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O contrato de R$ 9,1 bilhões para construir no Brasil os navios de guerra mais modernos da América do Sul

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/06/2025 às 11:10
As Fragatas Classe Tamandaré: o projeto de R$ 9,1 bilhões para construir no Brasil os navios de guerra mais modernos da América do Sul
As Fragatas Classe Tamandaré: o projeto de R$ 9,1 bilhões para construir no Brasil os navios de guerra mais modernos da América do Sul

Com construção em Itajaí (SC), as quatro novas fragatas da Marinha do Brasil prometem um salto tecnológico. Conheça o projeto, os desafios e as capacidades destes que podem ser os navios de guerra mais modernos da América do Sul.

Abordaremos a engenharia por trás destes que podem ser os navios de guerra mais modernos da América do Sul, o impacto do projeto para a indústria nacional e os desafios para sua concretização.

O Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) é um dos mais significativos empreendimentos de modernização da Marinha do Brasil. Com um investimento inicial de R$ 9,1 bilhões, prevê a construção de quatro navios de guerra avançados em território nacional. O objetivo é dotar o Brasil de meios modernos para proteger sua vasta área marítima, a “Amazônia Azul”.

O que é o Programa Fragatas Classe Tamandaré?

O PFCT é a resposta da Marinha do Brasil à necessidade de modernizar sua esquadra e proteger seus interesses no Atlântico Sul. A principal justificativa é a proteção da “Amazônia Azul”, uma área com mais de 5,7 milhões de km² rica em recursos naturais, como o pré-sal.

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Os objetivos do programa são multifacetados. Busca-se o reaparelhamento da esquadra com meios modernos e versáteis, capazes de realizar desde a defesa tradicional até missões de busca e salvamento e repressão a ilícitos. Igualmente importante é a absorção de tecnologia e o fortalecimento da indústria de defesa nacional, com altos índices de conteúdo local.

A engenharia por trás dos navios de guerra mais modernos da América do Sul

As Fragatas Classe Tamandaré o projeto de R$ 9,1 bilhões para construir no Brasil os navios de guerra mais modernos da América do Sul

As fragatas da Classe Tamandaré são baseadas no projeto MEKO A-100 da alemã thyssenkrupp Marine Systems (TKMS). Com 107,2 metros de comprimento e deslocamento de 3.500 toneladas, elas incorporarão um conjunto de sistemas de última geração.

A suíte de sensores será liderada pelo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) Hensoldt TRS-4D. O armamento incluirá mísseis superfície-ar Sea Ceptor, com lançamento vertical (VLS), e mísseis antinavio de fabricação nacional MANSUP. Cada fragata poderá operar um helicóptero antissubmarino, como o SH-16 Seahawk, e veículos aéreos não tripulados (drones).

O contrato bilionário e o impacto na indústria nacional

O contrato para a construção das quatro fragatas foi assinado em 2020. O valor inicial, de R$ 9,1 bilhões, já foi reajustado para mais de R$ 11,1 bilhões. A execução está a cargo do consórcio “Águas Azuis”, formado pela TKMS e pelas brasileiras Embraer Defesa & Segurança e Atech.

A transferência de tecnologia é um pilar do programa. A Atech, subsidiária da Embraer, é responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS) e do Sistema Integrado de Gerenciamento da Plataforma (IPMS). A meta de conteúdo local é de cerca de 40%. O programa projeta gerar até 23.000 empregos diretos e indiretos e fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira.

A Tamandaré no cenário sul-americano

Especialistas em defesa e analistas navais apontam que a Classe Tamandaré representará um salto capacitário expressivo para a Marinha do Brasil. Ao entrarem em serviço, as novas fragatas se posicionarão entre os navios de guerra mais modernos da América do Sul.

A combinação de um radar AESA com o sistema de mísseis VLS Sea Ceptor confere uma capacidade de defesa antiaérea superior à da maioria das frotas regionais. Em comparação, as fragatas do Chile (Type 23) são competidoras robustas, mas mais antigas. As frotas da Colômbia e do Peru operam navios de gerações anteriores, embora o Peru tenha planos para adquirir novas fragatas. Especialistas alertam, contudo, que o sucesso e a sustentabilidade do programa dependem de um fluxo de financiamento consistente, um desafio para os projetos de defesa de longo prazo no Brasil.

O andamento do projeto e o futuro da esquadra brasileira

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A construção das fragatas ocorre no estaleiro thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), em Itajaí (SC). A primeira unidade, F200 “Tamandaré”, foi lançada ao mar em agosto de 2024, com entrega prevista para o final de 2025.

A segunda fragata, F201 “Jerônimo de Albuquerque”, já está em estágio avançado de construção, e a terceira, F202 “Cunha Moreira”, teve sua construção iniciada em novembro de 2024. A previsão é que as quatro embarcações sejam entregues até 2029. O programa, que poderá ser expandido para oito navios, é um o fundamental para o futuro da Marinha e para a consolidação do Brasil como um polo de construção naval de defesa.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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