A ausência de superaquecimento não garante a saúde do motor. A corrosão silenciosa, causada pela falta de manutenção no fluido, pode ser a verdadeira ameaça ao seu veículo.
Muitos motoristas acreditam que, se o carro “nunca ferveu”, o sistema de arrefecimento está em perfeitas condições. Essa crença é perigosa e equivocada. A verdade é que a falta de vapor no capô não significa que processos degenerativos, como a corrosão, não estejam destruindo silenciosamente os componentes internos do motor. Negligenciar a manutenção do fluido de arrefecimento é um dos principais fatores para falhas graves e reparos de custo elevado.
Por que “nunca ferver” não é garantia de saúde do motor
Afirmar que o sistema de arrefecimento está ótimo porque o carro nunca ferveu é um erro comum. Existem relatos de motoristas que usaram apenas água por longos períodos sem superaquecimento aparente. No entanto, a ausência do ponteiro da temperatura na zona vermelha não garante a integridade do sistema.
O fato de um motor não ferver não impede que a corrosão interna avance. Esses problemas se desenvolvem de forma invisível, minando a saúde de peças vitais muito antes de uma falha catastrófica. A confiança excessiva na ausência de fervura leva à negligência com o fluido, um elemento crucial para a proteção do motor e para evitar despesas inesperadas.
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Entendendo o sistema de arrefecimento
O motor de um carro gera muito calor. Para operar com eficiência, sua temperatura deve ser mantida numa faixa ideal, geralmente entre 75ºC e 110ºC. O sistema de arrefecimento não serve apenas para evitar o superaquecimento, mas também para ajudar o motor a atingir essa temperatura ótima o mais rápido possível. Um motor frio demais gasta mais combustível e óleo, além de sofrer maior desgaste.
O processo de refrigeração é um ciclo contínuo, onde um fluido especial absorve o calor e o leva até o radiador para ser resfriado. Para que isso funcione, diversos componentes precisam atuar em harmonia. A bomba d’água, o “coração” do sistema, impulsiona o fluido por todo o circuito. O radiador atua como o principal trocador de calor, enquanto a válvula termostática regula a temperatura do motor ao controlar o fluxo desse fluido. O reservatório de expansão acomoda o volume extra do líquido aquecido e permite a verificação do nível. Em baixas velocidades ou com o carro parado, a ventoinha força a agem de ar pelo radiador. Todo o transporte do fluido é feito por mangueiras, que podem se deteriorar com o tempo, e a temperatura é monitorada por um sensor específico. Uma falha em qualquer uma dessas peças pode comprometer todo o conjunto.
O fluido de arrefecimento: Muito mais que apenas água
Utilizar apenas água da torneira no sistema de arrefecimento é um dos erros mais fatais para o motor. A água pura ferve a 100°C, temperatura que muitos motores atingem em operação. Além disso, a água da torneira contém minerais que formam incrustações e aceleram a corrosão.
O fluido correto é uma mistura de um aditivo específico com água desmineralizada. Este fluido possui múltiplas funções essenciais. Ele atua como antiebulição, elevando o ponto de fervura para acima de 110°C, e como anticorrosivo, criando uma película que protege as peças metálicas. Esta é sua função mais crítica a longo prazo. Ele também é anticongelante, impedindo que a água se expanda e rache componentes em climas frios. Adicionalmente, possui ação anti-incrustante para manter o sistema limpo e serve como lubrificante para peças como a bomba d’água. Existem diferentes tecnologias de aditivos (IAT, OAT, HOAT, Lobrid), sendo fundamental usar a recomendada pelo fabricante e nunca misturar tipos diferentes.
As consequências da negligência com o sistema de arrefecimento
A falsa economia ao usar apenas água ou um aditivo vencido abre caminho para problemas graves. A corrosão é a consequência mais destrutiva, pois a água, sem os inibidores do aditivo, deteriora os metais do sistema. Isso pode perfurar o radiador, danificar o rotor da bomba d’água e comprometer a junta do cabeçote.
Essa corrosão leva ao superaquecimento. Partículas de ferrugem podem entupir as agens do radiador, e componentes danificados perdem sua eficiência. As consequências do superaquecimento são severas: empenamento do cabeçote, queima da junta e, no pior cenário, um motor “fundido”, que trava completamente. O custo da negligência é alto. Uma simples troca de fluido é barata, mas a retífica de um motor convencional pode custar entre R$ 3.500 e R$ 5.500. O dano é progressivo, onde um problema pequeno leva a um reparo extremamente caro.
O segredo para a longevidade do motor
Evitar problemas no sistema de arrefecimento é simples com a manutenção preventiva. Com o motor frio, verifique regularmente o nível do fluido no reservatório. Observe também sua aparência: um líquido turvo, com cor de ferrugem ou aspecto oleoso, é sinal de problema.
Fique atento aos alertas que o veículo emite. O sinal mais direto é a luz de temperatura acesa no ou o ponteiro marcando acima do normal. Outros indícios incluem vazamentos de líquido colorido sob o carro, a saída de vapor do capô ou um cheiro adocicado, característico do aditivo. A troca do fluido deve seguir rigorosamente o intervalo recomendado no manual do veículo, usando sempre o produto especificado e sem misturas. Além do fluido, inspecione periodicamente as mangueiras, a válvula termostática e a bomba d’água, substituindo-os preventivamente se necessário.