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Navio cargueiro com “mercadorias perigosas” afunda na costa da Índia com 640 contêineres a bordo e mobiliza autoridades por risco ambiental

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 26/05/2025 às 13:02
Navio cargueiro com “mercadorias perigosas” afunda na costa da Índia com 640 contêineres a bordo e mobiliza autoridades por risco ambiental
Imagem gerada por inteligência artificial

O MSC ELSA 3, com bandeira da Libéria, afundou com 640 contêineres a bordo, incluindo 13 com mercadorias perigosas e 12 com carbureto de cálcio; autoridades monitoram risco ambiental.

Um navio cargueiro com bandeira da Libéria afundou no domingo (25) próximo à costa do estado de Kerala, no sul da Índia, enquanto transportava uma carga que incluía “mercadorias perigosas” e produtos químicos industriais. Identificado como MSC ELSA 3, o navio tinha 184 metros de comprimento e partiu do porto de Vizhinjam, com destino a Kochi, quando emitiu um pedido de emergência no sábado (24).

De acordo com o Ministério da Defesa da Índia, o cargueiro levava 640 contêineres, sendo que 13 deles continham materiais classificados como perigosos e outros 12 carregavam carbureto de cálcio, composto químico altamente reativo com água, utilizado na indústria de fertilizantes e na produção de aço.

A embarcação também transportava cerca de 370 toneladas de combustível e óleo, levantando preocupações imediatas quanto ao potencial de contaminação ambiental. Apesar disso, as autoridades indianas afirmaram que, até o momento, não há registro de vazamentos visíveis na área do naufrágio.

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Tripulação resgatada com vida do navio cargueiro

O naufrágio do navio cargueiro MSC ELSA 3 mobilizou equipes da Guarda Costeira e da Marinha da Índia, que conseguiram realizar o resgate completo dos 24 tripulantes a bordo. Os marinheiros eram de nacionalidades diversas: Geórgia, Rússia, Ucrânia e Filipinas. Todos foram encaminhados para terra firme e am bem, de acordo com os informes oficiais.

O alerta inicial foi emitido quando o navio estava a cerca de 70 quilômetros da costa de Kochi, importante centro portuário e logístico do sul da Índia. A causa do naufrágio ainda está sob investigação, mas o navio teria enfrentado problemas técnicos ou estruturais que levaram à rápida submersão.

Preocupações ambientais e químicas

A presença de mercadorias perigosas e compostos industriais como o carbureto de cálcio acende o alerta das autoridades ambientais indianas e internacionais. O contato desse composto com a água gera gás acetileno, inflamável e tóxico, o que pode representar um risco caso os contêineres se rompam no fundo do mar ou sejam arrastados por correntes marítimas.

Além disso, a carga de óleo combustível e diesel armazenada nos tanques da embarcação representa uma ameaça potencial à biodiversidade marinha da região, conhecida por seus recifes e importância econômica pesqueira.

Até o momento, as equipes de emergência não identificaram manchas de óleo ou sinais de vazamento, mas um plano de contingência foi ativado e prevê monitoramento contínuo da área, com sobrevoos, inspeções subaquáticas e possível contenção, caso seja necessário.

Histórico e bandeira internacional do navio cargueiro

O MSC ELSA 3 operava sob a bandeira da Libéria, um país que concentra um dos maiores registros de navios do mundo, em razão de leis flexíveis e baixos custos de registro — prática conhecida como “bandeira de conveniência”. Embora legal, esse modelo pode levantar dúvidas sobre a fiscalização técnica e a manutenção de segurança das embarcações.

O caso reabre discussões sobre os riscos associados ao transporte marítimo internacional de cargas perigosas, especialmente quando envolvem portas estratégicas da economia global, como o Oceano Índico, que conecta rotas da Ásia ao Oriente Médio, África e Europa.

Investigação e próximos os

A Marinha indiana iniciou uma investigação para apurar os motivos do afundamento e as condições de transporte das mercadorias perigosas. A origem dos contêineres, seu destino final e os protocolos adotados pela tripulação no momento da emergência serão analisados pelas autoridades marítimas.

Em paralelo, será avaliada a necessidade de operações de recuperação dos contêineres, especialmente dos que transportam produtos com risco químico ou tóxico. Segundo especialistas, o transporte marítimo de substâncias perigosas exige rotas e normas específicas, além de documentação detalhada — o que, até o momento, não foi divulgado pelo Ministério da Defesa da Índia.

Contexto logístico e alerta internacional

Casos como o do naufrágio do navio cargueiro MSC ELSA 3 ilustram os riscos crescentes nas cadeias logísticas globais. Com o aumento do transporte de mercadorias perigosas em rotas internacionais, cresce também a preocupação com a segurança marítima, ambiental e humana.

A Índia, por sua posição geográfica e estratégica, tem intensificado suas ações de monitoramento naval e estabelecido planos de resposta rápida a emergências marítimas, como naufrágios, derramamentos e acidentes químicos. O caso do MSC ELSA 3 deve reforçar a discussão sobre melhorias na rastreabilidade da carga e na exigência de normas internacionais mais rigorosas para transporte de materiais perigosos.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos íveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: [email protected]

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