Novo pedágio na BR-101 se tornou um verdadeiro pesadelo para motoristas! O sistema eletrônico já multou mais de 1 milhão de vezes, arrecadando R$ 200 milhões. Condutores reclamam da falta de informação e acabam punidos sem saber.
Em pouco mais de um ano, o novo sistema de pedágio eletrônico na Rodovia Rio-Santos (BR-101) se tornou um verdadeiro pesadelo para os motoristas, com mais de 1 milhão de multas registradas entre setembro de 2023 e dezembro de 2024.
Com uma média impressionante de 66 mil infrações por mês, o impacto tem sido significativo, tanto para os motoristas quanto para as finanças públicas.
De acordo com dados do gabinete do deputado federal Hugo Legal (PSD-RJ), a arrecadação com multas ultraou os R$ 200 milhões nesse período.
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Como funciona o pedágio eletrônico: fluidez, mas problemas para motoristas
O novo modelo de cobrança, que utiliza o sistema de free flow (fluxo livre, em inglês), foi implantado para melhorar o tráfego, especialmente em locais de grande movimento, como a rodovia que liga o Rio de Janeiro a diversas cidades do litoral fluminense.
Nesse sistema, não há cancela nem cabine de cobrança.
O aparelho eletrônico registra a agem dos veículos, e o pagamento do pedágio é feito posteriormente, sem que o motorista precise parar no local da cobrança.
O objetivo é evitar congestionamentos e garantir maior fluidez no tráfego.
Embora a intenção seja melhorar a experiência dos motoristas e reduzir os engarrafamentos, a realidade tem sido bem diferente para muitos.
O sistema exige que o motorista efetue o pagamento em até 30 dias após a agem, utilizando aplicativos ou redes sociais da concessionária CCR Rio SP, responsável pela istração da via.
Alternativamente, o pagamento também pode ser feito em pontos físicos de atendimento, mas muitos motoristas não sabem disso e acabam se surpreendendo com as multas.
A infração é considerada evasão de pedágio e resulta em uma multa de R$ 195,23, além de uma perda de 5 pontos na carteira de habilitação.
Esse cenário tem gerado um grande número de reclamações, especialmente entre motoristas que não estão familiarizados com o sistema e não sabem como realizar o pagamento corretamente.
Motoristas enfrentam dificuldades para entender como pagar
Apesar da presença de algumas placas de sinalização indicando a cobrança do pedágio eletrônico, muitos motoristas ainda não sabem como pagar ou sequer se atentam às informações disponíveis.
José Renato Teixeira de Lima, um dos motoristas afetados, relatou: “Já tomei duas multas ando aqui. Sempre que eu vou para Angra, que eu venho no Rio para ver a família e voltar, eu tomava multa”.
O funcionário público afirmou que, por falta de informações claras, ele acabou sendo penalizado diversas vezes.
Outro motorista, o marinheiro Manoel Gonçalves Da Silva, também reclamou da falta de clareza no sistema. “Eu não o por causa disso mesmo, a gente não sabe o que fazer para pagar”, disse ele.
A falta de conscientização e de orientações precisas tem sido uma constante entre os motoristas que frequentam a rodovia.
Muitos afirmam que nunca receberam informações detalhadas sobre como utilizar o novo sistema de pedágio.
Fernandes Leal, supervisor de manutenção, também expressou sua frustração: “Eu não sabia que eu tinha tomado multa, porque não tinha nenhuma sinalização”.
Para ele, a ausência de uma comunicação eficaz por parte da concessionária e do governo estadual tem sido um grande empecilho para os motoristas.
Sinalização precária e campanhas de conscientização ineficazes
Em uma reportagem do RJ1, foi revelado que, em um percurso de cerca de 80 quilômetros, entre o Rio de Janeiro e o município de Itaguaí, a equipe encontrou apenas três placas informando sobre a cobrança eletrônica no local do pedágio.
Isso levanta questionamentos sobre a eficácia da sinalização e sobre como os motoristas são orientados sobre o funcionamento do sistema.
Para muitos, as placas são insuficientes e mal localizadas, o que dificulta a adaptação ao novo modelo de cobrança.
A concessionária CCR Rio SP afirmou que está realizando campanhas de conscientização, com faixas espalhadas ao longo da rodovia e com abordagens aos motoristas, mas, de acordo com os relatos, essas medidas parecem ser insuficientes para alcançar todos os motoristas.
A falta de clareza nas informações e a presença limitada de placas contribuem para o crescente número de infrações.
Multas e arrecadação: impacto financeiro significativo
Com mais de 1 milhão de multas registradas em apenas um ano, a arrecadação com infrações gerou um impacto financeiro significativo.
O valor ultraou R$ 200 milhões, com os motoristas sendo penalizados por não conseguirem adaptar-se ao novo sistema.
A situação tem gerado discussões sobre a transparência e a justiça desse modelo de cobrança, que, segundo alguns, pode estar sendo mais focado em arrecadar do que em promover a fluidez no tráfego.
Especialistas apontam que, embora o sistema de free flow tenha como objetivo melhorar o tráfego, a falta de educação e esclarecimento sobre o funcionamento do pedágio eletrônico está resultando em um número expressivo de infrações.
Além disso, a ausência de sinalizações claras e a dificuldade de o às informações sobre como efetuar o pagamento contribuem para que muitos motoristas sejam pegos de surpresa.
Será que o modelo de pedágio eletrônico é realmente a melhor solução para a Rodovia Rio-Santos, ou a falta de clareza e a alta incidência de multas estão prejudicando os motoristas? Compartilhe sua opinião nos comentários!