Técnica destrutiva usada no Peru deixa solo infértil e bloqueia recuperação natural de grandes áreas tropicais
Estudos científicos recentes alertam para uma grave ameaça ambiental. As florestas da Amazônia peruana, fortemente impactadas pela mineração de ouro, não estão conseguindo se regenerar.
A revelação foi feita no início de junho de 2025, com a publicação de uma pesquisa do Woodwell Climate Research Center, em parceria com a Universidade do Sul da Califórnia, Universidade de Columbia e Universidade Estadual do Arizona.
Técnica destrói solo e altera condições naturais
A prática da mineração por sucção, usada amplamente em Madre de Dios, no sul do Peru, utiliza jatos de água de alta pressão para desagregar o solo. Essa técnica é comum para facilitar a separação do ouro. Contudo, os impactos ambientais são devastadores.
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Segundo a pesquisa, o processo remove a camada superior do solo, responsável por reter umidade e fornecer nutrientes. Com isso, as áreas mineradas se transformam em montes de areia estéreis e lagoas escavadas.
As temperaturas na superfície desses montes chegam a 60°C, criando um ambiente extremamente seco e hostil para o crescimento de novas árvores. Conforme explicou Abra Atwood, principal autora do estudo, “essas condições tornam impossível o replantio”.
Estudo técnico mostra falhas na recuperação ambiental
O estudo analisou, entre 2022 e 2024, áreas com diferentes históricos de mineração.
De acordo com os pesquisadores, mesmo após anos de abandono, o solo não consegue se recuperar naturalmente.
Josh West, geocientista da USC e coautor da pesquisa, afirmou: “É como tentar cultivar uma árvore em um forno”. A metáfora, embora impactante, ilustra com precisão o desafio enfrentado pelas iniciativas de reflorestamento na região.
Alternativas para mitigar os danos causados
Diante da gravidade da situação, os cientistas sugerem algumas medidas urgentes. Entre elas estão o nivelamento dos montes de areia, o preenchimento das lagoas formadas pela mineração e o uso de técnicas de solo estruturado para melhorar a retenção de água.
Especialistas consideram essas ações fundamentais para recuperar ao menos parte da fertilidade perdida e permitir que as raízes das mudas alcancem o lençol freático.
Contudo, mesmo com essas intervenções, os pesquisadores alertam que o retorno da biodiversidade original pode levar décadas, ou mesmo séculos.
Mineração de ouro já destruiu mais de 95 mil hectares
Entre 1980 e 2017, a mineração de ouro em pequena escala devastou mais de 95.000 hectares de floresta tropical na região de Madre de Dios, o que equivale a mais de sete vezes o tamanho da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos.
Atualmente, segundo dados do Woodwell Climate Research Center, esse tipo de atividade já é responsável por quase 10% de todo o desmatamento registrado na Amazônia.
A situação é particularmente preocupante porque, ao contrário de outras formas de degradação, a mineração por sucção compromete profundamente o solo, tornando o processo de recuperação ainda mais demorado e incerto.
Especialistas pedem mudanças na regulamentação
Diante do cenário, especialistas em meio ambiente reforçam a necessidade de regulamentar de forma mais rígida a atividade mineradora na região.
Além disso, sugerem que o Peru revise suas políticas públicas voltadas à restauração florestal, com foco em práticas sustentáveis, participação de comunidades locais e cooperação internacional.
Conforme o relatório técnico divulgado em junho de 2025, sem ações coordenadas, os danos ambientais poderão se tornar irreversíveis.
Descoberta levanta debate sobre mineração na América do Sul
O estudo repercutiu fortemente na comunidade científica e nos órgãos ambientais da América Latina. A degradação do solo e a incapacidade de regeneração natural da floresta amazônica colocam em xeque os modelos de mineração adotados em diversos países da região.
A comparação com outros desastres ambientais, como os causados por barragens no Brasil, reforça a urgência em encontrar soluções integradas e sustentáveis para a exploração de recursos naturais.
O que o futuro reserva para a Amazônia?
Com base nos dados coletados até 2025, os pesquisadores indicam que a recuperação da floresta depende de ações imediatas e bem planejadas.
O desafio envolve equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, além de evitar que a extração de ouro se torne uma sentença de morte para as florestas tropicais.
Você acredita que a mineração deve ser restringida ou regulamentada com mais rigor? Qual seria o modelo ideal para proteger a Amazônia e suas futuras gerações?
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