A logística de pessoal e suprimentos para locais remotos é complexa e cara.

O futuro destes gigantes dos mares será moldado pela eficiência e sustentabilidade. A indústria busca reduzir emissões com eletrificação e captura de carbono. A digitalização, com gêmeos digitais e inteligência artificial, otimiza operações. FPSOs padronizados ou menores podem reduzir custos.

O legado destes navios-plataforma é inegável. Expandiram as fronteiras da engenharia e aram recursos vitais. Contudo, seu imenso custo, complexidade e a responsabilidade ambiental são contrapesos constantes. A adaptação às novas demandas energéticas e ambientais definirá seu futuro.

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Carla Teles

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