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Método simples e de baixo custo ajuda professores a melhorar o desempenho dos alunos em matemática, afirma estudo dos EUA

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/04/2025 às 10:12
Professor em frente a um quadro-negro com fórmulas matemáticas desenhadas, acompanhado do texto “Método simples e de baixo custo”.
Estratégia ível tem ajudado docentes a ensinar matemática de forma mais eficaz, aumentando o interesse e os resultados dos estudantes.

A busca por melhores resultados em matemática nas escolas pode ter encontrado uma solução eficiente e ível. Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que um método simples e de baixo custo, aplicável por professores com facilidade, é capaz de melhorar significativamente o desempenho dos alunos.

O desempenho dos estudantes brasileiros em matemática está entre os mais baixos da América Latina. E a pandemia piorou ainda mais esse cenário. Muitos alunos enfrentaram dificuldades com o ensino remoto, tiveram o limitado a recursos educacionais e, em muitos casos, abandonaram os estudos.

Agora, um estudo colaborativo demonstra que mensagens simples por e-mail, baseadas em ciência comportamental, podem auxiliar os professores a melhorar os resultados dos estudantes.

A pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, foi liderada por estudiosos da Behavior Change for Good Initiative (BCFG), da Universidade da Pensilvânia.

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O trabalho aponta que esses pequenos empurrões tiveram impacto positivo, mesmo sendo de baixo custo e simples.

Um problema de matemática antigo, uma solução moderna

Pesquisas anteriores já tinham mostrado que técnicas da ciência comportamental ajudam a motivar os alunos. Agora, os pesquisadores decidiram aplicar essas técnicas diretamente aos professores, buscando o mesmo efeito.

Para isso, contaram com a colaboração da Zearn Math, uma plataforma educacional sem fins lucrativos.

Foi essa parceria que permitiu aplicar o experimento em grande escala e superar os altos custos e desafios logísticos comuns nesse tipo de pesquisa.

Um dos maiores estudos já feitos com professores sobre matemática

A dimensão do estudo chama atenção. Mais de 140 mil professores e quase 3 milhões de alunos do ensino fundamental participaram da iniciativa.

Os pesquisadores testaram 15 tipos diferentes de mensagens por e-mail. Todas foram comparadas a um grupo que recebeu apenas lembretes padrão.

Essas mensagens não eram aleatórias. Elas foram construídas com base em dados da ciência comportamental.

Uma delas, por exemplo, sugeria que os professores criassem um plano específico de uso da plataforma naquela semana. Essa abordagem se apoia na ideia de que planos detalhados ajudam a transformar intenção em ação.

Outra mensagem pedia aos professores que considerassem a situação dos próprios alunos, despertando empatia. Estudos anteriores já haviam indicado que a empatia pode melhorar o desempenho dos estudantes.

Resultados positivos, mesmo que pequenos

O impacto das mensagens foi modesto, mas real. Durante o período de quatro semanas da intervenção, os alunos dos professores que receberam os e-mails com conteúdo comportamental mostraram um progresso médio 1,89% maior em matemática do que os demais.

Entre todas as intervenções testadas, a mais eficaz foi a que incentivava os professores a ar semanalmente relatórios personalizados sobre o progresso de seus alunos. Esse simples hábito levou a uma melhora de 5,06% no desempenho dos estudantes.

Angela Duckworth, uma das autoras do estudo, afirmou que os resultados foram consistentes em diferentes escolas. Além disso, os efeitos positivos persistiram por até oito semanas após o fim das mensagens.

Para Duckworth, isso mostra que “estímulos simples e de baixo custo podem ajudar os professores a apoiar o progresso dos alunos em matemática”.

Incentivos personalizados funcionam melhor

Uma das conclusões mais interessantes do estudo foi o desempenho superior das mensagens personalizadas. Quando os e-mails mencionavam dados específicos dos próprios alunos do professor, o impacto era maior.

Segundo Duckworth, isso pode estar relacionado à motivação intrínseca dos professores. Ao verem os dados de seus alunos, eles se sentem mais envolvidos. “Pode ser que capitalizar a motivação intrínseca dos professores para ajudar seus alunos seja uma abordagem distinta e potencialmente econômica”, afirmou.

Essa descoberta abre caminho para explorar estratégias que vão além dos incentivos financeiros, como bônus por desempenho. Estímulos emocionais e de responsabilidade direta podem ter papel importante.

Um campo promissor para novas pesquisas

Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores reconhecem que os efeitos foram pequenos. Katy Milkman, coautora do estudo, lembra que mudar o comportamento humano é um desafio. Por isso, acredita que será necessário oferecer um e mais intenso do que simples lembretes por e-mail.

Ainda assim, os autores consideram o estudo promissor. Eles pretendem seguir com mais testes de campo para confirmar os benefícios causais dessas intervenções e entender melhor por que funcionam.

Outro objetivo é investigar o impacto das mensagens ao longo do tempo. Afinal, saber se os ganhos permanecem nos meses seguintes é essencial para avaliar o real valor de cada abordagem.

Educação baseada em evidência

Para os pesquisadores, entender o que faz certas intervenções funcionarem é fundamental. Quanto mais souberem sobre os mecanismos por trás dessas ações, mais eficazes serão as políticas educacionais no futuro.

Em última análise, essa linha de pesquisa pode ajudar a moldar políticas educacionais mais inteligentes e eficazes”, conclui Duckworth.

O uso de ferramentas simples, com base científica, pode ser uma saída viável para melhorar o desempenho dos alunos em larga escala. E isso, mesmo em um cenário complexo, como o da matemática nas escolas americanas, mostra que avanços são possíveis.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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