Tarifas dos EUA, retaliação da China e tensões comerciais derrubam o minério de ferro! Com a reabertura dos mercados chineses e problemas logísticos na Austrália, investidores entram em alerta enquanto o preço despenca para 801 iuanes por tonelada.
O mercado do minério de ferro tá dando aquela escorregada básica, e o motivo? A velha briga comercial entre China e Estados Unidos. Com a volta dos mercados chineses depois do feriadão do Ano Novo Lunar, os investidores ficaram naquela tensão, de olho nas novas tarifas e no impacto disso tudo na demanda. Mas será que essa queda é só um susto ou vem mais coisa por aí? Bora entender o que tá rolando.
A guerra comercial voltou com tudo e o minério de ferro sentiu o golpe
Parece até novela, mas a disputa entre as duas maiores economias do mundo não dá trégua. Agora, os EUA resolveram tacar uma tarifa extra de 10% sobre todas as importações chinesas. Claro que a China não ia deixar barato: revidou na mesma moeda, taxando produtos americanos, incluindo o carvão, um ingrediente essencial pra produção de aço.
Com esse empurra-empurra de tarifas, os investidores botaram o pé no freio. O contrato de maio do minério de ferro lá na Bolsa de Dalian fechou em queda de 0,99%, valendo 801 iuanes (uns 110 dólares) por tonelada. E por quê? Simples: se a demanda por aço cai, o consumo de minério de ferro vai junto pro buraco. O mercado não gosta de incerteza, e essa briga comercial tá jogando lenha na fogueira.
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China voltou do feriado e a realidade bateu na porta
Segundo a InfoMoney, entre 28 de janeiro e 4 de fevereiro, os mercados chineses ficaram fechados pra comemoração do Ano Novo Lunar. Geralmente, depois dessa pausa, rola aquele otimismo e uma retomada forte nas negociações. Só que desta vez, a galera abriu os olhos e viu um cenário bem diferente, cheio de tarifas novas e incertezas no mercado.
Os analistas do ANZ já tinham cantado a bola: quando a Bolsa chinesa reabrisse, o sentimento do mercado ia sofrer com essa avalanche de tarifas. E não deu outra. Assim que os negócios voltaram, o pessimismo tomou conta e o minério de ferro sentiu o baque.
Problemas na Austrália: um alívio temporário?
Se não bastasse a tensão comercial, o clima resolveu dar uma forcinha pro minério de ferro segurar a queda. A Rio Tinto, gigante do setor, começou a retirar navios de dois portos da Austrália Ocidental por causa da ameaça de dois ciclones tropicais. Ou seja, menos minério saindo da Austrália significa uma oferta mais apertada, o que pode evitar uma queda ainda maior nos preços.
Isso sem falar que, em janeiro, a Rio Tinto já tinha avisado que as chuvas intensas atrapalharam suas operações ferroviárias. Agora, com mais problemas no horizonte, os embarques podem ficar comprometidos no primeiro trimestre. Menos minério disponível no mercado pode dar um respiro nos preços, mas isso não resolve a questão das tarifas.
Produção global de aço: quem tá no jogo e quem tá perdendo espaço?
Os números da World Steel Association mostram que a produção global de aço tá bem dividida:
- China: -1,7%
- Japão: -3,4%
- EUA: -2,4%
- Rússia: -7,0%
- Coreia do Sul: -4,7%
- Índia: +6,3%
- Brasil: +5,3%
- Alemanha: +5,2%
- Turquia: +9,4%
Enquanto a China, o Japão e os EUA desaceleram, a Índia tá crescendo com força total, aumentando sua produção de aço. O Brasil também deu um gás, o que mostra que o mercado siderúrgico tá ando por uma mudança de cenário.
Com um aumento de 5,3% na produção de aço, o Brasil tá se consolidando como um player importante no mercado global. Mas será que consegue segurar esse ritmo? Depende muito do cenário externo. Com os EUA e a China brigando, qualquer mudança pode afetar a demanda e, consequentemente, o setor aqui no Brasil.
E agora, pra onde vai o minério de ferro?
A verdade é que ninguém tem bola de cristal, mas uma coisa é certa: enquanto EUA e China continuarem nesse cabo de guerra, o mercado do minério de ferro vai seguir instável. Se a China desacelerar de vez na produção de aço, o impacto pode ser ainda maior.
Pra quem tá de olho nesse mercado, o segredo é ficar ligado nas políticas comerciais e nos movimentos dos principais players do setor. Expandir mercados e reduzir a dependência da China pode ser uma estratégia inteligente, e o Brasil, assim como a Índia, tem potencial pra crescer nesse cenário.