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O ímã mais poderoso do planeta: China cria força 800 mil vezes maior que o campo magnético da Terra

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 04/06/2025 às 18:05
O ímã mais poderoso do planeta: China cria força 800 mil vezes maior que o campo magnético da Terra
O ímã mais poderoso do planeta: China cria força 800 mil vezes maior que o campo magnético da Terra

Cientistas criam o ímã mais poderoso do mundo: 800 mil vezes mais forte que o campo magnético da terra promete avanços tecnológicos na medicina, metalurgia e materiais eletrônicos

Imagine um equipamento tão potente que sua força magnética ultraa em 800 mil vezes o campo magnético da Terra. Parece coisa de ficção científica, mas é real e foi alcançado por cientistas da China. O novo ímã resistivo desenvolvido por lá bateu um recorde mundial ao atingir impressionantes 42,02 teslas, superando o limite até então detido pelos Estados Unidos desde 2017. E não se trata apenas de uma curiosidade técnica: esse avanço pode mudar o jogo em áreas como fusão nuclear, computação quântica, medicina e física de partículas.

Um campo magnético sem precedentes: 800 mil vezes mais forte que o do nosso planeta

Pra ter uma ideia da magnitude dessa conquista, é bom entender o que é um tesla. Trata-se da unidade de medida da intensidade de um campo magnético. O campo natural da Terra, por exemplo, varia de 25 a 65 microteslas, o que equivale a apenas 0,000025 a 0,000065 teslas. Ou seja, o novo equipamento chinês tem um campo 800 mil vezes mais forte que o do nosso planeta.

Esse superímã foi criado no Laboratório de Alto Campo Magnético do Instituto de Ciências Físicas de Hefei, na China. De acordo com o site oficial da instituição, o projeto vinha sendo desenvolvido há anos, com muitos testes, acertos e até alguns fracassos, como quando, em 2018, uma tentativa falhou e acabou explodindo parte do laboratório.

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Um novo recorde para a ciência global

Até pouco tempo atrás, o recorde de campo magnético mais potente gerado de forma estável por um ímã resistivo era de 41,4 teslas, conquistado por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, em 2017. Para isso, eles utilizaram um equipamento com consumo de 32 megawatts (MW) de energia, uma quantidade imensa, equivalente a mais de 40 motores de carros de Fórmula 1 funcionando juntos.

Agora, os chineses ultraaram essa marca com um consumo praticamente igual: 32,3 MW, alcançando 42,02 teslas com estabilidade. Para especialistas da área, isso representa um feito histórico. Segundo o físico Zhang Xin, membro da equipe de Hefei, “esse avanço posiciona a China na vanguarda da pesquisa em campos magnéticos extremos com aplicação direta em tecnologias do futuro”.

Mas o que é um ímã resistivo?

Diferente dos ímãs permanentes ou supercondutores, os ímãs resistivos são eletroímãs compostos por metais como cobre e alumínio, que geram calor ao conduzir eletricidade. Por isso, costumam operar com sistemas de resfriamento poderosos e, em muitos casos, precisam de temperaturas próximas ao zero absoluto (–273°C). Apesar dessas limitações, são extremamente úteis para gerar campos magnéticos intensos de forma controlada e contínua, algo essencial para experimentos de alta complexidade.

Para que serve um campo magnético tão forte?

Essa corrida por campos magnéticos extremos não é apenas uma competição entre superpotências. Esses ímãs são essenciais para o avanço de tecnologias críticas. Um dos principais usos está em aceleradores de partículas, como o famoso Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Suíça. A China, inclusive, está investindo pesado em seu próprio colisor, o CEPC (Circular Electron Positron Collider), e esse avanço no campo magnético está diretamente ligado à viabilidade do projeto.

Além disso, ímãs resistivos são usados em:

  • Ressonância magnética nuclear, tanto na medicina quanto na pesquisa química;
  • Tomografia por emissão de pósitrons, uma técnica fundamental no diagnóstico de câncer e outras doenças;
  • Confinamento de plasma em pesquisas sobre fusão nuclear, uma possível fonte de energia limpa e ilimitada;
  • Estudos de supercondutividade e novos materiais, que podem levar à criação de computadores ainda mais potentes;
  • E até no campo emergente da computação quântica, que depende de condições extremas para manipular bits quânticos.

China x Estados Unidos: uma nova fronteira da ciência

Esse avanço coloca a China mais uma vez na linha de frente de disputas tecnológicas com os Estados Unidos. A supremacia na criação de equipamentos científicos desse porte é vista por muitos analistas como um termômetro do futuro. Assim como já acontece na corrida espacial e nos supercomputadores, agora os laboratórios disputam quem cria o ímã mais poderoso e eficiente do mundo.

Para o físico Andrew D. Kent, da Universidade de Nova York, “o domínio dos campos magnéticos intensos representa o controle sobre tecnologias de ponta. E o que vemos agora é uma mudança clara no eixo de liderança científica global” — declaração dada em entrevista recente ao New York Times.

A revolução já começou — e está magnetizando o futuro

Com esse novo recorde, a China desbancou os Estados Unidos e abriu um novo caminho para experimentos que antes eram considerados impossíveis. A criação de um campo magnético tão intenso e estável coloca a ciência em outro patamar e traz perspectivas animadoras para quem sonha com avanços como energia de fusãodiagnósticos médicos mais precisos e computadores ultra-avançados.

E você, já imaginava que um ímã pudesse mudar tanta coisa no mundo? Deixe seu comentário aqui embaixo, compartilhe esse conteúdo com seus amigos e acompanhe nossas atualizações para mais descobertas que estão moldando o futuro da ciência!

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com [email protected] para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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