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NASA flagra 3 buracos negros destruindo estrelas gigantes: explosões mais energéticas desde o Big Bang abalam galáxias a bilhões de anos-luz da Terra

Escrito por Jefferson S
Publicado em 07/06/2025 às 16:57
Ilustração de buraco negro engolindo estrela supermassiva com redemoinho de plasma, divulgada pela NASA em estudo sobre transientes nucleares extremos
NASA registra buracos negros supermassivos destruindo estrelas gigantes com energia maior que 100 supernovas — fenômeno é o mais violento desde o Big Bang.

Fenômeno raro registrado entre 2016 e 2020 revela como buracos negros supermassivos, com até 10 vezes a massa do Sol, devoraram estrelas inteiras e liberaram mais energia que 100 supernovas

A NASA, em parceria com a ESA e outras instituições, revelou uma descoberta extraordinária: três buracos negros supermassivos foram flagrados devorando estrelas gigantes com uma violência cósmica jamais vista desde o Big Bang. Esses eventos ocorreram entre 2016 e 2020, em galáxias distantes, e cada um liberou mais energia do que 100 supernovas juntas. As observações foram confirmadas por diversos telescópios e satélites espaciais, como Swift, WISE e Gaia.

A destruição das estrelas provocou explosões que brilharam por meses, lançando radiações tão poderosas que afetaram toda a galáxia ao redor. A pesquisa, liderada pelo estudante de doutorado Jason Hinkle, foi publicada na revista Science Advances e representa uma nova classe de eventos cósmicos, chamada de “transientes nucleares extremos”, informou a NASA em comunicado.

Um disco de gás quente gira ao redor de um buraco negro nesta ilustração. Parte desse gás veio de uma estrela que foi despedaçada pelo buraco negro, formando o longo fluxo de gás quente à direita, que alimenta o disco.
Créditos: NASA/JPL-Caltech
Um disco de gás quente gira ao redor de um buraco negro nesta ilustração. Parte desse gás veio de uma estrela que foi despedaçada pelo buraco negro, formando o longo fluxo de gás quente à direita, que alimenta o disco.
Créditos: NASA/JPL-Caltech

O que são os transientes nucleares extremos e como eles mudam tudo que sabemos sobre buracos negros

Os buracos negros são conhecidos por sua invisibilidade, não emitem luz e só podem ser detectados por seus efeitos gravitacionais. Porém, quando uma estrela se aproxima demais, a gravidade intensa do buraco negro a despedaça. É o que os cientistas chamam de “erupção de disrupção de maré”.

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Esses três casos analisados mostraram buracos negros de grande massa que estavam inativos, mas subitamente se tornaram visíveis ao destruir estrelas de até 10 vezes a massa do Sol. Um dos eventos, apelidado de “Barbie” (ZTF20abrbeie), foi detectado pelo Zwicky Transient Facility em 2020. Os outros dois foram observados anteriormente, em 2016 e 2018, pelo satélite Gaia da ESA.

Durante meses, os telescópios acompanharam o aumento e queda do brilho das explosões, comportamento que serviu como “impressão digital” para confirmar a presença dos buracos negros. A radiação liberada chegou a durar mais de 250 dias, sendo captada em raios-X, luz ultravioleta e óptica.

Além do brilho intenso, os eventos modificaram o ambiente galáctico ao seu redor. A ejeção de energia e partículas aqueceu nuvens de poeira, cujas s químicas puderam ser analisadas por telescópios em solo, como o Keck e o Pan-STARRS.

A importância desse tipo de evento está no fato de que apenas cerca de 10% dos buracos negros no universo são ativos. Os demais permanecem ocultos. Os transientes nucleares extremos funcionam como lanternas cósmicas, revelando a localização de buracos negros silenciosos em galáxias remotas.

Telescópios do futuro vão caçar explosões cósmicas de 12 bilhões de anos com base neste estudo pioneiro

O trabalho liderado por Hinkle também envolveu cientistas como Anna Payne, do Space Telescope Science Institute, que destacou o potencial desses eventos como guias para entender os buracos negros do universo primordial. A equipe acredita que esses fenômenos podem ser visíveis mesmo a 12 bilhões de anos-luz, quando o universo ainda era jovem.

O telescópio Roman da NASA, com lançamento previsto para 2026 ou 2027, será essencial nessa busca. Com seu campo de visão amplo e capacidade de captar luz infravermelha, justamente onde a radiação ultravioleta desses eventos é “esticada” pela expansão do universo, o Roman pode detectar dezenas ou centenas desses eventos no ado profundo.

Os dados antigos do satélite WISE também foram fundamentais, pois permitiram entender como a poeira em volta dos buracos negros se aqueceu e respondeu às explosões. WISE operou entre 2009 e 2011, sendo depois reativado como NEOWISE e aposentado em 2024.

Combinando observações antigas e futuras, os astrônomos esperam traçar um mapa mais completo do crescimento dos buracos negros ao longo do tempo. A pergunta central, como os buracos negros crescem, pode estar mais próxima de uma resposta.

Além de fornecer dados para ciência de ponta, o projeto foi viabilizado graças a um programa de bolsas da NASA, o FINESST, que financiou a pesquisa de Hinkle. Agora, ele continuará o trabalho como pesquisador na Universidade de Illinois, dentro do prestigiado programa Hubble Fellowship.

Como destacou a NASA, essas explosões cósmicas são tão poderosas que modificam não apenas sua galáxia de origem, mas também nossa compreensão do universo.

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Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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