Nova tropa armada da Guarda Municipal do Rio será formada por agentes com altos salários e forte treinamento, enquanto controvérsias sobre contratos temporários e funções de patrulhamento geram dúvidas e tensão política no cenário da segurança pública carioca.
A Prefeitura do Rio oficializou a criação de uma nova Divisão de Elite da Guarda Municipal, formada por agentes armados que atuarão no patrulhamento da cidade.
Segundo o edital publicado no Diário Oficial, serão selecionados 600 guardas municipais efetivos para compor a tropa, divididos em duas turmas de 300 agentes cada.
A remuneração chama atenção por ultraar os R$ 13 mil, mais do que o dobro do salário inicial de um policial militar no estado, que atualmente é de R$ 5.200.
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Além do salário-base, os agentes receberão uma gratificação de R$ 10.283,48 pela atuação armada, o que eleva significativamente o rendimento mensal desses profissionais.
Esse aumento salarial e a nova estrutura provocam debates intensos sobre o papel da Guarda Municipal do Rio, o modelo de contratação e as possíveis consequências para a segurança pública na cidade.
O projeto, que prevê a criação da tropa de elite, foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal e está próximo da segunda votação, prevista para acontecer após as 19h, respeitando o prazo legal entre as sessões.
No entanto, o presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (PSD), declarou que o tema pode não entrar na pauta imediatamente, defendendo a necessidade de um debate mais profundo sobre a guarda armada.
Ele destacou pontos críticos como a contratação temporária, o uso de câmeras corporais e o direito dos agentes de levarem armas para casa, afirmando que essas questões serão discutidas por meio de emendas ao projeto.
Para Caiado, “a segurança pública é dever do estado, mas o município não pode se omitir”, e acredita que a nova guarda armada pode ajudar a conter pequenos crimes em áreas sensíveis, como a orla e pontos turísticos.
Contratação temporária e preocupações políticas
O texto em análise prevê também a contratação de agentes temporários para compor a força, com contratos que podem durar até seis anos, considerando cinco renovações anuais.
Nessa categoria, o salário previsto é de R$ 13.033, que inclui um vencimento base de R$ 1.813,01, uma gratificação por risco de R$ 916,51 e o adicional pela função armada de R$ 10.283,48.
Essa possibilidade de agentes temporários armados preocupa parlamentares, como o vereador Pedro Duarte (Novo), que exige maior transparência no processo seletivo e alerta para os riscos sociais e operacionais dessa medida.
Duarte ressalta que, diferentemente da Guarda Municipal, policiais militares e civis são concursados, o que garante maior estabilidade e controle.
Ele argumenta que a contratação temporária, apesar de válida para eventos específicos como Olimpíadas, não deveria ser a regra para uma tropa tão especializada e treinada.
Além disso, o vereador chama a atenção para o investimento público necessário para capacitar esses agentes, citando o custo elevado de treinamento, munição e armamentos.
“Após seis anos, o agente treinado estará desempregado, habilitado no uso de armas e com um salário elevado. Para onde essa mão de obra qualificada vai? Isso pode representar um sério risco social,” alerta Duarte.
Comparação salarial com guardas municipais da região
Quando se compara o salário da nova Divisão de Elite da Guarda Municipal do Rio com outras guardas municipais da região metropolitana, a disparidade fica ainda mais evidente.
Em Nova Iguaçu, o salário médio é de R$ 1.902,34, com um auxílio-transporte de R$ 242.
São Gonçalo paga R$ 3.172,96, Campos dos Goytacazes R$ 2.189,62, Miguel Pereira R$ 2.212,12, e Niterói oferece R$ 4.858,28.
Nenhuma dessas guardas municipais se aproxima do valor superior a R$ 13 mil que a nova tropa do Rio deverá receber.
Detalhes sobre a nova força e atuação prevista
Embora o projeto mencione a possibilidade de renomear a corporação para “Força de Segurança Municipal”, a Prefeitura do Rio de Janeiro esclarece que a Guarda Municipal manterá seu nome e apenas contará com a nova Divisão de Elite, também chamada de Força Municipal.
A atuação da nova tropa deve focar no patrulhamento preventivo e no combate a pequenos delitos, especialmente furtos e roubos, em áreas de grande circulação, como o centro da cidade e a orla.
A Guarda Municipal do Rio informou em nota que o salário inicial da corporação é de R$ 3.316,32 e que o último concurso público ocorreu em 2012.
Conforme a corporação, o regime de contratação é estatutário, com contribuição previdenciária pela Previ-Rio, da Prefeitura.
A carga horária da Guarda Municipal foi atualizada em 2023 pela Câmara Municipal e segue três escalas aprovadas: 40 horas semanais em dias úteis; 12 horas de serviço seguidas de 36 horas de descanso; ou 24 horas de serviço por 72 horas de descanso.
Para você, a nova Divisão de Elite da Guarda Municipal do Rio será capaz de aumentar a sensação de segurança da população sem gerar riscos sociais e desequilíbrios no sistema de segurança pública da cidade?